Tempos de Reforma Psiquiátrica: A Clínica da Recepção e a Direção do Tratamento no Hospital Juliano Moreira, de Salvador – Bahia

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Andréa Hortélio Fernandes
Luana Alvarez de Freitas

Resumo

A reforma psiquiátrica tem pleiteado mudanças na saúde mental. A oposição à demissão subjetiva induzida pelo modelo manicomial aproxima reforma e psicanálise. Em Salvador, o Hospital Juliano Moreira (HJM), referência na área, era um espaço fértil para uma pesquisa envolvendo as mudanças pleiteadas pela reforma em confluência com a psicanálise, entre elas a clínica do sujeito que propõe o sujeito como resultado de um trabalho clínico. Durante dois anos, a pesquisa, aqui exposta, analisou a presença da clínica do sujeito na triagem e também na direção dos tratamentos no HJM. Em 2006, a observação passiva de 30 triagens mostrou que a presença da clínica do sujeito dependia da escolha dos profissionais. Em 2007, foi identificado, via prontuários, que 63% dos casos só frequentavam o ambulatório de psiquiatria. Constatou-se uma tentativa de implantação de novas práticas de saúde mental, porém tal iniciativa ainda não atinge nem 50% dos casos examinados.

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