Criatividade em Psicanálise: Produção Científica Internacional (1996/1998)

Conteúdo do artigo principal

Tales Vilela Santeiro

Resumo

A criatividade em psicanálise tem sido discutida com base em práticas clínicas que não explicitam a ocorrência de pesquisas sistemáticas para seu fundamento. A mensuração desta produção científica pode contribuir para o desenvolvimento da temática, caracterizando-a e aquilatando-a. Realizou-se levantamento junto à base de dados internacional PsycLIT, no período de 1996 a 1998. Os dados foram tratados quantitativa e qualitativamente e indicaram que: a temática tem decaído no interesse dos autores. Predominam artigos de autoria individual em periódicos, com delineamento metodológico teórico e escritos na língua inglesa. Os EUA se destacam como um país que tem estudado e divulgado a temática; por essa razão, deve-se considerar o fato de que a base de dados adotada é norte-americana. O Brasil e a língua portuguesa obtiveram posicionamento secundário, mas destacado, confirmando o Brasil como divulgador de psicanálise. Quanto aos pacientes onde realizou-se estudos de caso, predomina o gênero feminino, na etapa de desenvolvimento adulta. Os resultados permitem concluir que: 1. há necessidade de realização de pesquisas com delineamentos mais sofisticados para o desenvolvimento do tema; 2. há isolamento por parte dos autores; 3. novas pesquisas são necessárias para que um panorama mais amplo e profundo possa ser traçado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

AMATI-MEHLER, J. (1997) Algumas considerações sobre criatividade. Trad. Cid Knipel Moreira. Rev. Bras. Psicanálise, 31 (3):611-632.

ANDRADE, V. M. (1997) Criatividade, cultura e estrutura psíquica. Rev. Bras. Psicanálise, 31 (3):581-601.

AZEVEDO, A. M. A.; NOSEK, L. (1996). Realidade psíquica e criatividade. Rev. Bras. Psicanálise, 30 (2):295-306.

BRITTON, R. (1997) Realidade e irrealidade na fantasia e na ficção. Trad. Claudia Starzynski Bacchi. Rev. Bras. Psicanálise, 31 (4):865-887.

CAMPOS, K.C.L.; WITTER, G. P. (1999) Análise dos títulos do periódico Paradigma. In: Witter, G. P. (Org.). Produção científica em psicologia e educação. Campinas (SP): Alínea. pp.123-130. (Psicotemas).

CAPER, R. (1997). As contribuições de Hanna Segal às teorias de formação de símbolos e criatividade. Trad. Tania Mara Zalcberg. Rev. Bras. Psicanálise, 31 (4):889-906.

CAPER, R. (1996) Play, experimentation and creativity. Int. Journal of Psycho-Analysis, 77:859-869.

ENÉAS, M. L. E.; YOSHIDA, E. M. P.; MITO, T. I. H. e MARTINS, R. C. (1999). Prevenção em saúde mental: produção científica de 1995 a 1998. Anais da XXIX Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia, 28 a 31 de out., Campinas, SP.

FAGUNDES, J. O. (1992). O brincar na análise de uma criança – reflexão sobre a imitação e criação. Rev. Bras. Psicanálise, 26 (3):489-504.

FREUD, S. (1900/1987). A interpretação de sonhos. Trad. Jayme Salomão (Coord.) Rio de Janeiro: Imago. v.4 (Obras psicológicas completas de Sigmund Freud).

FREUD, S. (1908/1987). Escritores criativos e devaneio. In: Freud, S. (1906-1908). ‘Gradiva’ de Jensen e outros trabalhos. 2.ed. Trad. Jayme Salomão (Coord.). Rio de Janeiro: Imago. pp.133-143, v.9. (Obras psicológicas completas de Sigmund Freud).

HINSHELWOOD, R. D. (1992). Dicionário do pensamento kleiniano. Trad. José Octavio de Aguiar Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas.

HOLM-HADULLA, R. (1996). The creative aspect of dynamic psychotherapy: parallels between the construction of experienced reality in the literary and the psychotherapeutic process. American Journal of Psychotherapy, 50 (3):360-369.

KERNBERG, O. F. (1996). Thirty methods to destroy the creativity of psychoanalytic candidates. Int. Journal of Psycho-Analysis, 77:1.031-1.040.

KLEIN, M. (1929/1981). Situações de ansiedade infantil refletida numa obra de arte e no impulso criador. In: Klein, M. Contribuições à psicanálise. 2.ed. Trad. Luis Maillet. Rio de Janeiro: Mestre Jou.

KLEIN, M. (1930/1981). A importância da formação de símbolos no desenvolvimento do ego. In: Klein, M. Contribuições à psicanálise. 2.ed. Trad. Luis Maillet. Rio de Janeiro: Mestre Jou.

MALOZZE, G. L. M. (1999). Produção científica: periódicos. In: Witter, G. P. (Org.). Produção científica em psicologia e educação. Campinas (SP): Alínea. pp.103-122. (Psicotemas).

SANTEIRO, T. V. (1998). Dialogando com Clarice Lispector e L. F. Barros acerca da possibilidade de (re)organização psíquica através da criação escrita: um estudo sob o ponto de vista da psicanálise. Franca. 144p. Monografia (Graduação em Psicologia). Departamento de Ciências da Saúde, Universidade de Franca.

SANTOS, M. C. L. (1997). Produção científica: análise do periódico Química Nova (1991-1995). In: Witter, G. P. (Org.). Produção científica. Campinas (SP): Átomo.

SEGAL, H. (1981/1982). A obra de Hanna Segal: uma abordagem kleiniana à prática clínica. Trad. Rio de Janeiro: Imago.

SEGAL, H. (1991/1993). Sonho fantasia e arte. Trad. Belinda Haber Mandelbaum. Rio de Janeiro: Imago. (Coleção Nova Biblioteca de Psicanálise).

SETTLAGE, C. F. (1996). Transcending old age: creativity, development and psychoanalysis in the life of a centenarian. Int. Journal of Psycho-Analysis, 77:549-564.

SIEGEL, S (1956/1975). Estatística não-paramétrica para as ciências do comportamento. Trad. Alfredo Alves de Farias. São Paulo: McGraw-Hill.

WINNICOTT, D. W. (1971/1975). O brincar e a realidade. Trad. José Octávio de Aguiar Abreu e Vanede Nobre. Rio de Janeiro: Imago.