Uma Sociologia (Jurídica) dos Muros:
The Wall e a Alienação do Direito
Resumo
O presente artigo tem por objeto definir o que se pode considerar como uma sociologia dos muros. Seu objetivo, portanto, é o de demonstrar que o Direito consiste em uma relação interdependente entre suas operações suas comunicações externas. A pesquisa é realizada a partir de uma revisão bibliográfica e com base nas possíveis conexões entre o Direito e o Rock (The Wall). O processo do artigo é construído de modo exploratório ante as escassas produções intelectuais a respeito do tema. O resultado atingido possibilita chegar à conclusão de que uma Sociologia dos Muros, inclusive nas ciências criminais, é o resultado de processos de inclusão e de exclusão na medida em que os muros são erigidos nas mais diversas esferas sociais.
Referências
AMADO, J. A. G. Le societé et le droit chez Niklas Luhmann. In: ARNAUD, A.-J.; GUIBENTIF, P. (org.).
Niklas Luhmann, observateur du droit: um recueil. Paris: Librairie Génerale de Droit e de Jurisprudence,
ANDERSEN, N. A. Contract as form of intersystemic communication. In: FEBBRAJO, A.; HARSTE,
G. (ed.). Law and intersystemic communication: understanding “Structural Coupling”. Surrey: Ashgate,
p. 129-154.
BORA, A. Capacidade de lidar com o futuro e responsabilidade por inovações – para o trato social com
a temporalidade complexa. In: SCHWARTZ, G. (org.). Juridicização das esferas sociais e fragmentação do
direito na sociedade contemporânea. Porto Alegre: Livraria da Advogado, 2012. p. 127-146.
CLAM, J. Questões fundamentais de uma teoria da sociedade. Contingência, paradoxo, só-efetuação.
São Leopoldo: Editora Unisinos, 2006.
CLAM, J. A Autopoiese no direito. In: ROCHA, L. S.; SCHWARTZ, G.; CLAM, J. Introdução à teoria do
sistema autopoiético do direito. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2013. p. 77-128.
FEBBRAJO, A. Introduction. In: FEBBRAJO, A.; HARSTE, G. (ed.). Law and intersystemic communication:
understanding “Structural Coupling”. Surrey: Ahsgate, 2013. p. 1-16.
FLOYD, P. The wall. Reino Unido, Estados Unidos: Harvest Records, Columbia,1979.
FRIEDMAN, L. M. The legal system. A social science perspective. 2. ed. New York: Russel Sage Foundation, 1987.
FRIEDMAN, L. M. Direito, tecnologia e o efeito borboleta. In: SCHWARTZ, G.; COSTA, R. A. da. (org.).
Sociology of Law on the move. Canoas: Editora Unilasalle, 2017. p. 109-126.
GUERRA FILHO, W. S. Da diferença entre sonhar com guitarras ou com ovelhas elétricas. In:
SCHWARTZ, G.; GUERRA FILHO, W. S. Another brick in the law. Ensaios sobre direito & rock. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2016. p. 207-227.
GUIBENTIF, P. Os direitos subjetivos na teoria de Niklas Luhmann. In: SCHWARTZ, G. (ed.). Juridicização das esferas sociais e fragmentação do direito na sociedade contemporânea. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2012. p. 171-188.
HYDEN, H. Perspectivas em Sociologia do Direito. In: SCHWARTZ, G.; COSTA, R. A. da. (org.). Sociology of Law on the move. Canoas: Editora Unilasalle, 2017.
KING, M. A verdade sobre a autopoiese no direito. In: ROCHA, L. S.; KING, M.; SCHWARTZ, G.
A verdade sobre a autopoiese no direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009. p. 41-98.
LUHMANN, N. The future cannot begin: temporal structures in modern society. Social Research,
v. 43, n. 1, p. 130-152, 1976.
LUHMANN, N. Sociologia do direito. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1983. v. 1.
LUHMANN, N. Closure and openess: on reality in the world of Law. In: TEUBNER, G. (ed.). Autopoietic
law: a new approach to Law and society. Berlin: Walter de Gruyter, 1988. p. 1- 25.
LUHMANN, N. A improbabilidade da comunicação. Lisboa: Vega, 1993.
LUHMANN, N. Das Recht der Gesellschaft. Frankfurt: Suhrkampf, 1997.
LUHMANN, N. Sistemas sociales. Lineamientos para una teoría general. Traducción Silvia Pappe y
Brunhilde Erker. Barcelona: Rubí; Ciudad de México: Anthropos; Santafé de Bogotá: Ceja, 1998.
LUHMANN, N. La sociedad de la sociedad. Traducción Javier Torres Nafarrate. Ciudad de México:
Herder, 2007.
LUHMANN, N. Introdução à teoria dos sistemas. Petrópolis: Vozes, 2011.
