Os indicadores financeiros tradicionais explicam a geração de valor no Brasil? Um estudo empírico com empresas não financeiras de capital aberto
Abstract
No contexto atual dos mercados globalizados, as empresas enfrentam uma competição cada vez mais complexa na obtenção de capital. Para atraí-lo, elas precisam oferecer retornos que remunerem o risco assumido pelos investidores, ou seja, gerar valor. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar se os indicadores financeiros tradicionais, normalmente usados na análise financeira, estão relacionados à geração de valor nas companhias abertas não financeiras brasileiras. As técnicas estatísticas utilizadas foram: correlação, regressão múltipla, regressão em painel e regressão logística. Um dos principais resultados encontrados foi que pelo menos dois terços dos indicadores financeiros utilizados para análise de empresas não explicam a geração de valor. Com base no universo pesquisado, os indicadores significativamente relacionados à geração de valor, que podem ser considerados direcionadores gerais de valor do mercado brasileiro, foram: retorno sobre patrimônio líquido (ROE), retorno sobre ativo (ROA), spread do acionista, margem bruta, margem líquida e giro do ativo, todos com relação direta com valor econômico agregado (VEA). Além disso, na análise dos setores econômicos, por suas características específicas, encontraram-se divergências entre os indicadores financeiros considerados direcionadores de valor em cada um deles.