Incursões multidisciplinares: mapas conceituais como instrumento metodológico em Arquitetura e Urbanismo

Resumo

O artigo apresenta possibilidades de incursões interdisciplinares implícitas à pesquisa acadêmica em arquitetura e urbanismo. O mergulho nas contribuições das diversas disciplinas das Ciências Sociais se reveste hoje de uma necessidade inusitada, uma vez que a complexidade do mundo contemporâneo e as transformações da cultura nos espaços do cotidiano – incluindo a proeminência do estético, do corpo, das imagens – apelam por redefinições conceituais e criatividade interpretativa.

A pesquisa acadêmica em Arquitetura e Urbanismo envolve um vasto escopo temático pressupondo recortes espaciais, e objetos que desafiam, por sua materialidade, sobretudo o investigador iniciante a desenvolver escolhas complexas. Se esta área de investigação pode ser pensada a partir das indicações de Bourdieu (2004) como um campo de produção cultural, onde se pressupõe a existência de agentes e instituições próprios cercados de discursos, polêmicas e interesses diferenciados, fazer com que o aluno/investigador consiga circunscrever sua pesquisa e, ao mesmo tempo, desenvolver hábitos autônomos de reflexão é uma tarefa pedagógica imprescindível, envolvendo incursões multidisciplinares. 

Nesta perspectiva, os mapas conceituais (MCs), enquanto organizadores gráficos de representação de conhecimentos são instrumentos metodológicos facilitadores de conexões conceituais múltiplas, atuando ainda na recuperação e retenção de informações nos processos de aprendizagem (VERIKI, 2002)  e de  investigação científica. Por meio deles é possível operacionalizar conceitos, identificar posicionamentos teóricos de autores estratégicos nos temas de interesse e estruturar focos e argumentos do investigador. O presente artigo objetiva ampliar a discussão sobre as possibilidades de uso desta ferramenta, trazendo reflexões dos resultados da experiência da oficina de mapas conceituais, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, 2015.