Espaços Externos para Brincar: O Olhar das Crianças através de Fotos

Conteúdo do artigo principal

Ilka Dias Bichara
João Gabriel Nunes Modesto
Dhiego Alves França
Silvia Sales Medeiros
Gabriela Souza Cotrim

Resumo


As ruas e os espaços públicos nas grandes cidades têm sido percebidos pelos adultos como impróprios para crianças em virtude da violência e do movimento de pessoas e veículos. Verifica-se então, tendência a interiorização e institucionalização dos espaços de brincadeiras. Com o objetivo de investigar, através do olhar das próprias crianças, quais os seus lugares externos para brincar, 39 crianças, meninos e meninas de status sócio-econômico baixo e médio, moradoras na cidade de Salvador, fotografaram seus locais preferidos para brincar fora de casa e da escola e foram entrevistadas sobre os conteúdos das fotografias registradas e sobre quais brincadeiras ali eram desenvolvidas. Os resultados indicam que a região na frente das casas e playgrounds de edifícios foram os mais escolhidos. Nesses lugares as crianças relataram brincar mais de jogos de competição, faz-de-conta e brincadeiras de rua, utilizando majoritariamente elementos existentes nos locais como passeios e escadas.


Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

BEACH, B. A. Rural children’s play in the natural environment. Play & Culture Studies, v. 5, p.183-194, 2003.

BERALDO, K. E. A.; CARVALHO, A. M. A. Na cidade grande. In: CARVALHO, A. M. A. et al. (Org.). Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. p. 157-185.

BICHARA, I. D. Apropriação e ressignificação de espaços e equipamentos urbanos: um outro ângulo para os estudos sobre contextos de brincadeiras. In: SIMPSODES, 2005, Vitória. Anais... Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, 2005. p. 29-36.

BICHARA, I. D. et al. Brincadeiras em contexto urbano: um estudo em dois logradouros em salvador (BA). Boletim Academia Paulista de Psicologia, v. 26, p. 39-52, 2006.

COTRIM, G. S. et al. Espaços urbanos para (e das) brincadeiras: um estudo exploratório na cidade de Salvador (BA). Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v. 11, p. 50-61, 2009.

ELSLEY, S. Children’s experience of Public Space. Children & Society, v. 1, p. 155-164, 2004.

FIAES, C. S. et al. Gênero e brincadeira em parquinhos públicos de Salvador (BA). Interação em Psicologia, v. 14, n. 1, p. 31-41, 2010.

HARPER, L.; SANDERS, K. Preschool children’s use of space: Sex differences in outdoor play. Developmental Psychology, v. 11, p. 119, 1975.

JOHNSON, J. E.; CHRISTIE, J. F.; YAWKEY, T. D. Play and early childhood development. New York: Longman 2. ed., 1999.

KARSTEN, L. Children’s use of public space: the gendered world of the playground. Childhood, v. 10, p. 457-473, 2003.

KARSTEN, L.; VLIET, W. V. Children in the city: reclaiming the street. Children, Youth and Environments,v. 16, supl. 1, p. 151-167, 2006.

KOBARG, A. P. R.; KUHNEN, A.; VIEIRA, M. L. Importância de caracterizar contextos de pesquisa: diálogos com a psicologia ambiental. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, v. 18, supl. 1, p. 87-92, 2008.

LEVY, G. D.; TAYLOR, M. G., GELMAN, S. A. Traditional and evaluative aspects of flexibility in gender roles, social conventions, moral rules, and physical laws. Child Development, v. 66, p. 515-531, 1995.

LORDELO, E. R. Contexto e desenvolvimento humano: quadro conceitual. Apresentação. In: LORDELO, E. R.; CARVALHO, A. M. A.; KOLLER, S. H. (Org.). Infância brasileira e contextos de desenvolvimento. São Paulo: Casa do Psicólogo; Salvador: EDUFBA, 2002. p. 5-18.

MENEGHINI, R.; CAMPOS-DE-CARVALHO, M. Arranjo espacial na creche: espaços para interagir, brincar isoladamente, dirigir-se socialmente e observar o outro. Psicologia: reflexão e crítica, v. 16, supl. 2, p. 367-378, 2003.

MIN, B.; LEE, J. Children’s neighborhood place as a psychological and behavioral do-main. Journal of Environmental Psychology, v. 26, p. 51-71, 2006.

RASMUSSEN, K. Places for children – Children’s places. Childhood,v. 11, supl. 2, p. 155-173, 2004.

SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; LUCIO, P. B. Metodologia de pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.

SILVA, L. I. C. et al. Diferenças de gênero nos grupos de brincadeiras na rua: a hipótese de aproximação unilateral. Psicologia: reflexão e crítica, v. 19, n. 1, p. 114-121, 2006.

SUTTON-SMITH, B. Play as a parody of emotional vulnerability. Play & Culture Studies, v. 5, p. 3-17, 2003.

VALENTINE, G. “Oh yes I can.” “Oh no you can’t”: Children and parents understandings of kids competence to negotiate public space safely. Antipode, v. 29, supl. 1, p. 65-89, 1997.