Erosão do ciberespaço e da cibercultura na privacidade a luz das teorias de Pierre Levy e Manuel Castells

Autores

  • Ricardo Waldman FMU
  • Virginia Zambrano Universidade de Salerno
  • Amanda Nunes Ronha

Palavras-chave:

Ciberespaço, Cibercultura, privacidade

Resumo

Este artigo busca analisar a erosão do Ciberespaço e da Cibercultura sob a ótica de Levy e Castells, especialmente o quanto dessa erosão afetou a privacidade do ser humano e está associada à evolução da sociedade da informação. Sua metodologia é a jurídico doutrinária que propõe analisar as obras Cibercultura de Pierre Levy e Sociedade em rede de Manuel Castells comparando-as à nova realidade da sociedade da informação e os reflexos na privacidade. Conclui que a sociedade civil está carente de atenção e isto se deve ao avanço da inserção da tecnologia na rotina da sociedade civil, visualiza-se um grande desafio da sociedade da informação para suprimir essa carência sem perder a individualidade e a essência do ser humano.

Biografia do Autor

Ricardo Waldman, FMU

Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais, e mestre e doutor em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou estudos de pós-doutorado na Universidade de Salerno. Coordenador do Mestrado em Direito da Sociedade da Informação no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Membro da Comissão Mundial de Direito Ambiental da União Internacional para Conservação da Natureza. Advogado.

Virginia Zambrano, Universidade de Salerno

Doutora em Direito Civil pela Universidade de Estrasburgo. Professora Titular de Direito Comparado na Universidade de Salerno. Professora Visitante na Universidade do Vale do Rio dos Sinos e na Universidade de Santa Cruz do Sul. Realizou pesquisas com bolsa DAAD e CNR no Max Plank Institute em Hamburgo. Conduz pesquisas financiadas pelo governo italiano. E-mail: vzambrano@unisa.it

Amanda Nunes Ronha

Mestre em Direito da Sociedade da Informação pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. Professora no SESCON-SP. Advogada.

Referências

AGUIAR, Odílio Alves. A política na sociedade do conhecimento. Trans/Form/Ação, São Paulo, v.30, n.1, p.11-24, 2007.

ARTHUR, Brian. La natura della tecnologia, Torino, Codice Edizioni, 2011.

BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco. Atualidade do conceito sociedade da informação para a pesquisa jurídica. In: PAESANI, Liliana Minardi (coord.). O Direito na Sociedade da Informação. São Paulo: Atlas, 2007.p. 61-77.

BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco. Proteção da privacidade e de dados pessoais na Internet: o Marco Civil da rede examinado com fundamento nas teorias de Zygmunt Bauman e Manuel Castells. In: DE LUCCA, Newton; SIMÃO FILHO, Adalberto; DE LIMA; Cintia Rosa Pereira. (Org.). Direito & internet III. São Paulo: Quartier Latin, 2015. p. 100-127.

BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco, COSTA, Bruna Marangoni Brancaleone. Hiperexposição pessoal nas redes sociais e seus reflexos no direito. Revista de Direito. Governança e Novas Tecnologias. Salvador, v. 4, n.1, p.92-108, jan./jun., 2018.

BARRETO JUNIOR, Irineu Francisco. PELIZARRI, Bruno Henrique Miniuchi. Bolhas sociais e seus efeitos na sociedade da informação: ditadura do algoritmo e entropia da internet. Revista de Direito. Governança e Novas Tecnologias. Belém, v.5, n. 2, p. 57-73, jul./dez. 2019.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores, 2001, passim.

BAUMAN, Zygmunt, Vida para consumo. Rio de janeiro: Zahar, 2008.

BAUMAN, Zygmunt. Privacy, secrecy, intimacy, human bonds – And other collateral casualties of liquid modernity. Hedgehog Review, [s.l.], v. 13, n.1, p.20-30, abr. 2011.

CASTELLS, Manuel, A sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura, v. I, São Paulo, Paz e Terra, 2000.

CASTELLS, Manuel e CARDOSO, Gustavo. A sociedade em Rede do Conhecimento à ação política. Imprensa Nacional, Casa da Moeda, Belém, 2006.

CASTELLS, Manuel. The rise of the network society: information age. v.1. 2nd ed. with new pref. West Sussex: Willey-Blackwell, 2010.

