Visões do Paraíso: como o cinema brasileiro educou os Estados Unidos sobre a questão racial no Brasil

Autores/as

  • Elaine P. Rocha University of the West Indies, Campus Hill. Barbados
  • Benedito Dielcio Moreira UFMT

Palabras clave:

cinema, Carmen Miranda, Orfeu do Carnaval, Cidade de Deus, paraíso racial.

Resumen

A imagem internacional do Brasil foi forjada durante o século 20 por meio do cinema e da música apresentada no exterior. Como os Estados Unidos detinham um papel de liderança na produção cinematográfica e musical, o país teve grande influência na opinião pública de todo o mundo. Os americanos importaram Carmen Miranda, durante a Segunda Guerra Mundial e no pós-guerra, como atriz, cantora e dançarina que mostrava o Brasil como um lugar exótico, com ritmos carnavalescos e um povo alegre e tolerante. Em 1959-1960, o cinema francês apresentou outra visão do Brasil, baseada em uma visão sobre o morro do Rio de Janeiro, com o filme Orfeu do Carnaval. Neste filme, pela primeira vez há um foco na população negra de uma favela com vista para a Baía de Guanabara, onde negros pobres cantam e dançam felizes, enquanto experimentam as alegrias e tragédias do amor. O filme obteve enorme sucesso entre os americanos, ao mostrar o Brasil como um lugar onde a desigualdade econômica não gerava conflitos raciais. A ideia de Paraíso Racial apresentada nos filmes de Carmen Miranda foi revigorada em Orfeu. Em contraste, no início do milênio, o filme Cidade de Deus contribuiu para desmantelar do mito da tolerância racial e da felicidade dos negros brasileiros, em um filme extremamente violento que mostrava parte da realidade das favelas. Os três filmes contribuíram, ao longo de sessenta anos, para projetar a imagem do Brasil e educar os americanos sobre esta terra distante.

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Publicado

2023-05-23

Cómo citar

Elaine P. Rocha, & Moreira, B. D. (2023). Visões do Paraíso: como o cinema brasileiro educou os Estados Unidos sobre a questão racial no Brasil. Revista Trama Interdisciplinar, 14(1), 30–48. Recuperado a partir de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tint/article/view/15363