Família, Religião e Educação Sexual em Mulheres com Vaginismo: Um Estudo Qualitativo

Conteúdo do artigo principal

Ana Carolina de Moraes Silva
Maíra Bonafé Sei
Rebeca Beckner de Almeida Prado Vieira

Resumo

O diagnóstico e o tratamento do vaginismo são complexos, envolvendo fatores biopsicossociais e insuficiente avaliação etiológica. Por conta disso, buscou-se discutir aspectos implicados ao vaginismo referentes à religião, família e educação sexual, sob a perspectiva de mulheres que apresentam vaginismo. Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter exploratório, com nove mulheres, que experienciaram vaginismo, acompanhado ou não de dispareunia. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados a partir da análise de conteúdo. Os resultados foram dispostos em duas categorias referentes às concepções apreendidas sobre sexo e a busca por conhecimento frente às lacunas de informações sobre sexualidade e disfunções sexuais. Percebe-se que uma educação sexual inadequada propicia desconhecimento, rigidez e equívocos, gerando insegurança. Portanto, é necessário instruir e conscientizar famílias, profissionais e os contextos religiosos acerca de formas saudáveis e construtivas de abordar a sexualidade, respeitando crenças e valores. Aponta-se ademais para a necessidade aprimoramento na prestação de serviços em saúde para esta população.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Psicologia Clínica

Referências

Alizadeh, A., Farnam, F., Raisi, F., & Parsaeian, M. (2019). Prevalence of and risk factors for genito-pelvic pain/penetration disorder: a population-based study of iranian women. The Journal of Sexual Medicine, 16(7), 1068-1077. https://doi.org/10.1016/j.jsxm.2019.04.019

Alves, J. E., Cavenaghi, S., Barros, L. F., & Carvalho, A. A. (2017). Distribuição espacial da transição religiosa no Brasil. Tempo Social, 29(2), 215-242. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2017.112180

American Psychiatric Association. (2002). DSM-IV-TR: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed.

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-V. Porto Alegre: Artmed

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Batista, M. C. S. (2017). Fisioterapia como parte da equipe interdisciplinar no tratamento das disfunções sexuais femininas. Diagn. Tratamento, 22(2), 83-7. Recuperado de http://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/05/833699/rdt_v22n2_83-87.pdf

Fadul, R, Garcia, R., Zapata-Boluda, R., Aranda-Pastor, C., Brotto, L., Parron-Carreño, T., & Alarcon-Rodriguez, R. (2018). Psychosocial correlates of vaginismus diagnosis: a case-control study. Journal of Sex & Marital Therapy, 45(1), 73-83 https://doi.org/10.1080/0092623X.2018.1484401

Faria-Schutzer, D. B., Surita, F. G. C., Alves, V. L. P., Bastos, R. A., Campos, C. J. G., Turato, E. R. (2019). Seven steps for qualitative treatment in health research: The Clinical-Qualitative Content Analysis. Ciência e Saúde Coletiva [periódico na internet]. Recuperado de: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/seven-steps-for-qualitative-treatment-in-health-research-the-clinicalqualitative-content-analysis/17198?id=17198

Fontanella, B. J. B., Campos, C. J. G., Turato, E. R. (2006). Coleta de dados na pesquisa clínico-qualitativa: uso de entrevistas não-dirigidas de questões abertas por profissionais da saúde. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 14(5). Recuperado de http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=281421864025

Fontanella, B. J. B., Ricas, J., & Turato, E. R. (2008). Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: Contribuições teóricas. Cadernos de Saúde Pública, 24(1), 17–27. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008000100003

Hawkins, S. G. (2016). O papel da educação sexual e da religiosidade no funcionamento sexual. Dissertação de Mestrado, Universidade do Porto, Porto, Portugal.

Hoga, L.A.K., Tibúrcio, C.A., Borges, A. L. V., & Reberte, L. M. (2010). Religiosity and sexuality: experiences of Brazilian Catholic women. Health care for Women International, 31(8), 700-717. https://doi.org/10.1080/07399332.2010.486881

Meneses, A. F. S., & Santos, E. C. (2013). Sexo e Religião: Um estudo entre jovens evangélicos sobre o sexo antes do casamento. Clínica & Cultura, 2(1), 82-94. Recuperado de https://seer.ufs.br/index.php/clinicaecultura/article/view/1541

Ogland, C. P; Bartkowski, J. P., Sunil, T. S., & Xu, X. (2010). Religious influences on teenage childbearing among brazilian female adolescents: a research note. Journal for the Scientific Study of Religion, 49(4), 754-760. https://doi.org/10.1111/j.1468-5906.2010.01544.x

Özen, B., Özdemir, Y. Ö., & Bestepe, E. E. (2018). Childhood trauma and dissociation among women with genito-pelvic pain/penetration disorder. Neuropsychiatric Disease and Treatment, 14, 641–646. https://doi.org/10.2147/NDT.S151920

Pacik, P. T. (2014). Understanding and treating vaginismus: a multimodal approach. International Urogynecology Journal, 25, 1613–1620. https://doi.org/10.1007/s00192-014-2421-y

Pereira, P. C. (2014). Educação sexual familiar e religiosidade nas concepções sobre masturbação de jovens evangélicos. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara, SP, Brasil.

Rahman, S. (2018). Female sexual dysfunction among Muslim women: increasing awareness to improve overall evaluation and treatment. Sex. Med. Rev., 6(4), 535-547. https://doi.org/10.1016/j.sxmr.2018.02.006

Vaishnav, M., Saha, G., Mukherji, A., & Vaishnav, P. (2020). Principles of marital therapies and behavior therapy of sexual dysfunction. Indian J. Psychiatry, 62(suppl. 2), S213-222. https://doi.org/10.4103/psychiatry.IndianJPsychiatry_19_20

Woo, J. S. T., Morshedian, N., Brotto, L. A., & Gorzalka, B. B. (2012). Sex guilt mediates the relationship between religiosity and sexual desire in East Asian and Euro-Canadian college-aged women. Arch Sex Behav., 41(6), 1485-95. https://doi.org/10.1007/s10508-012-9918-6.