Análise da Deterioração do Matching Contábil no Longo Prazo

Autores

  • Danilce do Carmo Oliveira Ayres Fucape Business School
  • Poliano Bastos da Cruz Fucape Business School

Resumo

Este trabalho buscou avaliar o Matching Contábil que sua definição afirma que todas as despesas devem ser combinadas no mesmo período contábil que as receitas. Avaliando as determinantes ao longo do tempo em relação à qualidade dos Lucros, em relação ao Brasil. Deste modo, investigou-se se após a adoção das IFRS houve deterioração do Matching Contábil nas empresas listadas na B3. Utilizou-se a qualidade dos lucros como relevância, especificamente na capacidade do lucro corrente em prever o lucro futuro. Optou-se Registro do Reconhecimento de Receita, por serem reconhecidas no mesmo período de modo a mitigar a volatilidade das séries de lucro, para afirmar usou-se Matching. Foram desenvolvidos testes de cointegração com dados quantitativos, secundários e em painel. Utilizou-se dados divulgados entre os anos de 1997 e 2018, pois visou-se uma análise longitudinalmente. Verificou-se o comportamento ao longo do tempo das séries de receita, despesas e lucro para avaliar se a adoção do IFRS deteriorou o Matching Contábil. Foram analisadas 762 empresas utilizando-se teste de cointegração de Pedroni (1999), Kao (1998) e Johansen (1991) através de painéis visando aferir a deterioração do Matching Contábil ao longo do tempo. Os resultados forneceram evidências de que após a adoção das IFRS o Machting se deteriorou sob uma taxa de 85% ao ano. O trabalho contribuiu para a compreensão sobre o tema e também recomenda-se, no futuro, a realização de um estudo segregado, visto a utilização de dados de caráter transversal por seguimentos de empresas por atividade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Antunes, M. T. P., Grecco, M. C. P., Formigoni, H., & Neto, O. D. M. (2012). A adoção no Brasil das normas internacionais de contabilidade IFRS: o processo e seus impactos na qualidade da informação contábil. Revista de Economia e Relações Internacionais, 10(20), 5–19.

Araújo, J. P., & Macedo, M. R. G. O. (2018). Cointegration Analysis among the Variables of the Ohlson Model for Brazilian Companies. Applied Finance and Accounting, 4(1), 122–145. https://doi.org/10.11114/afa.v4i1.2969

Armstrong, C. S., Guay, W. R., & Weber, J. P. (2010). The role of information and financial reporting in corporate governance and debt contracting. Journal of accounting and economics, 50(2–3), 179–234. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.10.001

B3. (2024). Site da B3, a Bolsa de Valores do Brasil. https://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/negociacao/renda-variavel/empresas-listadas.htm

Baber, W. R., Krishnan, J., & Zhang, Y. (2014). Investor perceptions of the earnings quality consequences of hiring an affiliated auditor. Review of Accounting Studies, 19, 69-102.

Ball, R., & Shivakumar, L. (2005). Earnings quality in UK private firms: comparative loss recognition timeliness. Journal of accounting and economics, 39(1), 83–128. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2004.04.001

Ball, R., Robin, A., & Sadka, G. (2008). Is financial reporting shaped by equity markets or by debt markets? An international study of timeliness and conservatism. Review of accounting studies, 13(2–3), 168–205. https://doi.org/10.1007/s11142-007-9064-x

Barker, R. (2015). Conservatism, prudence and the IASB’s conceptual framework. Accounting and Business Research, 45(4), 514–538. https://doi.org/10.1080/00014788.2015.1031983

Basu, S. (1997). The conservatism principle and the asymmetric timeliness of earnings. Journal of accounting and economics, 24(1), 3–37. https://doi.org/10.1016/S0165-4101(97)00014-1

Ben-Nasr, H., Boubakri, N., & Cosset, J. C. (2015). Earnings quality in privatized firms: The role of state and foreign owners. Journal of Accounting and Public Policy, 34(4), 392–416. https://doi.org/10.1016/j.jaccpubpol.2014.12.003

Beyer, A., Guttman, I., & Marinovic, I. (2014). Earnings management and earnings quality: Theory and evidence.

