A Concentração Acionária No Brasil: Análise Dos Impactos No Desempenho, Valor E Risco Das Empresas

Autores

  • Thiago de Ávila Marques Universidade Federal de Uberlândia - UFU
  • Thayse Machado Guimarães Universidade Federal de Uberlândia - UFU
  • Fernanda Maciel Peixoto Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Palavras-chave:

Efeito-incentivo. Efeito-entrincheiramento. Valor. Desempenho. Risco.

Resumo

A estrutura de governança corporativa no Brasil é marcada pela forte concentração do direito de propriedade e controle em um acionista ou um bloco de controle. A teoria retrata os potenciais impactos da concentração acionária sobre o desempenho corporativo por meio das definições de efeito-incentivo e efeito-entrincheiramento. Inicialmente, a existência de um controlador tende a reduzir os custos de agência incorridos pela empresa e, portanto, representa benefícios a ela. No entanto, níveis elevados de concentração acionária podem implicar em expropriação dos minoritários.  Além de verificar empiricamente a eficácia de um mecanismo de governança corporativa para o desempenho, este estudo buscou avaliar em que medida a estrutura de propriedade afeta o risco e o valor das empresas.  Neste sentido, o objetivo principal da pesquisa foi investigar a relação entre a estrutura de propriedade e controle e valor, desempenho e risco das empresas brasileiras não-financeiras listadas na BM&FBovespa entre os anos de 2004 a 2012. A pesquisa se classifica como descritiva, quantitativa e utilizou dados secundários, coletados do banco de dados Economática®, do site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da BM&FBovespa. Os procedimentos econométricos envolveram o uso do modelo de regressão com dados em painel. Os resultados demonstraram relação negativa e estatisticamente significativa entre concentração do direito de voto e valor de mercado (medido pelo Q de Tobin), corroborando Claessens et al. (2002) e o efeito entrincheiramento. As variáveis de desempenho (ROA e EBITDA) e risco (volatilidade do retorno das ações) não foram afetadas de forma estatisticamente significativa pela concentração acionária. Em relação às dummies de crise, e considerando em especial a crise de 2008, a significância e o sinal negativo na especificação de valor indicam que na ocorrência de choques de retorno, as estruturas mais concentradas penalizam o valor da firma. Por sua vez, nos modelos cuja variável resposta foi o risco, as dummies alternaram de sinal conforme o período, ou seja, no auge do choque as empresas mais concentradas apresentaram maior volatilidade, mas, após o período agudo de crise, essa mesma estrutura de propriedade e controle reduziu a volatilidade.

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Biografia do Autor

Thiago de Ávila Marques, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Mestrando em Administração (área de Gestão Financeira e Controladoria) na Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia

Thayse Machado Guimarães, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Mestranda em Administração (área de Gestão Financeira e Controladoria) na Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia.

Fernanda Maciel Peixoto, Universidade Federal de Uberlândia - UFU

Doutora em Administração pelo Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

Professora Doutora na Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia

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Publicado

2015-09-01

Edição

Seção

Finanças Estratégicas