Da rua para o museu

Considerações acerca da representação do grafite na cidade e de sua introdução no espaço do museu a partir da exposição Tec: Urbana.

Resumo

Este artigo procura debater a presença do grafite no espaço urbano e sua utilização como uma arte política de contestação, resistência e pertencimento. Para além de uma pesquisa bibliográfica, este texto conta com a contribuição do artista argentino Tec, que aceitou participar de uma entrevista sobre o tema no Salão Cultural do Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Alvares Penteado, local onde estava expondo algumas de suas obras. O artigo avalia a entrada do grafite no espaço museológico como forma de reafirmá-lo como obra de arte, do mesmo modo que credencia o artista de rua, combatendo, deste modo o preconceito e a resistência ainda encontrados contra esta forma de arte. O texto também reflete sobre as diferenças entre o encontro da arte na rua e no museu. Por fim, trabalha-se também uma sessão especial da exposição ‘Tec: Urbana’ voltada para a reprodução em escala aumentada de desenhos infantis de alunos de escolas públicas de São Paulo e a importância da mesma para que a criança sinta-se representada e acolhida no museu, incentivando assim o desenvolvimento do estudo das artes nas escolas, bem como a aproximação sistemática das famílias com os espaços de arte e cultura da cidade em que vivem.