Avaliação de Sintomas Depressivos em uma Amostra com Transtorno de Ansiedade Social
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Os indivíduos com Transtorno de Ansiedade Social (TAS) frequentemente apresentam também depressão. O objetivo desse trabalho foi verificar os níveis de depressão presentes em uma amostra de indivíduos diagnosticados com TAS, assim como caracterizar essa amostra de acordo com as variáveis sociodemográficas. Contou-se com 104 participantes diagnosticados com TAS, provenientes de um banco de dados pré-existente. Os dados sociodemográficos e clínicos foram analisados através de estatística descritiva, bem como foi utilizada estatística inferencial nos níveis de ansiedade social e sintomas depressivos, obtidos através do Inventário de Depressão de Beck (BDI-II) e Inventário de Ansiedade Social (SPIN). Foi encontrado que mais da metade das pessoas possuía Transtorno Depressivo Maior como diagnóstico secundário, e que maiores níveis de ansiedade social se correlacionou positivamente com maiores níveis de sintomas depressivos (r = 0,421, p < 0,01). Tais dados evidenciam a relação existente entre depressão e ansiedade social, e corroboram os achados da literatura.
Downloads
Detalhes do artigo
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
Adams, G. C., Balduena, L., Meng, X., & Asmudson, G. J. (2016). When social anxiety and depression go together: A population study of comorbidity and associated consequences. Journal of Affective Disorders, 206, 48–54. doi:10.1016/j.jad.2016.07.031
Allan, N. P., Cooper, D., Oglesby, M. E., Short, N. A., Saulnier, K. G., & Schimidt, N. B. (2018). Lower-order anxiety sensitivity and intolerance of uncertainty dimensions operate as specific vulnerabilities for social anxiety and depression within a hierarchical model. Journal of Anxiety Disorders, 53, 91–99. doi:10.1016/j.janxdis. 2017.08.002
American Psychiatric Association (2013). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-V. Porto Alegre: Artmed.
Beck, A. T., Ward, C. H., Mendelson, M., Mock, J., & Erbaugh, J. (1961) An inventory for measuring depression. Archives of General Psychiatry, 4, 561–571.
Cecconello, W. W., Batistella, F., Wahl, S. D. Z., & Wagner, M. F. (2013). Avaliação de sintomas depressivos e de fobia social em estudantes de graduação. Aletheia, 42, 71–81.
Cohen, J. (1992). A power primer. Psychological Bulletin, 112(1), 155–159. doi:10.1037/ 0033-2909.112.1.155
Connor, K. M., Davidson, J. R. T., Churchill, L. E., Sherwood, A., Foa, E. B., & Weisler, R. H. (2000). Psychometric properties of the Social Phobia Inventory (SPIN): A new self-rating scale. The British Journal of Psychiatry, 176(4), 379–386. doi:10.1192/ bjp.176.4.379
Cunha J. A. (2001). Manual da versão em português das Escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Dams, J., König, H., Bleibler, F., Hoyer, J., Wiltink, J., Beutel, M. E., … & Konnopka, A. (2017). Excess costs of social anxiety disorder in Germany. Journal of Affective Disorders, 213, 23–29. doi:10.1016/j.jad.2017.01.041
Del-Ben, C., Vilela, J. A. A., Crippa, J. A. de S., Hallak , J. E. C., Labate, C. M., & Zuardi, A. W. (2001). Confiabilidade da Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV: Versão Clínica traduzida para o português. Revista Brasileira de Psiquiatria, 23(3), 156–159. doi:10.1590/S1516-44462001000300008.
First, M. B., Spitzer, R. L., Gibbon, M., & Williams, J. B. W. (1997). Structured Clinical Interview for DSM-IV axis I disorders: Clinician version (SCID-CV). Washington: American Psychiatric Press.
