Viver e Morrer: Um Embate entre o Ego e o Superego

Resumo

Trata de uma reflexão sobre o papel do ego e do superego em decisões nas quais a opção entre viver e morrer é premente. Para tanto, lança-se mão da revisão do conceito de superego de Bion. Este “superego se opõe a todo desenvolvimento em bases científicas e se rege por uma moralidade, por normas e valores próprios que são firmados a partir de uma superioridade destrutiva” (Zimerman, 1995:65). Foram analisados, sob o vértice psicanalítico, três personagens históricos, em seus momentos cruciais de decisão e correlacionados com um caso clínico em que se manifesta uma luta entre a preservação da vida, função primordial do ego, e a preservação de valores morais e éticos, prerrogativa do superego. Foram apresentados os julgamentos do filósofo Sócrates, do cientista Galileu Galilei e do fazendeiro John Proctor, personagem da peça As Bruxas de Salem. Concluiu-se que dependendo do vértice escolhido pode-se reforçar atitudes superegóicas destrutivas com aparente consideração à verdade, ou fortalecer atitudes egóicas que resultem em respeito e melhora nas condições de vida.