Cinema e Abuso Sexual na Infância e Adolescência: Contribuições à Formação do Psicólogo Clínico

Conteúdo do artigo principal

Tales Vilela Santeiro
Lucas Rossato

Resumo

O abuso sexual infantil/adolescente (ASI) tem integrado práticas clínicas atuais , e o cinema o torna visível e o expõe em suas implicações subjetivas e sociais, favorecendo sua discussão. O objetivo deste trabalho foi analisar filmes comerciais/ ficcionais sobre ASI, produzidos entre 2001 e 2010 (N = 21), para caracterizar como são filmados, ambientes/contextos onde ocorrem, vítimas e abusadores, desfechos de casos e para discutir contribuições à formação clínica. Os títulos foram buscados em bases de dados especializadas em cinema e junto a psicólogos que utilizam filmes no processo formativo. Critérios de análise foram preestabelecidos, e as obras, analisadas sistematicamente. O gênero dramático e a nacionalidade norte-americana predominaram. O ASI foi retratado por meio de encenações explícitas; no geral, ocorreram em ambientes públicos com crianças e perpetrados por conhecidos. Os filmes analisados aproximam-se de tópicos da literatura especializada sobre ASI e demandam do espectador condição emocional para elaborar situações de conteúdo psíquico intenso.

Downloads

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

Aded, N. L. O., Dalcin, B. L. G., Moraes, T. M., & Cavalcanti, M. T. (2006). Abuso sexual em crianças e adolescentes: revisão de 100 anos de literatura. Revista Psiquiatria Clínica, 33 (4), 204-213.

Araújo, M. F. (2002). Violência e abuso sexual na família. Psicologia em Estudo, 7 (2), 3-11.

Brasil (s.d.). Campanha de prevenção a violência sexual contra crianças e adolescentes – Cartilha Educativa. Brasília: Secretaria Especial de Direitos Humanos. Disponível em: http://pair.ledes.net/gestor/titan.php?target=openFile&fileId=784 Acesso em: 2 jul. 2012.

Brasil (2012). Classificação Indicativa: guia prático. Brasília: Ministério da Justiça/Departamento de Justiça.

Capitão, C. G., & Romaro, R. A. (2008). Caracterização do abuso sexual em crianças e adolescentes. Psicología para América Latina, 13. Disponível em http://psicolatina.org/13/abuso.html Acesso em 01 abr. 2013.

Conselho Federal de Psicologia (1992). Atribuições profissionais do psicólogo no Brasil. Brasília: Conselho Federal de Psicologia. Disponível em: http://www.pol.org.br/pol/export/sites/default/pol/legislacao/legislacaoDocumentos/atr_prof_psicologo.pdf Acesso em: 10 jul. 2012.

Dantas, A. A., Martins, C. H., & Militão, M. S. R. (2011). O Cinema como instrumento didático para a abordagem de problemas bioéticos: uma reflexão sobre a eutanásia. Revista Brasileira de Educação Médica, 35 (1), 69-76.

Enéas, M. L. E. & Yoshida, E. M. P. (2012). Psicoterapia breve psicodinâmica de adultos. Em: M. E. N. Lipp & E. M. P. Yoshida (Orgs.), Psicoterapias breves nos diferentes estágios evolutivos (pp.153-176). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Gabbard, G. O. (Org.) (2001). Psychoanalysis and film. London: Karnac Books.

Gabbard, G. O. & Crisp-Han, H. (2010). Teaching professional boundaries to psychiatric residents. Academic Psychiatry, 34 (5), 369-372.

Godoi, M. R. & Neves, L. (2012). Corpo, violência sexual, vulnerabilidade e educação libertadora no filme “Preciosa: uma história de esperança”. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 16 (41), 409-422.

Greenberg, H. R. (2000). A field guide to cinetherapy: on celluloid psychoanalysis and its practitioners. American Journal of Psychoanalysis, 60 (4), 329-339.

Habigzang, L. F. & Caminha, R. M. (2008). Abuso sexual contra crianças e adolescentes: conceituação e intervenção clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Habigzang, L. F., Borges, J. L., Dell’Aglio, D. D., & Koller, S. H. (2010). Caracterização dos sintomas do transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) em meninas vítimas de abuso sexual. Psicologia Clínica, 22 (2), 27-44.

Heidemann, C. V. C., Montagner, R., Brunstein, M., & Eizirik, C. (2012). O cinema no ensino da psicoterapia psicodinâmica. Revista Brasileira de Psicoterapia, 14 (1), 76-91.

Holmes, D. S. (2007). Psicologia dos transtornos mentais. S. Costa, Trad. Porto Alegre: Artmed.

Kiem, E. (2008). La explotación sexual infantil en los Estados Unidos: no es sólo un problema de los países en desarrollo. Nova York: UNICEF. Disponível em: http://www.unicef.org/spanish/infobycountry/usa_46464.html Acesso em: 12 jul. 2012.

Landeira-Fernandez, J. & Cheniaux, E. (2010). Cinema e loucura: conhecendo os transtornos mentais através dos filmes. Porto Alegre. Artmed.

Lee, Y., & Kim, S. (2011). Childhood maltreatment in South Korea: retrospective study. Child Abuse & Neglect, 35, 1037-1044.

Padilha, M. G. & Gomide, P. I. (2004). Descrição de um processo terapêutico em grupo para adolescentes vítimas de abuso sexual. Estudos de Psicologia (Natal), 9 (1), 53-61.

Ramirez, C., Pinzon-Rondon, A. M., & Botero, J. C. (2011). Contextual predictive factors of child sexual abuse: the role of parent-child interaction. Child Abuse & Neglect, 35, 1022-1031.

Roudinesco, E. & Plon, M. (1998). Dicionário de Psicanálise. V. Ribeiro, Trad. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Santeiro, T. V. (2011). Um curta-metragem, diversas histórias na formação de psicólogos clínicos: o caso “Pular”. Revista da SPAGESP, 12 (2).

Santos, C. B., Costa, A. B., Carpenedo, M., & Nardi, H. C. (2011). A diversidade sexual no ensino de Psicologia: o Cinema como ferramenta de intervenção e pesquisa. Sexualidad, Salud y Sociedad (Rio de Janeiro), 7, 127-141. Recuperado em 01 de abril de 2013. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-64872011000200006&lng=pt&tlng=pt. 10.1590/S1984-64872011000200006

Santos, S. S. & Dell’Aglio, D. D. (2008). Compreendendo as mães de crianças vítimas de abuso sexual: ciclos de violência. Estudos de Psicologia, 25 (4), 595-606.

Serafim, A. P., Saffi, F., Rigonatti, S. P., Casoy, I., & Barros, D. M. (2009). Perfil psicológico e comportamental de agressores sexuais de crianças. Revista Psiquiatria Clínica, 36 (3), 101-11.

Silva, A. R. (2011). Na companhia de meninos e lobos. Em: A. E. Cavalcanti & L. R. Araújo (Orgs.), Navegar é preciso, clinicar não é preciso: 30 anos de prática psicanalítica no CPPL (pp.215-228). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Swift, W. J. & Wonderlich, S. (1993). House of games: a cinematic study of countertransference. American Journal of Psychotherapy, 47 (1), 38-57.