Literature as a method for urban history

“escrevivência”, orality, and research experiences

Authors

  • Amália Santos

Keywords:

urban history, Conceição Evaristo, escrevivência, black regions, orality

Abstract

Since the beginning of the 20th-century, historians have been facing a number of questionings concerning the position of subaltern groups in historiography. Notions such as history “from below”, of the “commons”, and similar ones emerge, in a diversity of studies, as pathways to a writing that does not reproduce mechanisms of knowledge coloniality (colonialidade de saber) and power hierarchies based upon class, gender, origin, and race. In urban history, territories and materialities understood before only as undesirable traces of outdated social orders in the face of bourgeois modern cities have recently gained attention: terreiros, quintais, and favelas (slums), i.e. territories of aphrodiasporic construction and sociability. In the midst of the modern dichotomies, these places—the “margins”—are seen primarily through the absence of elements from the modern bourgeoisie city—considered the “center”. The following paper aims to contribute to recent historiographic developments, by proposing a dialogue with black women’s literature, specifically through “escrevivência”, a concept created by Conceição Evaristo, which will be discussed based on research experiences lead on by undergraduate students. The partial conclusions from these works allows us to glimpse at epistemological changes concerning research methods and marginalized group’s positions in producing urban studies. By the production of a history that articulates academia and social actors, it becomes possible to construct particular lexicons suitable to understanding subaltern territories, not mainly naming said places as problems in need of solving, but to grant its historicity, legitimacy, and subjectivity.

Downloads

Download data is not yet available.

References

BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história: edição crítica. São Paulo: Alameda, 2020 [1940].

BENTO, Maria Aparecida Silva. Pactos narcísicos no racismo: branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. 2002. Tese (Doutorado) – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.

BOSI, Eclea. Memória e sociedade: lembranças de velhos. São Paulo: Edusp, 1987.

CAZES, Leonardo. Conceição Evaristo: a literatura como arte da ‘escrevivência’. O Globo [online], Rio de Janeiro, 11 Jul. 2016, O Globo Cultura – Livros. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/cultura/livros/conceicao-evaristo-literatura-como-arte-da-escrevivencia-19682928>. Acesso: 18 Ago. 2022.

CHAKRABARTY, Dipesh. A poscolonialidade e o artifício da história. Práticas da História, n. 11, p. 247-277, 2020 [2000].

CUNHA Jr., Henrique. Bairros negros, a forma urbana das populações negras no Brasil: Disciplina da Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Crítica e Sociedade: revista de cultura política, Uberlândia, v. 10, n. 1, p. 16-27, 2020.

CUNHA Jr., Henrique. Bairros negros, a forma urbana das populações negras no Brasil: Disciplina da Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. Crítica e Sociedade: revista de cultura política, Uberlândia, v. 10, n. 1, p. 16-27, 2020.

DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano e poder em São Paulo no século XIX – Ana Gertrudes de Jesus. São Paulo: Editora Brasiliense, 1984.

EVARISTO, Conceição. Becos da memória. Rio de Janeiro: Pallas, 2006.

EVARISTO, Conceição. Escrevivência. Canal Leituras Brasileiras, 6 Fev. 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QXopKuvxevY>. Acesso em: 24 ago. 2021.

EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. Rio de Janeiro: Pallas, 2003.

FRISCH, Michael. A shared authority: essays on the craft and meaning of oral and public history. Albany: The Suny Press, 1990.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere, vol. 5 – O Risorgimento: Notas sobre a história da Itália. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

GUIMARÃES-SILVA, Pâmela; PILAR, Olívia. A voz que incomoda a Casa Grande: a escrevivência de Conceição Evaristo e a desobjetificação dos sujeitos pesquisados. In: FREITAS, Viviane Gonçalves (org.). Intelectuais negras: vozes que ressoam. Belo Horizonte: PPGCOM; UFMG, 2019, p. 35-53.

GUZZO, Morgani. Conceição Evaristo: a escrevivência das mulheres negras reconstrói a história brasileira. Geledés [online], 11 Ago. 2021. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/conceicao-evaristo-a-escrevivencia-das-mulheres-negras-reconstroi-a-historia-brasileira/?gclid=Cj0KCQjwsrWZBhC4ARIsAGGUJurbGsyx9J6Mcg49eCtPOiRHoHr_qoiWVyzY4T7ix4uSLc0PcZ79GHYaAlhAEALw_wcB>. Acesso em: 22 Set. 2022.

HARTMAN, Saidiya. Vênus em dois atos. In: BARZAGHI, Clara; PATERNIANI, Stella; ARIAS, André. Pensamento negro radical. São Paulo: N-1 edições, 2021, p. 104-129.

KAÇULA, Tadeu. Casa Verde: uma pequena África paulistana. São Paulo: LiberArs, 2020.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação. Episódios de racismo cotidiano. Tradução Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019 [2010].