Byzalov, D., & Basu, S. (2016). Conditional conservatism and disaggregated bad news indicators in accrual models. Review of Accounting Studies, 21(3), 859–897. https://doi.org/10.1007/s11142-016-9361-3

Cardoso, R. L., Souza, F. S. R. N., & Dantas, M. M. (2015). Impactos da Adoção do IFRS na Acumulação Discricionária e na Pesquisa em Gerenciamento de Resultados no Brasil. Revista Universo Contábil, 11(2), 65–84. https://doi.org/10.4270/ruc.2015212

Chou, W. L., & Lee, D. S. (2003). Cointegration analysis of audit pricing model: a panel unit root test approach. Journal of Business Finance & Accounting, 30(7‐8), 1141–1164. https://doi.org/10.1111/1468-5957.05370

Christensen, H. B., Lee, E., Walker, M., & Zeng, C. (2015). Incentives or standards: What determines accounting quality changes around IFRS adoption? European Accounting Review, 24(1), 31–61. https://doi.org/10.1080/09638180.2015.1009144

Coelho, A. C., & Lima, I. S. (2007). Qualidade informacional e conservadorismo nos resultados contábeis publicados no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, 18(45), 38–49. https://doi.org/10.1590/S1519-70772007000400004

Costa, A. C. O., Teixeira, A. J. C., & Nossa, V. (2002). Conservadorismo, accruals e qualidade dos lucros contábeis. In: XXVI EnANPAD, 2002. Anais.. Curitiba: Associação Nacional dos Programas de Administração (ANPAD), 2002, CD-ROM..

Dechow, P., Ge, W., & Schrand, C. (2010). Understanding earnings quality: A review of the proxies, their determinants, and their consequences. Journal of accounting and economics, 50(2–3), 344–401. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.001

Dichev, I. D., & Tang, V. W. (2008). Matching and the changing properties of accounting earnings over the last 40 years. The Accounting Review, 83(6), 1425–1460. https://doi.org/10.2308/accr.2008.83.6.1425

Dichev, I. D., Graham, J. R., Harvey, C. R., & Rajgopal, S. (2013). Earnings quality: Evidence from the field. Journal of Accounting and Economics, 56(2–3), 1–33. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2013.05.004

Donelson, D. C., Jennings, R., & McInnis, J. (2011). Changes over time in the revenue-expense relation: Accounting or economics? The Accounting Review, 86(3), 945–974. https://doi.org/10.2308/accr.00000046

Ewert, R., & Wagenhofer, A. (2015). Economic relations among earnings quality measures. Abacus, 51(3), 311–355. https://doi.org/10.1111/abac.12054

Fernandes, J. L., & Linhares, H. D. C. (2017). Análise do Desempenho Financeiro de Investimentos ESG nos Países Emergentes e Desenvolvidos (Financial Performance of ESG Investments in Developed and Emerging Markets). Paper Available at SSRN 3091209. https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=3091209.

Fisher, R. A. (1932). Statistical methods for research workers. (4th ed.). Oliver & Boyd.

Iudícibus, S. D., & Martins, E. (2007). Uma investigação e uma proposição sobre o conceito e o uso do valor justo. Revista Contabilidade & Finanças, 18(SPE), 9–18. https://doi.org/10.1590/S1519-70772007000300002

Jalil, A., & Feridun, M. (2011). The impact of growth, energy, and financial development on the environment in China: A cointegration analysis. Energy Economics, 33(2), 284–291. https://doi.org/10.1016/j.eneco.2010.10.003

Johansen, S. (1991). Estimation and hypothesis testing of cointegration vectors in Gaussian vector autoregressive models. Econometrica: Journal of the Econometric Society, 1551–1580. https://doi.org/10.2307/2938278

Kao, C. (1999). Spurious regression and residual-based tests for cointegration in panel data. Journal of Econometrics, 90, 1–44. https://doi.org/10.1016/S0304-4076(98)00023-2

Kolozsvari, A. C., Marques, J. A. V. D. C., & Macedo, M. A. D. S. (2015). Escolhas contábeis: análise dos efeitos da mensuração a custo ou a valor justo das propriedades para investimento sobre o desempenho reportado no segmento de exploração imobiliária. Pensar Contábil, 16(61). 18-27.

