Avaliação do Ler e do Escrever de Surdos pela Língua Brasileira de Sinais

Conteúdo do artigo principal

Veronica Aparecida Pereira
Ana Cláudia Moreira Almeida-Verdu

Resumo

A utilização da Língua Brasileira de Sinais (Libras) na educação dos surdos é assegurada por lei, mas sua adoção em políticas educacionais requer uma adequação nas modalidades de estímulo e de resposta adotadas. Esse estudo buscou caracterizar o desempenho do ler e do escrever em quatro alunos surdos, usuários de Libras em fase de alfabetização. A avaliação ocorreu por meio de tarefas de seleção, sinalização e escrita, por um procedimento de avaliação e de ensino usualmente adotado com crianças ouvintes. Os resultados replicaram dados observados com crianças ouvintes: satisfatório para as relações de cópia e
discriminação de identidade entre figuras e estímulos gráficos; dificuldades nas relações de leitura e ditado. Os dados evidenciam que os alvos de investimento para a programação de condições de ensino do ler e do escrever em aprendizes surdos requerem adequações mais em relação à modalidade da comunicação do que em procedimentos de ensino.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
Pereira, V. A., & Almeida-Verdu, A. C. M. (2012). Avaliação do Ler e do Escrever de Surdos pela Língua Brasileira de Sinais. Revista Psicologia: Teoria E Prática, 14(2), 15–27. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/3261
Seção
Artigos

Referências

BRASIL. Resolução n. 196/1996, de 12 de novembro de 1996. Brasília, Ministério da Saúde. conselho Nacional de Saúde – conep, 1996. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso_96.htm>. Acesso em: maio 2006.

BRASIL. Decreto Lei n. 5626/2005, de 22 de dezembro de 2005. Diário Oficial da União, Brasília, 2005.

BRASIL. Números da Educação Especial no Brasil. Secretaria de Educação especial – Ministério da Educação, coordenação Geral de Planejamento, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/>. Acesso em: 10 maio 2006.

CATANIA, A. C. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

DELORE, C. et al. cochlear implants and sign language. International Journal of Pe‑diatric Otorhinolaryngology, v. 47, n. 2,p. 209‑211, 1999.

DE ROSE, J. C.; DE SOUZA, D. G.; HANNA, E. S. Teaching reading and spelling: exclusion and stimulus equivalence. Journal of Applied Behavior Analysis, v. 29, n. 4, p. 451‑469, 1996.

DE SOUZA, D. G.; DE ROSE, J. C. C.; DOMENICONI, c. Applying relational operants to reading and spelling. In: REHFELDT, R. A.; BARNES‑HOLMES, Y. (Ed.). Derived relational responding: applications for learners with autism and other developmental disabilities. Oakland, CA: New Harbinger Publications, 2009. p. 171‑207.

DUBE, W. V. Teaching discrimination skills to persons with mental retardation. In: GOYOS, C.; ALMEIDA, M. A.; DE SOUZA, D. G. (Org.). Temas em Educação Especial. São Carlos: EDUFScar, 1996. p. 73‑96.

ELIAS, N. et al. Teaching manual signs to adults with mental retardation using matching‑to‑sample procedures and stimulus equivalence. The Analysis of Verbal Behavior, v. 24, n. 1, p. 1‑13, 2008.

FONSECA, M. L. Diagnóstico de repertórios iniciais de leitura e escrita. 1997. 156 f. Dissertação (Mestrado em Educação Especial)–Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 1997.

GERENCIADOR DE ENSINO INDIVIDUALIZADO POR COMPUTADOR – LECH‑GEIC. São Carlos. Disponível em: <http://geic.dc.ufscar.br:8080/GEIcsite/>. Acesso em: abr. 2006.

GRAY, C. Helping deaf children towards literacy during their primary school years: which skills should we be fostering? Journal of the British Association of Teachers of the Deaf, v. 19, n. 2, p. 22‑37, 1995.

GREER, R. D.; ROSS, D. E. Verbal behavior analysis: inducing and expanding new verbal capabilities with language delays. Boston: Allyn & Bacon, 2008.

HULST, H.; MILLS, A. Issues in sign linguistics: phonetics, phonology and morphosyntax. Lingua, v. 98, n. 1‑3, p. 3‑17, 1996.

KAZDIN, A. E. Single‑case research designs:methods for clinical and applied settings. Cambridge: Oxford University Press, 1982.

MARINOTTI, M. Processos comportamentais envolvidos na aprendizagem da leitura e da escrita. In: HUBNER, M. M. C.; MARINOTTI, M. (Org.). Análise do comportamento para a educação: contribuições recentes. Santo André: ESETec, 2004. v. 1, p. 205‑223.

MEDEIROS, J. G.; NOGUEIRA, M. F. A nomeação de figuras como facilitadora do ler e do escrever em crianças com dificuldade de aprendizagem. Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v. 7, n. 1, p. 107‑126, jan./jun. 2005.

MELCHIORI, L. E.; DE SOUZA, D. G.; DE ROSE, J. c. Reading, equivalence, and recombination of units: a replication with students with different learning histories. Journal of Applied Behavior Analysis, v. 33, n. 1, p. 97‑100, 2000.

PETURSDOTTIR, A. I.; CARR, J. E. A review of recommendations for sequencing receptive and expressive language instruction. Journal of Applied Behavior Analysis, v. 44, n. 4, p. 859‑876, 2011.

REIS, T. S. Avaliação de um programa suplementar para o ensino de leitura e escrita aplicado em ambiente escolar. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação Especial)–Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2009.

ROSA FILHO, A. B. et al. Aprendendo a ler e escrever em pequenos passos. 1998. Software para pesquisa.

SEIDENBERG, M.; MCCLELLAND, J. L. A distributed developmental model of word recognition and naming. Psychological Review, v. 96, p. 447‑452, 1989.

SIDMAN, M.; TAILBY, W. Conditional discrimination vs. matching to sample: an expansion of the testing paradigm. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 37, n. 1, p. 5‑22, 1982.

SIDMAN, M. Equivalence relations and behavior:a research story. Boston: Authors Cooperative, 1994.

SIDMAN, M. Equivalence relations and the reinforcement contingency. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 74, n. 1, p. 127‑146, 2000.

SKINNER, B. F. Verbal behavior. New York: Appleton‑century‑crofts, 1957.

SUNDBERG, M. L. Selecting a response form for nonverbal persons: Facilitated communication, point system, for sign language. The Analysis of Verbal Behavior, v. 11, p. 99‑116, 1993.

SUNDBERG, M. L.; PARTINGTON, J. W. Teaching language to children with autism or other evelopmental disabilities. Pleasant Hill: Behavior Analysts, 1998.

VON TETZCHNER, S.; ROGNE, S. O.; LILLEENG, M. K. Literacy intervention for a deaf child with severe reading disorder. Journal of Literacy Research, v.29, n.1, p. 25‑46, 1997.

ZENTAL, T. R.; SMEETS, P. M. Stimulus class formation in humans and animals.New York: Elsevier, 1996.