Gonçalves, D. A., Mari, J. J., Bower, P., Gask, l., Dowrick, C., Tófoli, L. F., Campos, M., Portugal, F. B., Ballester, D., & Fortes, S. (2014). Brazilian multicentre study of common mental disorders in primary care: Rates and related social and demographic factors. Cadernos de Saúde Pública, 30(3), 623–632. doi:10.1590/0102-311X00158412
Gorenstein, C., Pang, W. Y., Argimon, I. L., & Werlang, B. S. G. (2011). Inventário Beck de Depressão II: Manual. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Hamilton, J. L., Potter, C. M., Olino, T. M., Abramson, L. Y., Heimberg, R. G., & Allo, L. B. (2016). The temporal sequence of social anxiety and depressive symptoms following interpersonal stressors during adolescence. Journal of Abnormal Child Psychology, 44(3), 495–509. doi:10.1007/s10802-015-0049-0
Heeren, A., Mogoaşe, C., McNally, R. J., Schmitz, A., & Philippot, P. (2015). Does attention bias modification improve attentional control? A double-blind randomized experiment with individuals with social anxiety disorder. Journal of Anxiety Disorders, 29, 35–42. doi:10.1016/j.janxdis.2014.10.007
Ito, L. M., Roso, M. C., Tiwari, S., Kendall, P. C., & Asbahr, F. R. (2008). Terapia cognitivocomportamental da fobia social. Revista Brasileira de Psiquiatria, 30, 96–101. doi: 10.1590/S1516-44462008000600007
Kircanski, K., Joormann, J., & Gotlib, I. H. (2015). Attention to emotional information in social anxiety disorder with and without co-occurring depression. Cognitive Therapy and Research, 39(2), 153–161. doi:10.1007/s10608-014-9643-7
Kuru, E., Safak, Y., Ozdemir, I., Tulaci, R. G., Ozdel, K., Ozkula, H. G., & Orser, S. (2017). Cognitive distortions in patients with social anxiety disorder: Comparison of a clinical group and healthy controls. The European Journal of Psychiatry, 32(2), 97– 104. doi:10.1016/j.ejpsy.2017.08.004
McLaughlin, K. A., & King, K. (2015). Developmental trajectories of anxiety and depression in early adolescence. Journal of Abnormal Child Psychology, 43(2), 311–323. doi: 10.1007/s10802-014-9898-1
Muller, J. L., Trentini, C. M., Zanini, A. M., & Lopes, F. M. (2015). Transtorno de ansiedade social: Um estudo de caso. Contextos Clínicos, 8(1), 67–78. doi:10.4013/ctc.2015.81.07
Nardi, A. E., Quevedo, J., & Silva, A. G. (2014). Transtorno de ansiedade social: Teoria e clínica. Porto Alegre: Artmed.
Neufeld, C. B. (2017). Efeito de diferentes intervenções cognitivo-comportamentais sobre a ansiedade social: Um ensaio clínico randomizado. Tese de livre-docência. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-05092017-163256/
Nie, N. H., Hull, C. H., & Bent, D. H. (2003). Statistical Package for Social Sciences (Versão 12.0). São Paulo: SPSS.
Osório, F. L., Crippa, J. A., & Loureiro, S. R. (2009). Cross-cultural validation of the Brazilian Portuguese version of the Social Phobia Inventory (SPIN): Study of the items and internal consistency. Revista Brasileira de Psiquiatria, 31(1), 25–29. https:// doi.org/10.1590/S1516-44462008005000018
Stein, M. B., Fuetsch, M., Muller, N., Höfler, M., Lieb, R., & Wittchen, H. U. (2001). Social anxiety disorder and the risk of depression: A prospective community study of adolescents and young adults. Archives of General Psychiatry, 58(3), 251–256. doi:10.1001/archpsyc.58.3.251
Taylor, J. H., Landeros-Weisenberger, A., Coughlin, C., Mulqueen, J., Johnson, J. A., Gabriel, D., Reed, M. O., Jakubovski, E., & Bloch, M. H. (2018). Ketamine for social anxiety disorder: A randomized, placebo-controlled crossover trial. Neuropsychopharmacology, 43(2), 325–333. doi:10.1038/npp.2017.194
Vaananen, J. M., Isomaa, R., Kaltiala-Heino, R., Frojd, S., Helminen, M., & Marttunen, M. (2014). Decrease in self-esteem mediates the association between symptoms of social phobia and depression in middle adolescence in a sex-specific manner: A 2-year follow-up of a prospective population cohort study. BMC Psychiatry, 14(1), 1–8. doi:10.1186/1471-244X-14-79
Wong, J., Morrison, A. S., Heimberg, R. G., Goldin, P. K., & Gross, J. J. (2014). Implicit associations in social anxiety disorder: The effects of comorbid depression. Journal of anxiety disorders, 28(6), 537–546. doi:10.1016/j.janxdis.2014.05.008