A Escuta de Pais nas Entrevistas Preliminares com Crianças: Algumas questões iniciais

Conteúdo do artigo principal

Andrea Gabriela Ferrari
Rose Gurski
Milena da Rosa Silva

Resumo

Este escrito discute os efeitos da escuta de pais nas Entrevistas Preliminares da criança para o início do tratamento. Foram analisadas as entrevistas realizadas com uma mãe que pede atendimento psicológico para seu filho por queixa de hiperatividade. Parte-se do pressuposto de que, algumas vezes, o sintoma apresentado pela criança revela aspectos mal elaborados do processo de recalcamento da história infantil dos pais. Pensamos que o trabalho com quem demanda atendimento para a criança permite recompor o que de seu infantil ficou fraturado, e, a partir de uma operação de elaboração permitida pela rememoração, este possibilita que os pais autorizem a criança a demandar tratamento em nome próprio. Consideramos as Entrevistas Preliminares realizadas com os pais um dispositivo potente que permite o reposicionamento das funções parentais frente à demanda de atendimento para o filho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Psicologia Clínica

Referências

Araújo, M. L. (2001). O discurso dos pais na clínica psicanalítica com crianças: signi-ficantes transgeracionais em questão. Colóquio do LEPSI IP/FE-USP, São Paulo, SP, Brasil, 3. Recuperado em 27 fevereiro, 2017, de http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032001000300025&lng=en&nrm=abn.

Bernardino, L. (2004). As psicoses não decididas na infância. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Dolto, F. (2010). A imagem inconsciente do corpo. São Paulo: Perspectiva.

Ferrari, A. G. (2012, dezembro). Sintoma da criança, atualização do processo cons-titutivo parental?. Tempo psicanalítico, 44(2), 299-319.

Flesler, A. (2012). A psicanálise de crianças e o lugar dos pais. Rio de Janeiro: Zahar.

Freud, S. (1990a). Sobre la dinámica de la trasferencia. In J. Strachey (Org.). Obras completas (pp. 93-106). Buenos Aires: Amorrortu. (Trabalho original publicado em 1912)

Freud, S. (1990b). Inhibición, sintoma y angustia. In J. Strachey (Org.). Obras com-pletas (pp. 71-161). Buenos Aires: Amorrortu. (Trabalho original publicado em 1925).

Hamad, N. (2001). A psicanálise com crianças entre Freud e Lacan. In M. C. Vidal (Org.). Quando chega ao final a análise com uma criança? (pp. 129-144). Salva-dor: Ágalma.

Lévy, R. (2008). O infantil na psicanálise, o que entendemos por sintoma na criança. Rio de Janeiro: Vozes.

Mannoni, M. (1999). A criança, sua doença e os outros. São Paulo: Via Lettera.

Mannoni, M. (2004). A primeira entrevista em psicanálise. Rio de Janeiro: Elsevier.

Oliveira, L. G. M. de. (1996). A transferência no trabalho com os pais na instituição. Estilos da Clinica, 1(1), 34-45. Recuperado em 27 fevereiro, 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-71281996000100004&lng=pt&tlng=pt.

Quinet, A. (1991). As 4+1 Condições da Análise. Rio de Janeiro: Zahar.

Sei, M. B., Souza, C. G. P., & Arruda, S. L. S. (2008). O sintoma da criança e a dinâ-mica familiar: orientação de pais na psicoterapia infantil. Vínculo, 5(2), 194-207. Recuperado em 27 fevereiro, 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-24902008000200009&lng=pt&tlng=pt.

Wiles, J. M., & Ferrari, A. G. (2015). Clínica nos bastidores: o trabalho com os pais na clínica psicanalítica com crianças. Psicologia Clínica, 27(2), 103-119. Recupera-do em 27 fevereiro, 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652015000200006&lng=pt&tlng=pt.

Zornig, S. (2000). A criança e o infantil em psicanálise. São Paulo: Escuta