Subvertendo a Avaliação Psicológica: O Emprego do Procedimento de Desenhos-Estórias em um Paciente com Gagueira
Conteúdo do artigo principal
Resumo
As áreas clínica e de avaliação psicológica, embora mantenham estreito contato, nem sempre se relacionam harmonicamente, e muitas vezes os conhecimentos nelas produzidos se contradizem. Este trabalho abordou uma dessas situações, referente ao diagnóstico de um paciente com gagueira. Embora a avaliação psicológica sustente a inadequação do uso de técnicas verbais para esses indivíduos, a clínica revelou os malefícios causados quando eles são poupados de falar. Assim, é apresentada a avaliação de um paciente disfluente, realizada por meio de uma entrevista e do procedimento de desenhos-estórias. Os dados foram analisados sob o referencial psicanalítico, agregado a estudos referentes à dimensão subjetiva da gagueira. A avaliação revelou conteúdos relacionados à condição psíquica do paciente como o sofrimento e os ganhos ocasionados pela patologia. São debatidas as limitações e potencialidades do procedimento de desenhos-estórias na compreensão da subjetividade da pessoa disfluente, bem como os benefícios terapêuticos que ele proporcionou ao paciente.
Downloads
Detalhes do artigo
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
ANDERSON, H.; ANDERSON, G. L. Técnicas projetivas do diagnóstico psicológico. Tradução E. Bennett. São Paulo: Mestre Jou, 1967.
BOMFIM, I. H. F. B. Construindo novos diálogos: um estudo da subjetividade do paciente com gagueira.2004. 94 f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca, Franca, SP, 2004.
BOONE, D. R.; PLANTE, E. Comunicação humana e seus distúrbios. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
CUNHA, M. C. Gagueira: qual o alvo desses estilhaços de palavras? In: CUNHA M.; FRIEDMAN, S. (Org.). Gagueira e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 2001.
FENICHEL, O. Teoria psicanalítica das neuroses. Tradução Samuel Penna Reis. São Paulo: Atheneu, 1981.
FREUD, S. Lapsos da fala. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FRIEDMAN, S. A construção do personagem bom falante. São Paulo: Summus, 1994.
GARGANTINI, M. B. A. Gagueira.2002. Tese (Doutorado em Psicologia) – Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2002.
GOMES, R. E. O. Gagueira e identificação sexual: reflexões teórico-clínicas. In: CONGRES-SO MINEIRO DE PSICOLOGIA, 1997, Belo Horizonte. Anais., Belo Horizonte, 1997.
JAKUBOVICZ, R. A gagueira: teoria e tratamento de adultos e crianças. 3. ed. Rio de Janeiro: Antares, 1980.
KELLY, R. E. O. G. O buraco na língua ou... Há especificidade no sentido da gagueira? In: CUNHA, M.; FRIEDMAN, S. (Org.). Gagueira e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 2001.
KOLCK, O. L. van. Interpretação psicológica de desenhos. São Paulo: Pioneira, 1981.
MEIRA, I. Gagueira: do fato para o fenômeno. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1986.
SALDANHA, M. A. C. B. O escudo protetor. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 20, p. 83-100, 1986.
TASSINARI, M. I. Do sintoma ao sujeito: contribuições da psicanálise para o atendimento de um paciente gago. In: CUNHA, M. C.; FRIEDMAN, S. (Org.). Gagueira e subjetividade. Porto Alegre: Artmed, 2001.
TOMMASI, M. C. F. O conceito de agressividade na obra de Winnicott. Infanto – Revista. Neuropsiquiátrica da Infância e Adolescência, v. 5, p. 73-76, 1997.
TRINCA, W. Investigação clínica da personalidade: o desenho livre como estímulo de a percepção temática. São Paulo: E. P. V., 1987.
WINNICOTT,D. W. O brincar e a realidade. Tradução J. O. de A. Abreu e V. Nobre. Rio de Janeiro: Imago. 1982.