Terapia de Grupo Embasada em Psicoterapia Analítica Funcional como Abordagem Terapêutica para Dor Crônica: Possibilidades e Perspectivas

Conteúdo do artigo principal

Luc Vandenberghe
Cristina Lemes Barbosa Ferro

Resumo

As implicações da dor crônica na vida de pacientes são complexas e profundas, e atingem a maneira de se ver e de ver os outros, sua sensação de dignidade e sua capacidade de enfrentar a existência. Este artigo descreve uma terapia comportamental de grupo diferente das tradicionais, no sentido que o foco não está em primeiro lugar no ensino de estratégias de coping, mas simultaneamente (1) em aspectos da vivência privada da dor: a experiência de si mesmo com as suas limitações, suas perspectivas e seu projeto de vida;(2) na dimensão interpessoal: a função e o significado da dor nas interações face-a-face, como afeta relações íntimas, a convivência na família e outros ambientes; e (3) na dimensão social mais ampla onde entram o estigma e o status especial conferidos em função da dor crônica, suas conseqüências empregatícias e seu papel como membro da sociedade. A abordagem da Psicoterapia Analítica Funcional para dor crônica pretende ir além de treinar habilidades, e ser um contexto para aprender com a experiência em si mesma: ampliar a interpretação das queixas e explorar o contexto subjetivo e interpessoal para possibilidades inesperadas de melhora.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

IASP Classification of chronic pain: descriptions of chronic pain syndromes and definitions of pain terms. Amsterdam: Elsevier, 1986.

KOHLENBERG, R. J.; TSAI, M. Functional analytic psychotherapy. In: JACOBSON, N. (Org.). Psychotherapists in clinical practice: cognitive and behavioral perspectives. Nova York: Guilford, 1987.

KOHLENBERG, R. J.; TSAI, M. Psicoterapia analítica funcional: criando relações intensas e curativas. Santo André: ESETec, 2001.

MELZACK, R. Recent concepts of pain. Journal of Medicine, 13, p. 147-160, 1982.

MELZACK, R. (1993). Pain: past, present and future. Canadian Journal of Experimental Psychology, n. 47, p. 615-629, 1993.

MELZACK, R. Pain and stress: toward understanding chronic pain. In: SABORIN, M.; CRAIK , F.; ROBERT , M. (Orgs.). Advances in Psychological Science, v. 2. Londres: Taylor and Francis, 1998.

MERSKEY, R. Pain terms: a list with definitions and notes on usage. Pain, 6, p. 249-252, 1979.

NOVY, D. M.; NELSON, D. V.; FRANCIS, D. J.; TURK, D. C. Perspectives of chronic pain: an evaluative comparison of restrictive and comprehensive models. Psychological Bulletin, n. 118, p. 238-247, 1995.

TURK, D. C. Cognitive-behavioral approach to the treatment of chronic pain patients. Regional Anesthetesia and Pain Medecine, 28, p. 573-579, 2003.

TURK, D. C., ROBINSON, J. P.; BUSWINKLE, T. Prevalence of fear of pain and activity in paients with fibromialgia syndrome. The Journal of Pain, 5, p. 483-490, 2004.

VANDENBERGHE, L. Terapia de grupo como processo interpessoal. In: BRANDÃO, M. Z. S.; CONTE, F. C. S.; BRANDÃO, F. S., INGBERMAN, Y. K.; DA SILVA, V. L. M.; OLIANI, S. M. (Orgs.). Sobre Comportamento e Cognição, Vol 13. p. 321-325. Santo André: ESETec, 2004.

VANDENBERGHE, L. Abordagens Comportamentais para a Dor Crônica. Psicologia: Teoria e Crítica, v. 6, n. 1, 2005.

VANDENBERGHE, L.; DA CRUZ, A., C., F.; FERRO, C., L., F. Terapia de grupo para pacientes com dor crônica orofacial. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, 5, p. 31-40, 2003.

VLAEYEN, J.; DE JONG, J.; ONGHENA, P.; KERCKHOFFS-HANSSEN, M.; KOLE-SNIJDERS, A. Can pain-related fear be reduced? The application of exposure in vivo. Pain Research and Management, n. 7, p. 144-153, 2002.