Comunicação Criança-Acompanhante-Pediatra: Estudo Observacional em Diferentes Níveis de Assistência

Conteúdo do artigo principal

Lilian Meire de Oliveira de Cristo
Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira de Araujo

Resumo

A comunicação em contextos pediátricos apresenta muitos desafios, pois a presença de uma tríade (paciente-acompanhante-pediatra) exige competências específicas em cada etapa da consulta. Essa pesquisa visou analisar e comparar as comunicações de tríades entre os níveis de assistência primária (centro de saúde) e terciária (hospital). Doze tríades foram observadas, sendo os comportamentos registrados em protocolos específicos e gravações (áudio e vídeo). Desenvolveram-se dois subsistemas de análise interacional. Constatou-se que, no primeiro subsistema (finalidade dos conteúdos comunicacionais), os comportamentos de incentivo à participação, incentivo à interação e comunicar informações foram mais observados no centro de saúde. No segundo subsistema (recursos da comunicação), os comportamentos facilitadores e perturbadores também foram mais emitidos na assistência primária. Conclui-se que, no centro de saúde, prevaleceu uma consulta centrada no paciente, com maior incentivo à sua participação, e, no hospital, a consulta centrou-se preponderantemente no acompanhante ou no médico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Desenvolvimento Humano

Referências

Araujo, T. C. C. F. (2009). Comunicação em saúde: Contribuições do enfoque observacional para pesquisa e atuação. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 61(2), 1-13.

Armelin, C. B., Wallau, R. A., Sarti, C. A., & Pereira, S. R. (2005). A comunicação entre os profissionais de pediatria e a criança hospitalizada. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, 15(2), 45-54.

Bonvicini, K. A., Perlin, K. J., Bylund, C. L., Carroll, G., Rouse, R. A., & Goldstein, M. G. (2009). Impact of communication training on physician expression of empathy in patient encounters. Patient Education and Counseling, 75(1), 3-10.

Cosnier, J., Grosjean, M., & Lacoste, M. (Eds.) (1994). Soins et communication: Approaches interactionistes des relations de soins. Lyon: Presses Universitaires de Lyon.

Glanz, K., Rimer, B. K., & Viswanath, K. (2008). Health behavior and health education: Theory, research and practice. São Francisco: Jossey-Bass.

Jangland, E., Gunningberg, L., & Carlsson, M. (2009). Patients´ and relatives´ complaints about encounters and communication in health care: Evidence for quality improvement. Patient Education and Counseling, 75(2), 199-204.

Lambert, B. L., Street, R. L., Cegala, D. J., Smith, D. H., Kurtz, S., & Schofield, T. (1997). Provider-patient communication, patient-centered care, and the mangle of practice. Health Communication, 9(1), 75-82.

Leite, A. J. M., Caprara, A., & Coelho Filho, J. M. (2007). Habilidades de comunicação com pacientes e famílias (pp. 11-46). São Paulo: Sarvier.

Maldonado, M. T., & Canella, P. (2009). Recursos de relacionamento para profissionais de saúde: A boa comunicação com clientes e seus familiares em consultórios, ambulatórios e hospitais. Ribeirão Preto: Novo Conceito.

Martins, B. M., & Araujo, T. C. C. F. (2008). Comunicação no contexto de reabilitação: O encontro entre enfermeiro e paciente. Psicologia Argumento, 26(53), 109-116.

Nussbaum, J. F., Ragan, S., & Whaley, B. (2003). Children, older adults, and women: Impact on provider-patient interaction. In T. L. Thompson, A. M. Dorsey, K. I. Miller, & R. Parrott (Eds.), Handbook of health communication (pp. 183-204). Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates.

Perosa, G. B., Gabarra, L. M., Bossolan, R. P., Ranzani, P. M., & Perreira, V. M. (2006). Aspectos psicológicos da comunicação médico-paciente no setting pediátrico. In M. A. Crepaldi, M. B. Linhares, & G. B. Perosa (Eds.), Temas em psicologia pediátrica (pp. 57-82). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Pinto, L. M., O. (2010). Comunicação pediatra, paciente e acompanhante: Uma análise comparativa entre níveis assistenciais. (Dissertação de Mestrado) - Universidade de Brasília, Brasília, Brasil.

Sousa, K. C., & Carpigiani, B. (2010). Ditos, não ditos e entreditos: A comunicação em cuidados paliativos. Psicologia: Teoria e Prática, 12(1), 97-108.

Tates, K., & Meeuwesen, L. (2001). Doctor-parent-child communication: A review of the literature. Social Science & Medicine, 52, 839-851.

Tates, K., Meeuwesen, L., Bensing, J., & Elbers, E. (2004). Joking or decision-making? Affective and instrumental behaviour in doctor-patient-child communication. Psychology and Health, 17(3), 281-295.