Os fantasmas das línguas dos colonizadores na luta pela emancipação do povo preto

The ghosto of the languages of the colonizers in the fight for the emanciátion of the black people

Autores

  • Celestino Taperero Fernando Universidade Pungue

Palavras-chave:

Língua; África; Preta; Emancipação; Racismo

Resumo

O presente artigo objetiva explicar a questão do não uso das línguas africanas pelos próprios africanos e afro-diásporas no processo da luta pela emancipação e reconhecimento para erradicação do racismo e do epistemicídio ocidental. A luta contra o silenciar das línguas africanas deve ser vista como um novo paradigma de combate ao racismo.  Importa ressaltar que a língua não pode ser vista como apenas uma forma de comunicar-se, elas carregam consigo uma riqueza de saberes que marcam a identidade e o pensamento de um povo, os traços culturais e os conhecimentos locais, como religião, história e todas as situações socioeconômicas dos povos. Por isso, matar uma língua é matar a identidade de um povo. A língua deve ser considerada como a vitalidade de um grupo étnico-linguístico, pois ela é a essência dos seres humanos enquanto povo. Na África, a questão da língua estava conectada com a espiritualidade e o corpo. Assim, neste artigo, iremos usar o termo preto porque não concordamos com atributo negro, que é pejorativo. Como se trata de cor, irei sempre referenciar o povo afro como pretos.

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Referências

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Publicado

2025-03-18

Como Citar

Fernando, C. T. (2025). Os fantasmas das línguas dos colonizadores na luta pela emancipação do povo preto: The ghosto of the languages of the colonizers in the fight for the emanciátion of the black people. Revista Trama Interdisciplinar, 15(2), 21–29. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tint/article/view/16793