A Nomeação de Figuras como Facilitadora do Ler e Escrever em Crianças com Dificuldade de Aprendizagem
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O presente artigo descreve um procedimento de matching-to-sample em que os participantes (Ps ou P), crianças de ambos os sexos, apresentavam dificuldades em ler e escrever. Numa das fases de ensino, os participantes (Ps) do grupo experimental (GE) foram ensinados a identificar as figuras de generalização e, na fase de sonda, tinham que nomeá-las, antes de ler a palavra de generalização relativa à figura que foi nomeada. Procurou-se, com isso, verificar se os Ps desse grupo apresentavam desempenho superior aos do GC que não as nomeavam. Os Ps de ambos os grupos formaram classes emergentes de resposta e atingiram 100% de acerto nos testes. Quatro Ps do GE formaram classes emergentes de resposta, com apenas um participante (P) apresentando índices percentuais inferiores em relação aos demais Ps do mesmo grupo. Enquanto que, no GC, observou-se um índice percentual de acerto mais baixo em dois Ps, e apenas dois estabeleceram classes emergentes de resposta com índices percentuais de acerto elevados; os Ps do GE, ainda, alcançaram resultados mais elevados em relação aos Ps do GC durante os testes de equivalência e nas sondas AC; nos testes de ditado apenas um P do GE apresentou resultados inferiores em relação aos demais Ps do mesmo grupo, no GC dois Ps apresentaram resultados considerados baixos em relação a todos os demais Ps de ambos os grupos e, nos testes de leitura das palavras de generalização, os desempenhos foram mais semelhantes. A nomeação mostrou-se facilitadora na formação e expansão de classes emergentes de resposta com o ensino da identificação de figuras, posteriormente relacionadas às respectivas palavras de generalização.ionadas às respectivas palavras de generalização.
Downloads
Detalhes do artigo
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
HÜBNER, M. M. O paradigma de equivalência e suas implicações para a compreensão e emergência de repertórios complexos. In: BANACO, R. A. (Org.), Sobre comportamento e cognição: aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. São Paulo: ARBytes, 1997, p. 423-430.
CATANIA, A. C. (1999). Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999, p. 251-285.
DE ROSE, J. C. Equivalência de estímulos: problemas atuais de pesquisa [Trabalho completo]. In: Sociedade Brasileira de Psicologia (Org.). Anais da XVIII Reunião Anual de Psicologia. Ribeirão Preto: SBP, 1989, p. 19-32.
DE ROSE, J. C.; JULIANI, J. Facilitação da equivalência de estímulos através de learning set e treino de nomeação [Resumo]. In: Sociedade Brasileira de Psicologia (Org.), Resumos de comunicações científicas, XXIII Reunião Anual de Psicologia. Ribeirão Preto, SBP, 1993.
DEVANY, J. M., HAYES, S. C.; NELSON, R. (1986). Equivalence class formation in linguageable and linguage-disable children. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 46, p. 243-257.
EIKESETH, S.,; SMITH, T. The development of functional and equivalence classes in high-functioning autistic children: The role of naming. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 58, 1992, p. 123-133.
HORNE, P. J. ; LOWE, C. F. On the origins of naming and other symbolic behavior [Resumo]. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 65, 1996, p. 185-241.
JOHNSON, C. J., PAIVIO, A.; CLARK, J. M. Cognitive components of picture naming. Psychological Bulletin, v. 1, 1996, p. 113 – 139.
JÚNIOR, J. L.; MATOS, M. A. Controle pelo estímulo: aspectos conceituais e metodológicos acerca do controle contextual. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 11, n. 1, 1995, p. 33-39.
MEDEIROS, J. G.; ANTONAKOPOULU, A.; AMORIM, K.; RIGHETTO, A. C. O uso da discriminação condicional no ensino da leitura e escrita. Temas em Psicologia, v. 1, 1997, p. 23-32.
NEVES, S. M. M. Emergência de relações de equivalência, os efeitos da nomeação, uso de termos relacionais e controle contextual. Tese de doutorado não-publicada, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 1995.
RANDELL, T.; REMINGTON, B. Equivalence relations between visual stimuli: the functional role of naming. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 71, p. 395-415, 1999.
SIDMAN, M. Equivalence relations and the reinforcement contingency. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 74, p. 127-146, 2000.
SIDMAN, M.; TAILBY, W. Conditional discrimination vs. matching-to-sample: an expansion of the testing paradigm. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 37, p. 5-22, 1982.
SIDMAN, M., WILSON-MORRIS, M. E KIRK, B. Matching-to-sample procedures and the development of equivalence relations: the role of warning. Analysis and Intervention in Developmental Disabilities,v. 6, p. 1-20, 1986.
SKINNER, B F. O comportamento verbal. São Paulo: Cultrix, 1987.
SOUZA, D. G., DE ROSE, J., HANNA, E. e Cols. Transferência de controle de estímulos de figuras para texto no desenvolvimento de leitura generalizada. Temas de Psicologia, v. 1, p. 33-46, 1997.
STROMER, R., MACKAY, H. A.; REMINGTON, B. Naming, the formation of stimulus classes, and applied behavior analysis. Journal of Applied Behavior Analysis, v. 29, p. 409-431, 1996.