A Afetividade na Organização do Raciocínio Humano: Uma Breve Discussão

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Fausto Eduardo Menon Pinto

Resumo

Este ensaio procura debater empiricamente o papel da afetividade na organização do raciocínio humano. Como suporte psicológico escolheu-se a Teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento. Apresenta-se parte de alguns dados de uma pesquisa empírica na área da Psicologia Básica. Nessa pesquisa, selecionaram-se como amostra 60 sujeitos de duas escolas de Campinas (São Paulo), solicitando-se aos alunos que respondessem a uma situação conflitiva em que uma personagem pede R$10,00 para pagar um exame de sua mãe. Dividiu-se a temática da situação-conflitiva em duas partes: uma descontextualizada e outra contextualizada. Na primeira, não houve qualquer descrição da personagem do conflito. Na segunda, colocaram-se elementos afetivos positivos e negativos da personagem no texto, sendo que os alunos do 3º ano do Ensino Médio responderam a uma situação contextualizada positiva, ao passo que os alunos do 2º ano responderam a uma situação contextualizada negativa. Após leitura dos protocolos, foram elencadas três categorias de análise: a primeira corresponde à ajuda do sujeito à personagem, a segunda indica a recusa em auxiliá-la e a terceira indica que o sujeito não sabe o que fazer e/ou tem dúvida. Os dados obtidos evidenciaram que a afetividade, encontrada nas situações contextualizadas positiva e negativa, favoreceu o curso do raciocínio dos sujeitos, modificando consideravelmente a forma de organizá-lo acerca da situação-conflitiva e indicar uma certa tendência em “se envolver” com o problema da personagem, procurando assim ajudá-la.

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Como Citar
Pinto, F. E. M. (2005). A Afetividade na Organização do Raciocínio Humano: Uma Breve Discussão. Revista Psicologia: Teoria E Prática, 7(1), 35–50. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/1025
Seção
Artigos

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