Forças Pessoais e Pró-Sociabilidade: Um Estudo com Voluntários de Ações Sociais
Conteúdo do artigo principal
Resumo
A pró-sociabilidade tem sido compreendida como a característica presente em pessoas com comportamentos voltados para o benefício do próximo. As forças de caráter, por sua vez, são reconhecidas como traços de personalidade positivos, que apoiam a superação de desafios da vida cotidiana. O presente trabalho visou a identificar relações e predição entre as forças de caráter e comportamentos pró-sociais presentes em voluntários e não voluntários de ações sociais. Este estudo analisou 784 pessoas com idades entre 18 e 69 anos (M = 36,70; DP = 12,90), sendo a maioria do sexo feminino (77,30%), e de todas as regiões brasileiras. Desses, 34,94% declararam participar de voluntariado. Utilizou-se um questionário sociodemográfico para caracterização da amostra e duas escalas, Escala de Pró-Sociabilidade (EPS) e Escala de Forças de Caráter (EFC), tendo sido respondidos de maneira virtual. Para analisar os dados obtidos, realizou-se correlação de Pearson, regressão linear pelo método Enter e teste t para comparação entre os grupos que realizavam ou não ações sociais. Os resultados demonstraram associações significativas e positivas entre as variáveis investigadas, uma vez que as forças interpessoais e intelectuais estiveram mais associadas à pró-sociabilidade. Na regressão linear, o modelo foi estatisticamente significativo, registrando-se predição de 64,40% dos casos. Conclui-se que o grupo que realiza ações sociais apresentou maiores médias nas forças pessoais e comportamentos pró-sociais. Os resultados foram discutidos à luz da literatura.
Downloads
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
Andreoni, J., Nikiforis, N., & Stoop, J. (2021). Higher socioeconomics status does not predict decreased prosocial behavior in a field experiment. Nature Comunication, 12(1), https://doi.org/10.1038/ s41467-021-24519-5
Anjum, A., & Amjad, N. (2020). Values in Action Inventory of Strengths (VIA-IS): Translation and validation in Urdu Language. Pakistan Journal of Psychological Research, 35(1), 163–189. https://doi.org/10.33824/ PJPR.2020.35.1.10
Armstrong-Carter, E., & Telzer, E. H. (2021). Advancing measurement and research on youth’s prosocial behavior in the digital age. Child Development Perspectives, 15(1), 31-36. https://doi.org/10.1111/cdep.12396
Batista, H. H. V. (2020). Estudos psicométricos iniciais da Escala de Forças de Caráter-Breve [Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia, Universidade São Francisco, Campinas].
Batista, H. H. V., Noronha, A. P. P., & Reppold, C. T. (2022). Associações entre forças de caráter e estilos parentais em adultos. Psicologia em Estudo, 16(3), 1–24. https://doi.org/10.34019/1982-1247.2022.v16.32840
Batson, C. D., Van Lange, P. A. M., Ahmad, N., & Lishner, D. L. (2003). Altruism and helping behavior. In M. Hogg & J. Cooper (Eds.), The SAGE handbook of social psychology (pp. 279-295). SAGE.
Becchetti, L., Conzo, P., & Di Febbraro, M. (2018). The monetary-equivalent effect of voluntary work on mental well-being in Europe. Kyklos, 71(1), 3–27. https://doi.org/10.1111/kykl.12160
Bechara, F. & Bernardino, S. (2021). A motivação para o trabalho dos voluntários: O caso da Associação Vencer. Portuguese Journal of Finance, Management and Accounting, 7(13), 95–128. http://u3isjournal. isvouga.pt/index.php/PJFMA/article/view/531
Charities Aid Foundation (CAF). (2021). The Sunday Times Giving List 2021. The Sunday Times. https://www. cafonline.org/my-personal-giving/sunday-times-giving-list-2021
Clement, S., & Bollinger, R. (2016). Perspectives on character virtue development. Research in Human Development, 13(2), 174–181. https://doi.org/10.1080/15427609.2016.1172445
Eisenberg, N. (1982). The Development of Prosocial Behavior. Academic Press. Eisenberg, N., Spinrad, T. L., & Knafo-Noam, A. (2015). Prosocial development. In M. E. Lamb & R. M. Lerner (Eds.), Handbook of child psychology and developmental science: Socioemotional processes (pp. 610–656). John Wiley & Sons, Inc. https://doi.org/10.1002/9781118963418.childpsy315
Freidlin, P., & Littman-Ovadia, H. (2020). Prosocial behavior at work through the lens of character strengths. Frontiers in Psychology, 10. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2019.03046
Goldstein, J. (1983). Psicologia social. Guanabara. Kanacri, B. P. L., Eisenberg, N., Tramontano, C., Zuffiano, A., Caprara, M. G., Regner, E., Zhu, L., Pastorelli, C., & Caprara, G. V. (2021). Measuring prosocial behaviors: Psychometric properties and cross-national validation of the prosociality scale in five countries. Frontier in Psychology, 12, 693174. https://doi. org/10.3389/fpsyg.2021.693174
Noronha, A. P. P., & Barbosa, A. J. G. (2016). Forças e virtudes: Escala de forças de caráter. In C. S. Hutz (Org.). Avaliação em Psicologia Positiva: Técnicas e Medidas (pp. 21–43). CETEPP.
Noronha, A. P. P., Dias-Viana, J. L., Batista, H. H. V., Souza, M. H., Campos, A. M. B., Theotonio, M., Pio, J. L. S., Vanni, P., Queiroz, L. G., & Corbett, J. S. (2020). Construção e evidências de validade com base na estrutura interna da Escala de Pro-Sociabilidade [Relatório técnico não publicado, Universidade São Francisco].
Noronha, A. P. P., & Reppold, C. T. (2021). As fortalezas dos indivíduos: O que são forças de caráter? In M. Rodrigues, & D. S. Pereira (orgs.). Psicologia Positiva dos Conceitos à Aplicação (pp. 68-81). Sinopsys.
Padilla-Walker, L. M., Millett, M. A., & Memmott-Elison, M. K. (2020). Can helping others strengthen teens? Character strengths as mediators between prosocial behavior and adolescents’ internalizing symptoms. Journal of adolescence, 79, 70–80. https://doi.org/10.1016/j.adolescence.2020.01.001
Peterson, C., & Seligman, M. E. P. (2004). Character strengths and virtues: a handbook and classification. American Psychological Association.
Pilati, R., & Hees, M. A. G. (2011). Evidências de validade de uma versão brasileira do Inventário de Funções do Voluntariado – IFV. PsicoUSF, 16(3), 275–284.: http://www.redalyc.org/pdf/4010/401036087004.pdf
Ramaekers, M.J.M., Verbakel, E. & Kraaykamp, G. (2021). Informal Volunteering and Socialization Effects: Examining Modelling and Encouragement by Parents and Partner. Voluntas, 15, 1–15. https://doi. org/10.1007/s11266-021-00315-z
Schutte, N. S., & Malouff, J. M. (2018). The impact of signature character strengths interventions: A metaanalysis. Journal of Happiness Studies, 20, 1179–1196. https://doi.org/10.1007/s10902-018-9990-2
Simpson, B., Willer, R., & Harrell, A. (2017). The Enforcement of Moral Boundaries Promotes Cooperation and Prosocial Behavior in Groups. Scientific Reports, 7(1), 42844. https://doi.org/10.1038/srep42844