Subvertendo a Avaliação Psicológica: O Emprego do Procedimento de Desenhos-Estórias em um Paciente com Gagueira

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Irma Helena Ferreira Benate Bomfim
Valéria Barbieri

Resumo

As áreas clínica e de avaliação psicológica, embora mantenham estreito contato, nem sempre se relacionam harmonicamente, e muitas vezes os conhecimentos nelas produzidos se contradizem. Este trabalho abordou uma dessas situações, referente ao diagnóstico de um paciente com gagueira. Embora a avaliação psicológica sustente a inadequação do uso de técnicas verbais para esses indivíduos, a clínica revelou os malefícios causados quando eles são poupados de falar. Assim, é apresentada a avaliação de um paciente disfluente, realizada por meio de uma entrevista e do procedimento de desenhos-estórias. Os dados foram analisados sob o referencial psicanalítico, agregado a estudos referentes à dimensão subjetiva da gagueira. A avaliação revelou conteúdos relacionados à condição psíquica do paciente como o sofrimento e os ganhos ocasionados pela patologia. São debatidas as limitações e potencialidades do procedimento de desenhos-estórias na compreensão da subjetividade da pessoa disfluente, bem como os benefícios terapêuticos que ele proporcionou ao paciente.

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Como Citar
Bomfim, I. H. F. B. ., & Barbieri, V. (2009). Subvertendo a Avaliação Psicológica: O Emprego do Procedimento de Desenhos-Estórias em um Paciente com Gagueira. Revista Psicologia: Teoria E Prática, 11(2), 17–37. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/1655
Seção
Artigos

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