Complexos Habitacionais Introspectivos e Vitalidade Urbana

O caso de Praia de Gaivotas - Vila Velha, ES

Autores

  • Larissa Leticia Andara Ramos Universidade Vila Velha
  • Fernanda Rozo Maranhão Universidade Vila Velha-ES
  • Luciana Aparecida Netto de Jesus Universidade Federal do Espirito Santo

DOI:

https://doi.org/10.5935/cadernospos.v20n1p131-147

Palavras-chave:

Vitalidade Urbana; Morfologia Arquitetônica; Complexos Habitacionais; Segurança Pública.

Resumo

Os complexos habitacionais introspectivos, segregados do contexto urbano, fechados por muros altos e com pouca relação com o exterior, resultam em um entorno não convidativo à vitalidade urbana e vulnerável a ações antissociais. Nota-se um crescimento desse modelo na cidade de Vila Velha-ES, a exemplo do bairro Praia das Gaivotas, que despertou interesse em decorrência da implantação, nos últimos anos, de complexos habitacionais isolados. Nesse contexto, a pesquisa tem como objetivo analisar os efeitos dessa tipologia arquitetônica na vitalidade urbana de um bairro residencial. Trata-se de uma pesquisa aplicada, exploratória e descritiva, de abordagem qualitativa, envolvendo as etapas de contextualização, definição de critérios qualitativos de análise, levantamento físico, aplicação de questionário e analises. Na pesquisa, é evidenciado que a harmonia dos espaços, quadras curtas, diversidade dos usos e atrativos visuais são condições essenciais para qualificar o espaço urbano. Ressalta-se que fachadas ativas, com comércio próspero, possibilitam dinamismo e rompem a monotonia. Evidencia-se ainda a necessidade de calçadas acessíveis, iluminação direcionada ao pedestre, infraestrutura de transporte público e disponibilidade de espaços livres. Observa-se a importância do trabalho para o despertar de políticas públicas de uso e ocupação do solo, com vistas na construção de cidades com maior vitalidade urbana.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Larissa Leticia Andara Ramos, Universidade Vila Velha

Arquiteta e Urbanista. Doutora em Tecnologia e Projeto para Qualidade Ambiental da Arquitetura e da Cidade pelo Politecnico de Milano, Itália. Professora titular do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo e do Mestrado em Arquitetura e Cidade da Universidade Vila Velha. Líder do Grupo de Pesquisa “Paisagem Urbana e Inclusão”. Desenvolve pesquisas com ênfase na Gestão e desempenho da Arquitetura e da cidade, Projeto de Espaços Livres, Qualidade sociambiental do Ambiente Construído e Ensino de Arquitetura e Urbanismo.

Luciana Aparecida Netto de Jesus, Universidade Federal do Espirito Santo

Arquiteta e Urbanista. Doutora em Engenharia Civil pela Universidade de Minho, Portugal (com especialidade em construção sustentável). Professora no Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Espírito Santo, membro do grupo de pesquisa "Paisagem urbana e inclusão", atuando no tema: Gestão e desempenho da Arquitetura e da cidade. Estuda qualidade dos espaços livres,  qualidade ambiental e eficiência energética do ambiente construido. Coordena o Laboratório de Engenharia Simultânea e BIM (LabesBIM)- UFES.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2015. Rio de Janeiro, 2015.

BAUMAN, Z. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

BRASIL. Lei n. 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras providências. Palácio do Planalto, Brasília, 1979.

CALDEIRA, T. P. do R. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. 3. ed. São Paulo, SP: Edusp: Editora 34, 2011.

GEHL, J. Cidades para pessoas. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2014.

ITDP Brasil. Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento. Índice de Caminhabilidade. Rio de Janeiro, 2018.

JACOBS, J. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

LIRA, P. S. Geografia do crime e arquitetura do medo: uma análise dialética da criminalidade violenta e das instâncias urbanas. Vitória: GSA, 2014.

NETTO, V. Efeitos da Arquitetura: os impactos da urbanização contemporânea no Brasil. In: NETTO, V. M.; SABOYA R. T., VARGAS, J. C.; CARVALHO T. (orgs.). A cidade como resultado: consequências das escolhas arquitetônicas (pp. 25-49). Brasília: FRBH, 2017.

SABOYA, R T. de. Fatores morfológicos da vitalidade urbana. Parte 1: Densidade de usos e pessoas / Renato T. de Saboya. ArchDaily Brasil, 2016. Disponível em: http://www.archdaily.com.br/br/798436/fatores-morfologicos-da-vitalidade-urbana-nil-parte-1-densidade-de-usos-e-pessoas-renato-t-de-saboya. Acesso em: 11 maio 2017.

SPECK, J. Cidade caminhável. São Paulo: Perspectiva, 2016.

VILA VELHA. Lei complementar n. 65 de 9 de novembro de 2018. Institui a revisão decenal da lei municipal n. 4575/2007 que trata do Plano Diretor Municipal no âmbito do município de Vila Velha e dá outras providências. Vila Velha, Prefeitura Municipal, 2018. Disponível em: http://www.vilavelha.es.gov.br/legislacao/Arquivo/Documents/legislacao/html/C652018.html. Acesso em: 15 jul. 2019.

Downloads

Publicado

2021-02-25

Como Citar

ANDARA RAMOS, L. L.; ROZO MARANHÃO, F.; NETTO DE JESUS, L. A. Complexos Habitacionais Introspectivos e Vitalidade Urbana: O caso de Praia de Gaivotas - Vila Velha, ES. Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, [S. l.], v. 20, n. 1, p. 131–147, 2021. DOI: 10.5935/cadernospos.v20n1p131-147. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/article/view/complexos.habitacionais.introspectivos.cadernos.pos.au.2020.1. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos