Influência de Propagandas de Alimentos nas Escolhas Alimentares de Crianças e Adolescentes

Conteúdo do artigo principal

Marilia Costa Marro
Paula Carolina Barboni Dantas Nascimento
Sebastião Sousa Almeida
Telma Maria Braga Costa

Resumo

Propagandas de alimentos anunciadas pela televisão podem influenciar hábitos alimentares de crianças e adolescentes. O objetivo deste estudo foi avaliar escolhas alimentares de crianças e adolescentes expostos e não–expostos a propagandas de alimentos veiculadas pela televisão. Grupo controle (n=30) e experimental (n=30) foram pareados segundo sexo (50% feminino) e idade (10,1 ± 1,4 anos). Participantes assistiram desenho animado de 21 minutos, com dois intervalos comerciais, que veicularam oito diferentes propagandas. Grupo controle assistiu propagandas de brinquedos e grupo experimental, de alimentos. Imediatamente após, fotos dos alimentos anunciados foram apresentadas com fotos de um produto: similar; mais saudável e uma fruta. ANOVA mostrou efeito significativo de categoria [F(3, 216) = 126,6; p < 0,05]. Teste post hoc de Newman-Keuls demonstrou que alimentos anunciados foram mais escolhidos do que os outros produtos. Além disso, grupo controle escolheu mais produtos similares do que o experimental. Conclui-se que a exposição a propagandas de alimentos pode influenciar nas escolhas alimentares de crianças e adolescentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

ALMEIDA, S. S.; NASCIMENTO, P. C. B. D.; QUAIOTI, T. C. B. Quantidade e qualidade dos produtos alimentícios anunciados na televisão brasileira. Revista de Saúde Pública, v. 36, n. 3, p. 353­355, 2002.

ARAUJO, C. Q. B. et al. Obesidade infantil versus modernização: uma revisão da lite­ratura. Revista Tema, v. 8, n. 12, p. 40­57, 2009.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE PESQUISA – ABEP. Critérios de Classificação Econômica Brasil, 2008. Disponível em: <http://www.abep.org/codigosguias/Criterio_Brasil_2008.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2009.

BORZEKOWSKI, D. L.; ROBINSON, T. N. The 30­second effect: an experiment revealing the impact of television commercials on food preferences of preschoolers. Journal of the American Dietetic Associations, v. 101, n. 1, p. 42­46, 2001.

BRASIL. Lei nº 10.793, de 1º de dezembro de 2003. Dispõe sobre a obrigatoriedade da educação física como componente curricular da educação básica. Diário Oficial da União, Brasília, 2003.

CAMPOS, L. A.; LEITE, A. J. M.; ALMEIDA, P. C. Prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes escolares de Fortaleza, Brasil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 7, n. 2, p. 183­190, 2007.

CARVALHO, C. M. R. G. et al. Consumo alimentar de adolescentes matriculados em um colégio particular de Teresina, Piauí, Brasil. Revista de Nutrição, v. 14, n. 2, p. 85­93, 2001.

CHAPMAN, K.; NICHOLAS, P.; SUPRAMANIAN, R. How much food advertising is there on Australia television? Health Promotion International, v. 21, n. 3, p. 172­178, 2006.

CONDRY, J.; BENCE, P.; SCHEIBE, C. Non­program content of children’s television. Journal Broadcasting Electronic Media, v. 32, n. 3, p. 255­270, 1988.

COON, K. A.; TUCKER, K. L. Television and children’s consumption patterns. A review of the literature. Minerva Pediatrics, v. 54, n. 5, p. 423­436, 2002.

COON, K. A. et al. Relationships between use of television during meals and children’s food consumption patterns. Pediatrics, v. 107, n. 1, p. 1­9, 2001.

DIETZ, W. H.; STRASBURGER, V. C. Children, adolescents and television. Current Problems Pediatrics, v. 21, n. 1, p. 8­31, 1991.

FISCHER, R. M. Mídia e juventude: experiências do público e do privado na cultura. Cadernos Cedes, v. 25, n. 65, p. 43­58, 2005.

FRIEDMAN, R.; ALVES, B. S. Obesidade infantil. In: BANDEIRA, F.; GRAF, H. Endocrinologia e diabetes. 2. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2009.

GORTMAKER, S. L. et al. Television viewing as a cause of increasing obesity among children in the United States, 1986­1990. Archives Pediatrics and Adolescent Medicine, v. 150, n. 4, p. 356­362, 1996.

HALFORD, J. C. G. et al. Effect of television advertisements for foods on food con­sumption in children. Appetite, v. 42, n. 2, p. 221­225, 2004.

HARRISON, K. Is “fat free” good for me? A panel study of television viewing and children’s nutritional knowledge and reasoning. Health Commun, v. 17, n. 2, p. 117­132, 2005.

HITCHINGS, E.; MOYNIHAN, P. J. The relationship between television food advertise­ments recalled and actual foods consumed by children. Journal of Human Nutrition and Dietetics, v. 11, n. 6, p. 511­517, 1998.

JONSSON, I. et al. Assessing food choice in school children: reliability and construct validity of a method staking food photographs. Appetite, v. 30, n. 1, p. 25­37, 1998.

KANE, A. B.; KUMAR, V. Patologia nutricional e ambiental. In: KUMAR, V. et al. Patologia – bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

KART, C. R.; HUBSCHER, G. H.; MURA, J. D. P. A implantação da nutrição funcional na alimentação escolar. Revista Nutrição, Saúde e Performance, n. 34, p. 18­23, 2007.

LOBSTEIN, T.; DIBB, S. Evidence of a possible link between obesogenic food adverti­sing and child overweight. Obesity Reviews, v. 6, p. 203­208, 2005.

MAINARDI, A. P. R. et al. Influência dos comerciais de televisão nos hábitos dietéticos. Revista da Faculdade de Odontologia de Passo Fundo, v. 3, n. 10, p. 35­40, 1998.

MENDES, M. J. F. L. et al. Associação de fatores de risco para doenças cardiovascula­res em adolescentes e seus pais. Revista Brasileira de Saúde Materna e Infantil, v. 6, p. 549­554, 2006. Suplemento 1.

MONEGO, E. T.; JARDIM, P. C. B. V. Determinantes de risco para doenças cardiovascu­lares em escolares. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 87, n. 1, p. 37­45, 2006.

MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L.; COSTA, R. B. L. Mudanças na composição e adequação nutricional da dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil (1988­1996). Revista de Saúde Pública, v. 34, n. 3, p. 251­258, 2000.

NASCIMENTO, P. C. B. D. A influência da televisão nos hábitos alimentares de crianças e adolescentes. 157 f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2007.

NUNES, M. M. A.; FIGUEIROA, J. N.; ALVES, J. G. B. Excesso de peso, atividade física e hábitos alimentares entre adolescentes de diferentes classes econômicas em Campina Grande (PB). Revista da Associação Médica Brasileira, v. 53, n. 2, p. 130­134, 2007.

PHILIPPI, S. T. et al. Pirâmide alimentar adaptada: guia para escolha dos alimentos. Revista de Nutrição, v. 12, n. 1, p. 65­80, 1999.

SALANDRI, A. et al. Prevalence of obesity in school age: preliminary study on students from 2 Roman schools. La Clinica Terapeutica, v. 147, n. 7, p. 365­369, 1996.

SICHIERI, R.; SOUZA, R. A. Estratégias para prevenção da obesidade em crianças e adolescentes. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, p. S209­S234, 2008. Suplemento 2.

SLATER, B. et al. Validation of a semi­quantitative adolescents food frequency ques­tionnaire applied at public school in São Paulo, Brazil. European Journal of Clinical Nutrition, v. 57, n. 5, p. 629­635, 2003.

TARAS, H. et al. Television’s Influence on children’s diet and physical activity. Journal of Developmental and Behavioral Pediatrics, v. 10, n. 4, p. 176­180, 1989.

WANG, Y.; MONTEIRO, C. A.; POPKIN, B. M. Trends of obesity and underweight in older children and adolescents in the United States, Brazil, China and Russia. The American Journal of Clinical Nutrition, v. 75, p. 971­977, 2002. Suplemento 6.

WILSON, N. et al. Marketing fat and sugar to children on New Zealand television. Preventive Medicine, v. 42, n. 2, p. 96­111, 2006.

WOODWARD, D. R. et al. Does television affect teenagers’ food choices? Journal of Human Nutrition and Dietetics, v. 10, n. 4, p. 229­235, 1997.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Physical status: the use and interpretation of an­thropometry. Technical Report Serie 854. Geneva: WHO, 1995.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation on Obesity. Geneva: WHO, 1998.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Development of a WHO growth reference for school­aged children and adolescents. Bulletin of the World Health Organization, v. 85, p. 660­667, 2007.