Atuação de Bancos Estrangeiros no Brasil: Mercados de Crédito e Derivativos de 2005 a 2011

Autores

  • Raquel de Freitas Oliveira Banco Central do Brasil e Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado)
  • Rafael Felipe Schiozer EAESP - FGV
  • Sérgio Leão Banco Central do Brasil / Desig

Palavras-chave:

Bncos estrangeiros, crédito, derivativos cambiais, transmissão de crise, Brasil

Resumo

Este estudo investiga a atuação do conjunto de bancos de controle estrangeiro no Brasil de 2005 a 2011, com foco em sua participação nos mercados de crédito e de derivativos cambiais, especialmente na crise financeira de 2008/2009. Os bancos estrangeiros respondem por pouco mais de um quarto das concessões de crédito livre no mercado brasileiro. A crise financeira afetou negativamente os bancos estrangeiros, de forma mais intensa e longa do que os bancos privados nacionais, o que indica uma transmissão do choque de liquidez ocorrido nos mercados desenvolvidos logo após a falência do banco Lehman Brothers. Entretanto, no período pós-crise, em especial a partir do terceiro trimestre de 2010 até o final de 2011, a taxa de crescimento das concessões dos estrangeiros foi superior à dos demais. Adicionalmente, verifica-se que os bancos estrangeiros cobram taxas menores nas operações de crédito para pessoas jurídicas, em média, e que durante a crise, a diferença de taxas em relação aos bancos públicos foi diminuída nas operações de capital de giro e aumentada nas operações de financiamento à exportação. No mercado de derivativos cambiais, os bancos estrangeiros, inclusive os de menor porte, têm papel importante no fornecimento desses instrumentos, especialmente para o setor não-financeiro, respondendo por mais da metade desse mercado. Os resultados mostram que, durante a crise, e, especialmente, no período pós-crise, os bancos privados nacionais diminuíram sua atuação nesses mercados, provavelmente por maior dificuldade de acesso aos mercados internacionais. Adicionalmente, mostra-se que o mercado de derivativos cambiais é menos concentrado que o mercado de crédito, o que evidencia a importância da existência de instituições financeiras de menor porte.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Raquel de Freitas Oliveira, Banco Central do Brasil e Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado)

Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (1999), mestre em Ciências e Engenharia de Petróleo pela Universidade Estadual de Campinas (2002), fez Doutorado-sanduíche em Finanças - University of Washington (2005), é doutor em Administração de Empresas (Finanças) pela Fundação Getúlio Vargas - SP (2006) e fez pós doutorado no departamento de Finanças a Universiy of Illinois at Urbana Champaign (2009). Atualmente é professor extracarreira da Fundação Getúlio Vargas - SP, analista do Banco Central do Brasil, assessor científico da Fapesp, membro do corpo ediorial do Banking and Finance Review e revisor ad-hoc dos periódicos Resources Policy, Revista de Administração (USP), Revista de Administração de Empresas (RAE), ReAd (da UFRGS) e Revista Brasileira de Finanças (RBFin). Tem experiência em Administração Financeira, atuando principalmente nos seguintes temas: gestão de bancos, derivativos, gestão de risco, governança corporativa, tributação de petróleo e derivados.

Rafael Felipe Schiozer, EAESP - FGV

Doutora em Finanças pela FEA/USP (2007). Professora da FECAP e professora extracarreira da Fundação Instituto de Administração - FIA. Pesquisadora do Banco Central do Brasil. Tem experiência em Administração Financeira atuando principalmente nos seguintes temas: Banking, Gestão de Risco e Finanças Corporativas.

Sérgio Leão, Banco Central do Brasil / Desig

Doutor em Economia pela Puc - Rio de Janeiro. Atualmente é analista no Banco Central do Brasil / Desig.

Downloads

Publicado

2014-02-06

Edição

Seção

Finanças Estratégicas