Frida Kahlo: Considerações sobre o Trauma e a Reinvenção do Corpo

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Eduardo Bernardes Nogueira
Gustavo Adolfo Ramos de Mello Neto

Resumo

Este artigo tem como objetivo compreender a relação entre o corpo e o trauma na vida e obra da pintora mexicana Frida Kahlo. Adotamos como objeto de análise, análise psicanalítica, seus autorretratos – mais precisamente A coluna quebrada, de 1944. Do ponto de vista do método, utilizamos a noção de psicanálise extramuros ou extraclínica, que diz respeito a estudos em que o que se analisa não advém diretamente da clínica, mas da cultura. O que, então, se supôs serem traumas de Frida Kahlo foi tratado a partir da ideia de reconstrução do corpo sexual por meio da arte. Um acidente de ônibus aos 18 anos parece ter reativado o trauma da poliomielite, que sofrera aos 6 anos, fazendo retornar à artista o problema de seu corpo frágil. Neste sentido, a arte aparece como modo de lidar com este trauma ao mesmo tempo que simula um corpo, lócus originário da sexualidade.

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Como Citar
Nogueira, E. B., & Neto, G. A. R. de M. (2016). Frida Kahlo: Considerações sobre o Trauma e a Reinvenção do Corpo. Revista Psicologia: Teoria E Prática, 18(2), 34–45. https://doi.org/10.15348/1980-6906/psicologia.v18n2p34-45
Seção
Psicologia Clínica

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