Paternidade em Tempos de Mudança

Conteúdo do artigo principal

Ana Cristina Pontello Staudt
Adriana Wagner

Resumo

A contemporaneidade pode ser classificada pela complexidade, sendo a diversidade das relações interpessoais um dos marcos destes novos tempos. Nesse sentido, vivemos em um momento de dúvidas quanto ao ser e estar no mundo, onde os papéis sociais e familiares estão cada vez menos definidos. Assim, este estudo discute como o homem vem se adaptando a essas transformações, mais especificamente quanto ao ser pai. Utilizando o referencial sistêmico de compreensão da realidade, que considera que a paternidade é construída na inter-relação de aspectos macro e microssistêmicos do contexto socio-histórico-cultural em que se encontra, percebe-se que a definição de pai na contemporaneidade tem se tornado cada vez mais elástica e difusa. Atualmente, coexistem elementos que reforçam a manutenção de uma estrutura tradicional nas relações, sendo a mãe a principal responsável pela família, e outros que atendem a uma demanda de maior inclusão e participação do homem na vida privada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Staudt, A. C. P., & Wagner, A. (2008). Paternidade em Tempos de Mudança. Revista Psicologia: Teoria E Prática, 10(1), 174–185. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/750
Seção
Artigos

Referências

ANDERSON, D. A.; HAMILTON, M. Gender role stereotyping of parents in children’s picture books: the invisible father. Sex Roles, Pittsburgh, v. 52, p. 145-151, 2005.

ARENT, M. A crise do macho. In: STREY, M. N. (Coord.). Gênero por escrito: saúde, identidade e trabalho. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999.

BADINTER, E. Um é o outro. Rio de Janeiro: Imago, 1986.

BADINTER, E. Um amor conquistado – o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

BORNHOLDT, E. A. Inicio de la intercción padre-bebé: perspectiva histórica, política, social y académica. 2006. Tesis (Doctorado) – Universidad del Salvador, Buenos Aires, 2006.

BRONFENBRENNER, U. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

CHORVAT, I. Towards some aspects of childcare and housework from the gender perspective. Sociologia, v. 38, n. 1, p. 31-48, 2006.

COLTRANE, S. The package deal: marriage, work and fatherhood in men’s lives. Men and Masculinities, Stony Brook, vol. 8, n. 3, p. 380-381, 2006.

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. 32. ed. Comp. de Armando Casimiro Costa, Irani Ferrari, Melchíades Rodrigues Martins. São Paulo: LTr, 2005. Correção confirmada.

COSTA, G. P. A cena conjugal. Porto Alegre: Artmed, 2000.

DEUTSCH, F. M. Equally shared parenting. Current Directions in Psychological Science, Rochester, v. 10, p. 156-159, 2001.

DIEHL, A. O homem e a nova mulher: novos padrões sexuais de conjugalidade. In: WAGNER, A. (Org.). Família em cena: tramas, dramas e transformações. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

DUDOVA, R. Old obligations in the modern world: the father as provider before and after divorce. Sociologicky Casopis-Czech Sociological Review, v. 42, n. 3, p. 573 590, 2006.

FALCKE, D.; WAGNER, A. A dinâmica familiar e o fenômeno da transgeracionalidade: definição de conceitos. In: WAGNER, A. (Org.). Como se perpetua a família? A transmissão dos modelos familiares. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005.

FLECK, A. C.; FALCKE, D.; HACKNER, I. T. Crescendo menino ou menina: a transmissão dos papéis de gênero na família. In: WAGNER, A. (Org.). Como se perpetua a família? A transmissão dos modelos familiares. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005.

FREIJÓ, E. A. Familia y desarrollo psicológico. Madri: Pearson Prentice Hall, 2004.

GOMES, A. J. S.; RESENDE, V. R. O pai presente: o desvelar da paternidade em uma família contemporânea. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Universidade de Brasília, v. 20, p. 119-125, 2004.

GRACIA, E.; MUSITO, G. Psicologia social de la familia. Barcelona: Paidós, 2000.

GRZYBOWSKI, L. S. Famílias monoparentais: mulheres divorciadas chefes de família. In: WAGNER, A. (Org.). Família em cena: tramas, dramas e transformações. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

HALFORD, S. Collapsing Boundaries? Fatherhood, Organization and Home-Working. Gender Work & Org, v. 13, p. 383-402, 2006.

HENWOOD, K.; PROCTER, J. The ‘good-father’: reading men’s accounts of paternal involvement during the transition to first-time fatherhood. British Journal of Social Psychology, Oxford, v. 42, p. 337-356, 2003.

JABLONSKY, B. Identidade masculina e o exercício da paternidade: de onde viemos e para onde vamos. In: FERES-CARNEIRO, T. (Org.). Casal e família: entre a tradição e a transformação. Rio de Janeiro: Nau, 1999.

JOHNSON, M. K. Family roles and work values: processes of selection and change. Journal of Marriage and the Family, Minneapolis, v. 67, n. 2, p. 352-369, 2005.

LAMB, M. The changing roles of fathers. In: LAMB, M. The father’s role: applied perspectives. New York: University of Utah, 1986.

MACHADO, P. S. O sexo dos anjos: um olhar sobre a anatomia e a produção do sexo (como se fosse) natural. Cadernos Pagu, Campinas, v. 24, p. 249-281, 2005.

MELER, I. La masculinidad. Diversidad y similitudes entre los grupos humanos. In: BURIN, M.; MELER, I. (Org.). Varones: género y subjetividad masculina. Buenos Aires: Paidós, 2000.

MIALL, C.; MARCH, K. A comparison of biological and adoptive mothers and fathers: the relevance of biological kinship and gendered constructs of parenthood. Adoption Quarterly, Tallahassee, v. 6, n. 4, p. 7-39, 2003.

MORAES, M. C. Pensamento ecossistêmico: educação, aprendizagem e cidadania no século XXI. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

MORGAN, D. H. J. Men in families and households. In: SCOTT, J.; TREAS, J.; MARTIN, R. (Eds). The blackwell companion to the sociology of families. Malden, MA, US: Blackwell Publishing, p. 374-393, 2004.

MOTA, M. P. Gênero e sexualidade: fragmentos de identidade masculina nos tempos da Aids. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 145-155, 1998.

OLIVEIRA, A. F.; PELLOSO, S. M. Paradoxo e conflitos frente ao direito de ser mulher. Acta Scientiarum. Health Sciences, Maringá, v. 26, n. 2, p. 279-286, 2004.

PARKE, R. El papel del padre. Madrid: Morata, 1998.

RIDENTI, S. G.; MEDRADO, B. (Orgs.). Homens e masculinidades: outras palavras. São Paulo: Ecos/Editora, 1998.

SILVERSTEIN, L. B.; AUERBACH, C. F.; LEVANT, R. F. Contemporary fathers reconstructing masculinity: Clinical implications of gender role strain. Professional Psychology: Research and Practice, Kansas, v. 33, n. 4, p. 361-369, 2002.

UNBEHAUM-RIDENTI, S. G. A desigualdade de gênero nas relações parentais: o exemplo da custódia dos filhos. In: ARILHA, M.; RIDENTE, S. G. U.; MEDRADO, B. (Orgs.). Homens e masculinidade: outras palavras. São Paulo: ECOS/Editora 34, 1998. p. 163-184.

UNBEHAUM-RIDENTI, S. G. Paternidades e masculinidades em contextos diversos. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 632-633, 2001.

VASCONCELLOS, M. J. V. Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência. São Paulo: Papirus, 2002.

WAGNER, A. (Org.). Família em cena: tramas, dramas e transformações. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.