Riscos Corporativos na Cadeia de Valor:
Rupturas de fornecimento Causadas Pela Pandemia Da COVID-19 e pelo Conflito Rússia/Ucrânia sobre a Distribuição de Lubrificantes Automotivos no Brasil
Palavras-chave:
Gestão de Riscos corporativos, Cadeia de Suprimentos, Contratos de Exclusividade, ruptura de fornecimentoResumo
O objetivo do artigo é analisar a suscetibilidade de canais de distribuição a rupturas no fornecimento, e identificar se a adoção de contratos de exclusividade aumenta a possibilidade de rupturas no fornecimento em comparação aos canais de distribuição não-exclusivos.
Para alcançar esse objetivo, foi empregada uma abordagem qualitativa, utilizando o método de estudo de caso. A análise baseou-se em dados secundários do mercado brasileiro de lubrificantes automotivos, coletados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Foram examinados os impactos de dois eventos globais: a pandemia da COVID-19 (2020-2021) e o conflito entre Rússia e Ucrânia (a partir de 2022). Os dados de participação de mercado de 2019 a 2022 foram comparados para avaliar o impacto das interrupções de fornecimento nos canais de distribuição.
Os resultados indicaram que canais de distribuição com contratos de exclusividade foram mais suscetíveis a rupturas no fornecimento, resultando em perdas de participação de mercado durante as crises analisadas. Em contrapartida, canais não-exclusivos mostraram maior resiliência, registrando ganhos de mercado.
As principais contribuições incluem uma análise prática e teórica da gestão de riscos na cadeia de suprimentos e apontam que a centralização de poder em contratos exclusivos aumenta a exposição a riscos corporativos. Indica também que empresas devem adotar estratégias coordenadas de gestão de riscos para mitigar vulnerabilidades e garantir a continuidade das operações em contextos de alta incerteza. O artigo propõe futuras pesquisas para explorar outros tipos de riscos corporativos e aumentar compreensão dos desafios e estratégias na gestão de cadeias de suprimentos.
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