MacKinnon, J., Alfred Haug, A., & Michelis, L. (1999). Numerical Distribution Functions of Likelihood Ratio Tests for Cointegration. Journal of Applied Econometrics, 1999, vol. 14, issue 5, 563-77.

Mashayekhi, B., Jalali, F., & Menati, V. (2014). Relationship between matching principle and earnings properties – the case of Iran. World Review of Business Research, 4(1), 146–161.

Mendes, C. J. F., & Freire, F. S. (2014). A governança corporativa e manipulação de informação contábil: mensuração a valor justo nos bancos comerciais. Revista Contemporânea de Contabilidade, 11(23), 53–76. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2014v11n23p53

Oulasvirta, L. (2016). Accounting principles. Global encyclopedia of public administration. Public Policy, and Governance, 1–9. https://doi.org/10.1007/978-3-319-31816-5_2278-1

Paulo, E., Antunes, M. T. P., & Formigoni, H. (2008). Conservadorismo contábil nas companhias abertas e fechadas brasileiras. Revista de Administração de Empresas, 48(3), 46–60. https://doi.org/10.1590/S0034-75902008000300005

Pedroni, P. (1999). Critical values for cointegration tests in heterogeneous panels with multiple regressors. Oxford Bulletin of Economics and statistics, 61(S1), 653–670. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/1468-0084.0610s1653

Rajgopal, S., & Venkatachalam, M. (2011). Financial reporting quality and idiosyncratic return volatility. Journal of Accounting and Economics, 51(1–2), 1–20. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.06.001

Ryan, J. B. (2014). Financial accounting reform: the need for a ‘back to basics’ approach for profit measurement and wealth measurement. International Journal of Economics and Accounting, 5(1), 1–50. https://doi.org/10.1504/IJEA.2014.060915

Schipper, K., & Vincent, L. (2003). Earnings quality. Accounting horizons, 17, 97–110. https:// doi.org/10.2308/acch.2003.17.s-1.97

Silvestre, A. O., Costa, C. M., & Kronbauer, C. A. (2018). Audit rotation and earnings quality: An analysis using discretionary accruals. Brazilian Business Review, 15(5), 410–426. https://doi.org/10.15728/bbr.2018.15.5.1

Sousa, E. F., Sousa, A. F., & Demonier, G. B. (2016). Adoção das IFRS no Brasil: Efeitos no conservadorismo contábil. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 10(2). https://doi.org/10.17524/repec.v10i2.1290

Souza, J. A. S., Flach, L., Borba, J. A., & Broietti, C. (2019). Financial reporting quality and sustainability information disclosure in Brazil. Brazilian Business Review, 16(6), 555–575. https://doi.org/10.15728/bbr.2019.16.6.2

Srivastava, A. (2014). Why have measures of earnings quality changed over time? Journal of Accounting and Economics, 57(2–3), 196–217. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2014.04.001

Sultana, N., Cahan, S. F., & Zhang, F. (2017). Board sub-committees and earnings quality. International Journal of Corporate Governance, 8(3–4), 205–235. https://doi.org/10.1504/IJCG.2017.089811

Wagenhofer, A. (2014). The role of revenue recognition in performance reporting. Accounting and Business Research, 44(4), 349–379. https://doi.org/10.1080/00014788.2014.897867

Watts, R. L. (2003). Conservatism in accounting-part II: evidence and research opportunities. Social Science Research Network. https://dx.doi.org/10.2139/ssrn.438662

Downloads

Publicado

2025-03-06

Como Citar

Ayres, D. do C. O., & da Cruz, P. B. (2025). Análise da Deterioração do Matching Contábil no Longo Prazo. Práticas Em Contabilidade E Gestão, 13(1). Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/pcg/article/view/17612