A teia de Penélope e o anel da tradição: cultura e rememoração na obra de Walter Benjamin
Resumo
Nunca será excessivo lembrar que o tema da experiência é um dos conceitos nucleares no pensamento de Benjamin, estando subjacente à análise da história e à sua teoria crítico-literária e desenvolvendo-se em complexas ramificações que têm o seu lugar, sobretudo, a partir da década de 1930. Se o texto “A imagem de Proust”, publicado em 1929 na revista Literarische Welt, desenvolve o conceito de memória involuntária para explicar a questão da imagem aurática em Proust, obtida a partir da rememoração, a contribuição dos estudos de Freud sobre a teoria do choque e as suas consequências nas condições de perceção do homem contemporâneo não foi menos importante, tendo levado Walter Benjamin a aprofundar a sua reflexão sobre o modo como o choque e a rememoração se podem articular para uma nova visão da história, tanto individual quanto coletiva. Examinamos aqui, tanto nas artes, como na iteratura e na história, a forma como esse entrosamento define uma nova conceção de experiência, bem como essa experiência torna, ou não, possível a transmissão da cultura, num mundo em que, como disse Kafka (2004), “a tradição adoeceu”. Será a rememoração, essa teia de Penélope, capaz de operar um resgate da tradição histórica? De que tradição falamos aqui? E em que consiste a rememoração?
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