Os Sentidos da Inclusão Escolar: Reflexões na Perspectiva da Psicologia Histórico-Vultural A Partir de um Estudo de Caso

Conteúdo do artigo principal

Claudia Gomes
Vera Lucia Trevisan de Souza

Resumo

Subsidiada pela teoria da subjetividade de Gonzalez Rey, esta pesquisa, caracterizada como estudo de caso, teve como objetivo compreender e explicar o processo de subjetivação de uma aluna de 7 anos de idade, com deficiência física, inserida em uma classe regular do ensino fundamental. Os procedimentos metodológicos utilizados foram observações, sistemas conversacionais e entrevistas de aprofundamento, realizados ao longo de nove meses, tempo em que as pesquisadoras permaneceu no campo. As informações acessadas foram organizadas em três eixos de análise: 1. eficiência encobre a deficiência, 2. incluir-se é se equiparar aos melhores alunos e 3. para incluir-se, vale todo e qualquer esforço de superação. Com base na análise desenvolvida, conclui-se que as relações de subjetivação da aluna são configuradas pela negação de sua deficiência e alteridade, o que configura e subjetiva o processo de inclusão como uma forma de apropriar-se das formas de exclusão – inclusive de sua própria deficiência.


 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Psicologia e Educação

Referências

Aguiar, W. M. J., & Ozella, S. (2006). Núcleo de significação como instrumento para a apreensão da constituição dos sentidos. Psicologia Ciência e Profissão, 26(2), 222-245.

Aguiar, W. M. J., & Ozella, S. (2013). Apreensão dos sentidos: aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 94(236), 299-322.

Almeida, M. A., Mendes, E. G., & Toyoda, C. Y. (2011). Inclusão escolar pela via da colaboração entre educação especial e educação regular. Educar em Revista, 41, 81-93.

Brasil. (2008). Política nacional de educação especial na perspectiva da inclusão. Brasília: Ministério da Educação e Cultura. Recuperado em 20 fevereiro, 2009, de www.portal.mec.gov.br.

Bueno, J. G. S. (2008). As políticas de inclusão escolar: uma prerrogativa da educação especial? In J. G. S. Bueno, G. M. L. Mendes & R. Santos (Orgs.). Deficiência e escolarização: novas perspectivas de análise (pp. 43-63). Araraquara: Junqueira e Marin.

Garcia, R. M. C. (2011). Política Nacional de Educação Especial nos anos 2000: a formação de professores e a hegemonia do modelo especializado. In K. R. M. Caiado, D. M. Jesus & C. R. Baptista. Professores e educação especial: formação em foco (pp. 65-78). Porto Alegre: Mediação.

Gonzalez Rey, F. (2002). Pesquisa qualitativa em psicologia – caminhos e desafios. São Paulo: Thomson. Gonzalez Rey, F. (2003). Sujeito e subjetividade. São Paulo: Thomson

Gonzalez Rey, F. (2004). O social na psicologia e a psicologia social – a emergência do sujeito. São Paulo: Vozes.

Gonzalez Rey, F. (2005). O valor heurístico da subjetividade na investigação psicológica. In F.

Gonzalez Rey (Org.). Subjetividade, complexidade e pesquisa em psicologia (pp. 27-51). São Paulo: Thomson.

Gonzalez Rey, F. (2012). O social como produção subjetiva: superando a dicotomia indivíduo/sociedade numa perspectiva cultural-histórica. Ecos: Estudos Contemporâneos da Subjetividade, 2(2), 167-185.

Souza, V. L. T., & Andrada, P. C. (2013). Contribuições de Vygotsky para a compreensão do psiquismo. Estudos de Psicologia. Campinas, 30(3), 355-365.

Vygotsky, L. S. (1996). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (1997). Los problemas fundamentales de la defectología contemporánea. In L. S. Vygotsky. Obras escogidas (Vol. 5). Madrid: Visor. (Obra original publicada em 1929).

Vygotsky, L. S. (2003). Psicologia pedagógica. Porto Alegre: Artmed.

Vygotsky, L. S. (2010). A questão do meio na pedologia (M. P. Vinha, Trad.). Psicologia USP, 21(4), 681-701.