LUHMANN, N.; DE GIORGI, R. Teoria della società. Milano: FrancoAngeli, 2000.
LUHMANN, N.; RASCH, W. (ed.). Theories of distinction. Redescribing the descriptions of modernity.
Introduction William Rasch. Stanford: Stanford University Press, 2002.
MANSILLA, D. R.; NAFARRATE, J. T. El derecho de la sociología de la sociedad. In: STAMFORD, A.
Sociologia do direito. Na prática e na teoria. Curitiba: Juruá, 2007. p. 135-202.
MARQUEZE, G. M. de C. The wall: uma análise da adaptação da obra fonográfica para o cinema. Revista
de Estudos Universitários, v. 42, n. 1, p. 95-109, 2015.
MASCAREÑO, A. Die moderne lateinamerikas. Weltgesellschaft, Region und funktionale Differenzierung. Bielefeld: Verlag, 2012.
NEVES, M. Da autopoiese à alopoiese do direito. In: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
(ed.). Anuário de mestrado em Direito da Universidade Federal de Pernambuco. Recife: Ufpe, 1992. v. 5,
p. 273-298.
NEVES, M. Aumento de complexidade nas condições de insuficiente diferenciação funcional: o paradoxo do desenvolvimento social da América Latina. In: SCHWARTZ, G. (org.). Juridicização das esferas
sociais e fragmentação do direito na sociedade contemporânea. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.
p. 199-208.
NOBLES, R.; SCHIFF, D. Observing law through systems theory. Oxford, Portland Oregon: Hart, 2013.
OST, F. O tempo do direito. Lisboa: Piaget, 1999.
PHILIPPOPOULOS-MIHALOPOULOS, A. Niklas Luhmann. Law, justice, society. New York: Routledge,
ROCHA, L. S. Direito, cultura, política e democracia. In: ROCHA, L. S.; STRECK, L. L. Anuário do Programa de Pós-Graduação em Direito: mestrado e doutorado. São Leopoldo: Unisinos, 2000, p. 141-157.
ROCHA, L. S. Da epistemologia jurídica normativista ao construtivismo sistêmico II. In: ROCHA, L. S.;
SCHWARTZ, G.; CLAM, J. Introdução à teoria do sistema autopoiético do direito. Porto Alegre: Livraria
do Advogado, 2013. p. 11-44.
ROCHA, L. S.; FLORES, L. G. G. Direito e rock em uma aproximação contradogmática. In: SCHWARTZ,
G.; GUERRA FILHO, W. S. Another brick in the law. Ensaios sobre direito & rock. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2016. p. 117-142.
SCHWARTZ, G. O tratamento jurídico do risco no direito à saúde. Porto Alegre: Livraria do Advogado,
SCHWARTZ, G. Autopoiese e direito: auto-observações e observações de segundo grau. In: ROCHA,
L. S.; KING, M.; SCHWARTZ, G. A verdade sobre a autopoiese no direito. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2009. p. 99-144.
SCHWARTZ, G. Direito & rock: o BRock e as expectativas normativas da Constituição de 1988 e do
Junho de 2013. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2014.
SCHWARTZ, G. As constituições estão mortas? Momentos constituintes e comunicações constitucionalizantes dos novos movimentos sociais do século XXI. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2020.
SCHWARTZ, G.; COSTA, R. A. da. As Constituições em tempos de transformações sociais: o acoplamento entre o direito e a política. Revista Jurídica, v. 4, n. 53, p. 374-395, 2018.
SCHWARTZ, G.; GUERRA FILHO, W. S. Another brick in the law. Ensaios sobre sireito & rock. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2016.
SCHWARTZ, G.; PŘIBÁ , J.; ROCHA, L. S. Sociologia sistêmico-autopoiética das Constituições. Porto
Alegre: Livraria do Advogado, 2015.
SILVA, F. S. A. da. Pink Floyd – The wall: uma distopia do auto isolamento no longa-metragem de 1982.
Em Tempo de Histórias, n. 37, p. 526-547, 2020.
STAMFORD, A. Decisão jurídica na comunicativação. São Paulo: Almedina, 2021.
STRECK, L. L. O que é isto – decido conforme minha consciência? Porto Alegre: Livraria do Advogado,
TEUBNER, G. O direito como sistema autopoiético. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.
TEUBNER, G. Pour une épistémologie constructiviste du droit. Annales Histoire, Sciences Sociales, v. 6,
p. 1149-1169, 1992.
WEBER, M. Economia e sociedade. Brasília: Editora UnB, 1999. v. 2.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Germano Schwar, Renata Almeida da Costa
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Direito Mackenzie pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos de publicação do conteúdo, sendo que a cessão passa a valer a partir da submissão do artigo, ou trabalho em forma similar, ao sistema eletrônico de publicações institucionais. A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores. O conteúdo relatado e as opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.