CAPOBIANCO, Ligia. A revolução em curso: internet, sociedade da informação e cibercultura. Universidade de São Paulo: São Paulo, 2010

CORSO, Aline. Reflexões sobre privacidade e vigilância na era dos computadores vestíveis. In: Anais do VIII Simpósio Nacional da ABCiber: Comunicação e Cultura na era de Tecnologias Midiáticas onipresentes e oniscientes. São Paulo. 2014. [s.p.]

D’ANCONA, Mathew. Pós-verdade. Barueri Faro, 2018.

DONEDA, Danilo. A tutela da privacidade no Código Civil de 2002. Anima: Revista Eletrônica do Curso de Direito da Opet, Curitiba, v. 1, p. 89-100, 2009. Disponível em: (d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net). Acesso em: 14 jan. 2021.

DONEDA, Danilo. Da privacidade à proteção dos dados pessoais. Rio de Janeiro: Renovar, 2006.

FURTADO, Gabriel Rocha. BEZERRA, Daniel Teixeira. Privacidade, Consentimento Informado e Proteção de Dados do Consumidor na Internet. Revista de Direito do Consumidor. São Paulo, vol. 128, ano 29, p. 205-225, mar./abr., 2020.

HAN, Byung-Chul. Sociedade do cansaço. 2ªed. ampliada. Petrópolis: Vozes, 2017.

HAYLES, N. Katherine. My mother was a computer.Milano-Udine: Mimesis, 2014.

HIRSCH, Dennis. Protecting the inner environment: what privacy regulation can learn from environmental law. Georgia Law Review, [s.l.] v. 41, n. 1, p. 1-63, 2006.

LÉVY, Pierre. A revolução contemporânea em matéria de comunicação. Revista FAMECOS, Porto Alegre, v. 5, n. 9, p. 37-49, 10 abr. 2008. Disponível em https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/3009/. Acesso em 18 jan. 2021.a

LÉVY, Pierre. O ciberepaço como um passo metaevolutivo. Revista FAMECOS, Porto Alegre, v. 7, n. 13, p. 59-67, 10 abr. 2008. Disponível em https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/view/3081. Acesso em 18 jan. 2021.b

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

PRETTO, Nelson de Luca; SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder.[online] Salvador:EDUFBA, 2008.

MICROSOFT. What are domains and forests (2014) Disponível em https://learn.microsoft.com/en-us/previous-versions/windows/it-pro/windows-server-2003/cc759073(v=ws.10)?redirectedfrom=MSDN#w2k3tr_logic_what_yokf. Acesso em 13 jun. 2021.

NAUGHTON, John. The evolution of the Internet: from military experiment to General Purpose Technology, Journal of Cyber Policy, [s.l.] v. 1, p. 5-28, 2016. DOI: 10.1080/23738871.2016.1157619

NISSENBAUM, Helen. Respecting context to protect privacy: why meaning matters. Sci Eng Ethics, New York, v. 24, p. 831–852, 2018.

SIMÕES, Isabella de Araújo Garcia. A sociedade em rede e a cibercultura: dialogando com o pensamento de Manuel Castells e de Pierre Lévy na era das novas tecnologias de comunicação. Revista Eletrônica Temática, [s.l.] ano V, v. 5, online, maio, 2009

SOLOVE, Daniel J. Privacy self-management and the consent dilemma. Harv. L. Rev. Cambridge, vol. 126, p. 1890-1903, 2013

SHAPIRO, C.; Varian, A. Informations rules: a strategic guide to the network economy. Boston, Harvard Business School Press, 1999

VIANNA, Eduardo W. e SOUSA, Renato Tarciso B. de. Ciber proteção: a segurança dos sistemas de informação no espaço cibernético. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação. Brasília. v. 10, n. 1, p. 110-131, 2017.

YATES, Frances A., L’arte della memoria. Torino: Einaudi, 1993.

WALDMAN, Ricardo Libel, NEVES, Marcelo Nogueira. Sociedade da informação: a responsabilidade na internet e o mau uso da tecnologia, a busca pela ética no convívio digital. PRIM@ FACIE, João Pessoa, v. 19, n. 40, p. 1-28, 2020

WOLTMANN, Angelita, PEREIRA, Raoni Paiva, KRAUSPENHAAR, Flávia. Relações de consumo, cibercultura e sustentabilidade: o despertar de um “novo” consumidor. Revista Eletrônica do Curso de Direito – UFSM. Santa Maria, v. 8, p. 221-233, 2013.

Downloads

Publicado

2023-06-22

Edição

Seção

Historicismo do Direito e Racionalidade Jurídica e Sistemas Sociais