Quando as nascentes termais ordenam cidades

estudos de caso em Caldas da Rainha (Portugal) e Poços de Caldas (Brasil)

Autores

  • Luciana Valin Gonçalves Dias Puc Campinas https://orcid.org/0000-0002-9991-0308
  • Prof.ª Dr.ª Renata Baesso Pereira Professora Doutora em Arquitetura e Urbanismo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas https://orcid.org/0000-0003-2690-158X
  • Prof. Dr. Jorge Mangorrinha Professor Doutor pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. Membro da Cátedra em Estudos Globais da Universidade Aberta (Lisboa, Portugal)

DOI:

https://doi.org/10.5935/cadernospos.v23n2p200-215

Palavras-chave:

Estâncias termais, Nascentes termais, Princípios higienistas, Poços de Caldas (Brasil), Caldas da Rainha (Portugal)

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir a formação e o desenvolvimento de cidades a partir da descoberta de águas termais em determinados territórios. As diferentes formas de utilização dessas águas, as edificações que surgiram a partir das práticas termais e as transformações e apropriações que ocorreram na paisagem urbana ao longo do tempo são elementos para a análise proposta. A descoberta de águas termais como um recurso natural, em diversas localidades, conduziu à busca e à descoberta de novos conhecimentos, específicos e técnicos, impulsionando o desenvolvimento social e econômico a partir dos tratamentos de saúde e lazer. Comparam-se as similaridades e as diferenças dos elementos da forma urbana e os agentes envolvidos na construção dessas estâncias. Quando se trata de estâncias termais, há estruturas que se consolidam no território, compondo uma ambiência termal essencialmente construída entre o fim do século XIX e o início do século XX, no Brasil e na Europa.

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Biografia do Autor

Luciana Valin Gonçalves Dias, Puc Campinas

Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Puc-Campinas (1998). Especialização em Patrimônio Arquitetônico: Teoria e Projeto pela Puc-Campinas (2000). Mestrado em Urbanismo pela Puc-Campinas na linha de pesquisa: História do Pensamento Urbanístico / POSURB (2015-2016). Membro do Grupo de Pesquisa: História das Cidades: Ocupação Territorial e Ideários Urbanos.

Prof.ª Dr.ª Renata Baesso Pereira, Professora Doutora em Arquitetura e Urbanismo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas

Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica de Campinas - SP, Membro do corpo docente permanente do Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo (POSURB-ARQ PUC - Campinas, desde 2012) e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU PUC Campinas, desde 2008). Líder do grupo de pesquisa registrado no CNPq "História das Cidades: Ocupação Territorial e Ideários Urbanos" do CEATEC PUC Campinas. Editora da revista Oculum Ensaios (Qualis - Capes - A2). Doutora pelo Programa de Pós Graduação da FAU USP na área de concentração de História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo (2008), mestre em Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2000) e graduada na Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (1994).

Prof. Dr. Jorge Mangorrinha, Professor Doutor pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. Membro da Cátedra em Estudos Globais da Universidade Aberta (Lisboa, Portugal)

Jorge Mangorrinha é Pós-Doutorado em Turismo (2014), pela Faculdade de Economia da Universidade do Algarve, e Doutorado em Urbanismo (2009), pela Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa (UTL). É Professor Associado na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) e Quadro Superior da Câmara Municipal de Lisboa (CML); Colaborador do Instituto Piaget; Associado do Centro de Pesquisa e Estudos Sociais (CPES) da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT); Colaborador do Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design (CIAUD) da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa (FAUL); Colaborador do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL). Foi Associado do Centro de Estudos do Turismo (CESTUR) da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE) (extinto). É Presidente da Mesa da Assembleia-Geral da EICEL 1920 - Associação para a Defesa do Património Mineiro, Industrial e Arquitectónico e Coordenador das Comemorações do Centenário da Mina do Espadanal (1916-2016). Foi Coordenador Técnico do Plano Nacional de Ordenamento do Território Turístico da República Dominicana (SNEDE/Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1996-1997) e Coordenador Científico do Rastreio e Levantamento dos Conjuntos Termais Portugueses (Ministério da Cultura/Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico, 2005-2007) e do Estudo do Inventário dos Recursos Turístico-Termais na Área Portuguesa da Rota Águas (Instituto Piaget para a Turismo do Porto e Norte de Portugal, ERT, 2013). Foi Coordenador de Conteúdos e Gestor Técnico na Parque Expo'98 e Presidente da Comissão Nacional do Centenário do Turismo em Portugal (1911-2011). Foi distinguido com o Prémio José de Figueiredo 2010, com O Desenho das Termas: História da Arquitectura Termal Portuguesa (co-autoria com Helena Gonçalves Pinto). É autor de estudos, projectos e intervenções públicas em diferentes países e áreas científicas. Possui capítulos de livros e livros publicados, bem como itens de produção técnica. Participou em eventos no estrangeiro e em Portugal. Orienta e orientou dissertações de Doutoramento e de Mestrado nas áreas da Arquitectura e do Turismo. Autor de poemas e letras para fados e canções. No seu curriculum DeGóis os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Turismo, Termalismo, Termas, Arquitectura, Urbanismo, Ordenamento do Território, Água, Interior, Centros Históricos e Património.

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Publicado

2023-12-20 — Atualizado em 2023-12-20

Versões

Como Citar

DIAS, L. V. G.; BAESSO PEREIRA, R.; MANUEL MANGORRINHA MARTINS, J. Quando as nascentes termais ordenam cidades: estudos de caso em Caldas da Rainha (Portugal) e Poços de Caldas (Brasil). Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, [S. l.], v. 23, n. 2, p. 200–215, 2023. DOI: 10.5935/cadernospos.v23n2p200-215. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/article/view/cadernos.pos.au.2023.2.Nascentes. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos