Tributo e outras restrições de direitos fundamentais
Palavras-chave:
Tributo; direito fundamental; restrição a direito fundamental; liberdade; propriedade.Resumo
O presente trabalho se propõe a responder se o tributo é uma restrição a direito fundamental, ou, ao contrário, se ele deve ser qualificado como parte do próprio conteúdo do direito, sem que se possa qualificá-lo como uma restrição dos direitos fundamentais de liberdade e de propriedade. A discussão vai além do Direito Tributário: a mesma pergunta deve ser feita relativamente a outras limitações do exercício de direitos fundamentais, como aquelas verificadas nas penas privativas de liberdade no âmbito penal ou nas relações especiais de sujeição no âmbito administrativo. Também nesses casos é preciso responder se essas situações limitadoras definem o próprio conteúdo do direito ou, diferentemente, se o direito existe de modo prévio a elas, sendo restringido por essas decisões que influem no alcance do exercício daquele direito.
Palavras-chave: tributo, direito fundamental, restrição a direito fundamental, liberdade, propriedade
Referências
ADAMY, Pedro. “Direitos fundamentais e as relações especiais de sujeição”, Revista Brasileira de Políticas Públicas, vol. 8, n. 1, Brasília, abr. 2018, p. 361-376.
ALEXY, Robert. Theorie der Grundrechte. 3 Aufl. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1996.
ATIENZA, Manuel; RUIZ MANERO, Juan. Ilícitos atípicos. 2 ed. Madrid: Trotta, 2006.
ÁVILA, Humberto. Competências tributárias: um ensaio sobre a sua compatibilidade com as noções de tipo e conceito. Malheiros: São Paulo, 2018.
_____. Teoria da Segurança Jurídica. 6ª ed. São Paulo: Malheiros/Jus Podium, 2021.
BERLIN, Isaiah. “Two concepts of liberty”. In: Idem. Four Essays on Liberty. Oxford: University Press, 1969, p. 118-172.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7ª ed. Coimbra: Almedina, 2003.
CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 30. ed. São Paulo, 2015.
ESCUDERO, Rafael. "La imposicion del déficit cero ante el paradigma del Estado constitucional", Analisi e Diritto, vol. VI, 2016, p. 225-247.
FERRAJOLI, Luigi. “Sobre la definición de ‘democracia’. Una discusión com Michelangelo Bovero.” In: Idem; BOVERO, Michelangelo. Teoría de la democracia. Dos perspectivas comparadas. México: Instituto Electoral Federal de México, 2001, p. 11-31.
GODOI, Marciano Seabra de; DANDE, João Victor Araújo. “Será Mesmo o Tributo uma Restrição a Direitos Fundamentais?”, Revista Direito Tributário Atual, vol. 50, ano 40, São Paulo: IBDT, 2022, p. 305-324.
HESSE, Konrad. Grundzüge des Verfassungsrechts der Bundrepublik Deutschland. 20. ed. Heidelberg: C.F. Müller, 1999.
KIRCHHOF, Paul. „Besteuerung und Eigentum“. In: HULST, Harry von der. [Ed]. Die Verfassungsgerichtsbarkeit im Gefüge der Staatsfunktionen. Besteuerung und Eigentum. Berlin: De Gruyter, 1980.
_____. Posfácio para a edição brasileira do livro “Besteuerung im Verfassungsstaat”. Tributação no Estado Constitucional. Tradução de Pedro Adamy. São Paulo: Quartier Latin, 2016.
LEÃO, Martha. O Direito fundamental de economizar tributos. São Paulo: Malheiros, 2018.
MUSIL, Andreas. “Steuerrecht und Verfassungsrecht”. In: BAER, Susanne. et al. (Ed.). Jahrbuch des Öffentlichen Rechts der Gegenwart. Tübingen: Mohr Siebeck, 2016, p. 443-455.
NABAIS, José Casalta. Por um Estado Fiscal suportável: estudos de direito fiscal. Coimbra: Almedina, 2005.
OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. “Formalismo e substantivismo tributário. Dever moral e obrigação jurídica. E a segurança jurídica?”. In: PRETO, Raquel Elita Alves. (Coord.). Tributação brasileira em evolução: Estudos em Homenagem ao Professor Alcides Jorge Costa. São Paulo: Editora IASP, 2015, p. 489-518.
PALAO TABOADA, Carlos. La protección constitucional de la propiedad privada como límite al poder tributario. In: Idem. Capacidad contributiva, no confiscatoriedad y otros estudios de derecho constitucional tributario. Cizur Menor: Aranzadi, 2018.
PAPIER, Hans-Jürgen. Besteuerungnd Eigentum, DVBl (1980), p. 787-797.
_____. Die Beeinträchtigungen der Eigentums- und Berufsfreiheit durch Steuern vom Einkommen und Vermögen, Der Staat (1972), Vol. 11, n. 4, p. 483-514.
PULIDO, Carlos Bernal. “O princípio da proporcionalidade da legislação penal”. In: SOUZA NETO, Cláudio Pereira de; SARMENTO, Daniel. A Constitucionalização do Direito. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 805-830.
RODI, Michael. Die Rechtfertigung von Steuern als Verfassungsproblem: dargestellt am Beispiel der Gewerbesteuer. München: Beck, 1994.
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.
SCHÖN, Wolfgang. “Grundrechtsschutz gegen den demokratischen Steuerstaat”. In: BAER, Susanne. et al. (Ed.). Jahrbuch des Öffentlichen Rechts der Gegenwart. Tübingen: Mohr Siebeck, 2016, p. 515-537.
_____. „Legalität, gestaltungsfreiheit und Belastungsgleichheit als Grundlagen des Steuerrechts“. In: HÜTTEMANN, Rainer (Org.). Gestaltungsfreiheit und Gestaltungsmissbrauch im Steuerrecht. Köln: Otto Schmidt, 2010, p. 29-63.
TRIBE, Laurence; DORF, Michael. On Reading the Constitution. Cambridge: Harvard University Press, 1991.
von ARNAULD, Andreas. Rechtssicherheit. Tübingen: Mohr Siebeck, 2006.
von ARNIM, Hans Herbert. „Besteuerung und Eigentum“. In: HULST, Harry von der. [Ed]. Die Verfassungsgerichtsbarkeit im Gefüge der Staatsfunktionen. Besteuerung und Eigentum. Berlin: De Gruyter, 1980, p. 286-360.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Martha Toribio Leão
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Direito Mackenzie pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos de publicação do conteúdo, sendo que a cessão passa a valer a partir da submissão do artigo, ou trabalho em forma similar, ao sistema eletrônico de publicações institucionais. A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. O conteúdo relatado e as opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.