LE GOFF, Jacques. O imaginário medieval. Lisboa: Editorial Estampa, 1994.

MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Ribeiro de; SANTHIAGO, Ricardo (orgs.). História pública no Brasil: sentidos e itinerários. São Paulo: Letra e Voz, 2016.

MAYRINK, Luciana; CASTRO, Emmily Leandro. Presença das "tias do samba" na construção de espaços, encruzilhadas, trincheiras e fronteiras de relações étnicas na cidade negra do Rio de Janeiro. In: 6º ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO – VI ENANPARQ, 2020, Brasília. Anais do 6º Encontro…. Brasília: UnB, 2020.

MCCLINTOCK, Anne. Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.

MEIHY, José Carlos Sebe. Manual de história oral. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

MIRANDA, Fernanda Rodrigues de. Corpo de romances de autoras negras brasileiras (1859-2006): posse da história e colonialidade nacional confrontada. 2019. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

MOURA, Roberto. Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal da Cultura, 1995.

PATLAGEAN, Évelyne. A história do imaginário. In: LE GOFF, Jacques (org.). A história nova. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 291-317.

PEREIRA, Gabriela Leandro. Corpo, discurso e território: a cidade em disputa nas dobras da narrativa de Carolina Maria de Jesus. 2015. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2015.

PEREIRA, Gabriela Leandro; PEREIRA, Mariana Leandro. O fabuloso inventário das obras do meu avô. Online, 2022. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/1FiOLeAwIGS1ZeBgs9XYE_SG_oeZJjoQL/view>. Acesso em: 14 Ago. 2022.

QUIJANO, Anibal. A colonialidade do saber. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 117-142.

RAMOS, Maria Estela Rocha. Bairros Negros: uma Lacuna nos Estudos Urbanísticos Um estudo empírico-conceitual no Bairro do Engenho Velho da Federação, Salvador (Bahia). 2013. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013.

RAMOS, Maria Estela Rocha. Bairros Negros: uma Lacuna nos Estudos Urbanísticos Um estudo empírico-conceitual no Bairro do Engenho Velho da Federação, Salvador (Bahia). 2013. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013.

ROLNIK, Raquel. Territórios negros nas cidades brasileiras (etnicidade e cidade em São Paulo e Rio de Janeiro). Revista de Estudos Afro-Asiáticos, n. 17, set. 1989.

SEGATO, Rita Laura. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. CES [online], n. 18, 2012. Disponível em: <http://journals.openedition.org/eces/1533>. Acesso em: 24 Abr. 2022.

SILVA, Maria Alice. Pedra de Xangô: um lugar sagrado afro-brasileiro na cidade de Salvador. 2017. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2017.

SOUZA, Laura de Mello e. Desclassificados do ouro: a pobreza mineira no século XVIII. 4ª ed. Rio de Janeiro: Graal, 2004.

SOUZA, Luiza Maria; SOUZA, Márcia Aparecida; CUNHA Jr., Henrique. Quintal de Dona Luiza Souza como parte da inserção da população negra na cidade. Revista da ABPN, v. 12, n. 34, p. 238-259, set./nov. 2020.

SOUZA, Luiza Maria; SOUZA, Márcia Aparecida; CUNHA Jr., Henrique. Quintal de Dona Luiza Souza como parte da inserção da população negra na cidade. Revista da ABPN, v. 12, n. 34, p. 238-259, set./nov. 2020.

SPIVAK, Gayatri. Pode o subalterno falar?. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.

THOMPSON, Edward P. A formação da classe operária inglesa, vol. 1 – A árvore da liberdade, vol. 2 – A maldição de Adão, vol. 3 – A força dos trabalhadores. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987 [1963].

THOMPSON, Paul. A voz do passado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

VELAME, Fábio Macêdo. Arquiteturas de ancestralidade afro-brasileira. O Omo Ilê Agboulá. Um Templo de Culto aos Egun no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2019.

VELAME, Fábio Macêdo. Árvores sagradas regendo arquiteturas: as arquiteturas dos terreiros de candomblé de Cachoeira e São Félix instauradas pela natureza sacralizada. In: 3° ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO – III ENANPARQ, 2014, São Paulo. Anais do 3º Encontro…. São Paulo: Mackenzie, 2014.

VELAME, Fábio Macêdo. Árvores sagradas regendo arquiteturas: as arquiteturas dos terreiros de candomblé de Cachoeira e São Félix instauradas pela natureza sacralizada. In: 3° ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO – III ENANPARQ, 2014, São Paulo. Anais do 3º Encontro…. São Paulo: Mackenzie, 2014.

VERGÈS, Françoise. Um feminismo decolonial. São Paulo: Ubu, 2020.

Published

2023-12-05

How to Cite

Santos, A. (2023). Literature as a method for urban history: “escrevivência”, orality, and research experiences. Revista Trama Interdisciplinar, 14(2), 145–166. Retrieved from http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tint/article/view/15609