Politização e Formação em Serviço: Significados e Sentidos Atribuídos pelos Residentes em uma Residência Multiprofissional em Saúde Mental, na Bahia

Conteúdo do artigo principal

Monica Lima Jesus
Diego Araujo

Resumo

Neste artigo buscou-se compreender os sentidos e os significados produzidos pelos residentes de uma residência multiprofissional em saúde mental quando desempenham a função de facilitadores-cuidadores em oficinas/projetos que fomentam a politização do usuário e, supostamente, deles mesmos: oficina de geração de renda; reuniões técnicas do CAPS; projeto Grupo de Cidadania. Utilizaram-se entrevistas individuais e diário de campo. Os repertórios interpretativos foram submetidos à análise a luz das perspectivas da antropologia interpretativa e da prática discursiva e produções de sentido. Discutiu-se o pressuposto da politização como tendência educativa fértil para formação de profissionais de saúde mental comprometidos com os princípios e diretrizes do SUS, e particularmente, com a reforma psiquiátrica. Entendeu-se que a politização é expressa como elemento transversal da atuação/processo formativo dos residentes: como tecnologia relacional e como enfrentamento de uma cultura manicomial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

ALVERGA, A. R.; DIMENSTEIN, M. A reforma psiquiátrica e os desafios na desinstitucionalização na loucura. Interface – Comunic., Saúde, Educ., v. 10, n. 20, p. 299‑316, jul./dez. 2006.

BRASIL. Residência multiprofissional em saúde: experiências, avanços e desafios. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

CECCIM, R. B. “Ligar gente, lançar sentido: onda branda da guerra” – a propósito da invenção da residência multiprofissional em saúde. Interfaces: comunicação saúde educação, v. 13, n. 28, p. 213‑237, jan./mar. 2009.

DALLEGRAVE, D. No olho do furacão, na ilha da fantasia: a invenção da residência multiprofissional em saúde. 2008. Dissertação (Mestrado em Educação)–Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

DALLEGRAVE, D.; KRUSE, M. H. L. No olho do furacão, na ilha da fantasia: a invenção da residência multiprofissional em saúde. Interface, Botucatu, v. 13, n. 28, p. 213‑226 mar. 2009.

FAGUNDES, S. Águas da pedagogia da implicação: intercessões da educação para a política pública de saúde. 2006. Tese (Doutorado em Educação)–Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

GADOTTI, M. Pedagogia da práxis. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1998.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989.

LIMA, M. Ensino em serviço e cuidado em saúde mental: um estudo etnográfico sobre uma residência multiprofissional, na Bahia. Salvador: Fapesb, 2008‑2009. Projeto de pesquisa.

MERHY, E. O ato de governar as tensões constitutivas do agir em saúde como desafio permanente de algumas estratégias gerenciais. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p. 305‑314, 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 4 nov. 2007.

MERHY, E. O desafio da tutela e da autonomia: uma tensão permanente do ato cuidador. Disponível em: . Acesso em: 30 nov. 2011.

MICHAELIS. Moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 1998.

SILVA, M. A.; RAPOSO, L.; OSORIO, C. A articulação de saberes teóricos e práticos na análise e no desenvolvimento da atividade de cuidado. Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v. 12, n. 3, p. 95‑105, set./dez. 2010.

SIMONI, A. A formação dos profissionais de saúde nas equipes multiprofissionais: sobre a invenção de modos de trabalhar em saúde mental. 2007. Dissertação (Mestrado em Educação)–Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

SOUZA, W. S. Associações civis em saúde mental no Rio de Janeiro: democratizando os espaços sociais. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, p. 933‑939, 2001.

SPINK, M. J. Práticas discursivas e produção de sentido. In:______. Práticas discursivas e produção de sentido no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. São Paulo: Cortez, 2000. p. 41‑62.

SPINK, M. J.; MEDRADO, B. Produção de sentidos no cotidiano: uma abordagem teórico‑metodológica para análise das práticas discursivas. In: SPINK, M. J. Práticas discursivas e produção de sentido no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. São Paulo: Cortez, 2000.

TIKANORY, R. Contratualidade e reabilitação psicossocial. In: PITTA, A. Reabilitação psicossocial no Brasil. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 2001. p. 55‑59.

VASCONCELOS, E. M. O controle social na reorientação do modelo assistencial em saúde mental no Brasil atual. In: ______. (Org.). Cadernos de textos de apoio da III Conferência Nacional de Saúde Mental. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. p. 42‑54.