Coparentalidade e o Comportamento da Criança em Diferentes Configurações Familiares
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Resumo
A qualidade do relacionamento coparental repercute no comportamento infantil em diferentes configurações familiares. O presente estudo, de corte transversal e amostra selecionada sob critérios de conveniência, objetivou investigar efeitos preditores das dimensões coparentais sobre aspectos do comportamento da criança em famílias casadas e divorciadas. Os 344 participantes com filhos entre 3 e 11 anos (261 de famílias casadas e 83 de famílias divorciadas) responderam à Escala de Relacionamento Coparental e ao Questionário de Capacidades e Dificuldades. Os resultados, a partir de regressão linear múltipla, indicaram que a variável tipo de família (casada ou divorciada) não foi preditora de nenhuma variável do comportamento da criança nos modelos estatisticamente significativos. Na amostra geral, o acordo coparental teve efeito estatisticamente significativo na redução de todos os problemas de comportamento infantil e no aumento da pró-sociabilidade. Nas famílias casadas, o acordo coparental foi um preditor negativo de todos os problemas de comportamento infantil, exceto os sintomas emocionais. Nas famílias divorciadas, o acordo parental foi um preditor negativo em relação à hiperatividade, problemas externalizantes e dificuldades gerais. O conflito coparental foi um preditor positivo dos problemas de conduta e dificuldades da criança na amostra geral, e dos sintomas emocionais e problemas internalizantes nas famílias divorciadas. O reconhecimento da parentalidade foi um preditor negativo dos sintomas emocionais, problemas de relacionamento com os pares e problemas internalizantes somente nas famílias casadas. Portanto, conclui-se que as dimensões coparentais, principalmente o acordo e o conflito, impactam o comportamento infantil de forma distinta em famílias casadas e divorciadas.
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