Revisão Sistemática sobre Avaliação Psicológica nas Pesquisas em Equoterapia
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O presente artigo teve como objetivo investigar as pesquisas empíricas em equoterapia publicadas entre 2004 e 2014. Buscamos verificar características das amostras, construtos psicológicos avaliados, instrumentos de avaliação utilizados e resultados psicológicos atribuídos ao tratamento de equoterapia. Foram analisados 20 estudos empíricos, e a grande maioria deles foi realizado com crianças e adolescentes, seis estudos foram realizados com pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo. As técnicas de mensuração utilizadas foram técnicas de entrevistas, observação do comportamento, questionários, escalas de qualidade de vida, de funcionalidade e para grupos específicos. Os resultados mais evidentes da equoterapia no âmbito psicológico envolveram a diminuição da ansiedade e os ganhos em relacionamento social. Os ganhos em aspectos cognitivos não ficaram claros. Comparando os estudos brasileiros e internacionais, a necessidade de sistematização da busca por medidas mais fidedignas ocorre em ambos, porém no Brasil parece não haver uma cultura de psicologia baseada em evidências na equoterapia.
Downloads
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
Associação Nacional de Equoterapia (Ande-BRASIL) (2016). Disponível em: http://equoterapia.org.br/articles/index/article_detail/142/2022.
Anestis, M., Anestis, J., Zawilinski, L., Hopkins, T., & Lilienfeld, S. (2014). Equinerelated treatments for mental disorders lack empirical support: a systematic review of empirical investigations. Journal of Clinical Psychology, 70(12), 1115- 1132. DOI: 10.1002/jclp.22113.
Ávila, A., Brito, Y., Pupo, F., & Roselló, A. (2006). Equinoterapia: experiencia en un año de tratamiento. Archivo Médico de Camagüey, 10(6), 1-5.
Bachi, K., Terkel, J. & Teichman, M. (2012). Equine-facilitated psychotherapy for at-risk adolescents: the influence on self-image, self-control and trust. Clinical Child Psychology and Psychiatry, 17(2), 298-312. DOI: 10.1177/1359104511404177.
Câmara dos Deputados. (2016). Câmara regulamenta uso da equoterapia na reabilitação de pessoas com deficiência. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/SAUDE/491554-CAMARA-REGULAMENTA-USO-DA- -EQUOTERAPIA-NA-REABILITACAO-DE-PESSOAS-COM-DEFICIENCIA.html.
Cerino, S., Cirulli, F., Chiarotti, F., & Seripa, S. (2011). Non conventional psychiatric rehabilitation in schizophrenia using therapeutic riding: the FISE multicentre Pindar Project. Annali dell’Istituto Superiore di Sanità, 47(4), 409-414. DOI: 10.4415/ANN_11_04_13.
Cruz, V. (2010). A psicologia na equoterapia: dúvidas e certezas. Revista Brasileira de Equoterapia, 21(22), 18-21.
Davis, E., Davies, B., Wolfe, R., Raadsveld, R., Heine, B., Thomason, P., Dobson, F., & Graham, H. (2009). A randomized controlled Trial of the impact of therapeutic horse riding on the quality of life, health, and function of children with cerebral palsy. Developmental Medicine & Child Neurology, 51(2), 111-119. DOI: 10.1111/j.1469-8749.2008.03245.x.
Favali, V., & Milton, M. (2010). Disabled horse-rider’s experience of horse-riding: exploring the therapeutic benefits of contact with animals. Existential Analysis, 21(2), 251-262.
Freire, H. (1999). Equoterapia Teoria e prática: uma experiência com crianças autistas. São Paulo: Vetor.
Gabriels, R., Agnew, J., Holt, K., Shoffner, A., Zhaoxing, P., Ruzzano, S., Clayton, G., & Mesibov, G. (2012). Pilot Study mesuring the effects of therapeutic horseback riding on school-age children and adolescents with autism spectrum disorders. Research in Autism Spectrum Disorders, 6(2), 578-588. DOI: 10.1016/j. rasd.2011.09.007.
Giagazoglou, P., Arabatzi, F., Dipla, K., Liga, M., & Kellis, E. (2012). Effect of a hippotherapy intervention program on static balance and strength in adolescents with intellectual disabilities. Research in Developmental Disabilities, 33(6), 2265- 2270. DOI: 10.1016/j.ridd.2012.07.004.
Hameury, L., Delavous, P., Teste, B., Leroy, C., Gaboriau, J.-C., & Berthier, A. (2010). Équithérapie et autisme. Annales Médico-Psychologiques, 168(9), 655-659. DOI: 10.1016/j.amp.2009.12.019.
Holmes, C., Goodwin, D., Redhead, E. & Goymour, K. (2012). The Benefits of Equine-Assisted Activities: An Exploratory Study. Child and Adolescent Social Work Journal, 29(2), 111-122. DOI: 10.1007/s10560-011-0251-z.
Jenkins, S., & Reed, F. (2013). An experimental analysis of the effects of therapeutic horseback riding on the behavior of children with autism. Research in Autism Spectrum Disorders, 7(6), 721-740. DOI: 10.1016/j.rasd.2013.02.008.
Keino, H., Funahashi, A., Keino, H, Miwa, C., Hosokawa, M., Hayashi, Y., & Kawakita, K. (2009). Psycho-educational horseback riding to facilitate communication ability of children with pervasive developmental disorders. Journal of Equine Science, 20(4), 79-88. DOI: 10.1294/jes.20.79.
Kendall, E., Maujean, A., Pepping, C., Downes, M., Lakhani, A., Byrne, J., & Macfarlane, K. (2015). A systematic review of the efficacy of equine-assisted interventions on psychological outcomes. European Journal of Psychotherapy & Counselling, 17(1), 57-79. DOI: 10.1080/13642537.2014.996169.
Klontz, B., Bivens, A., Leinart, D., & Klontz, T. (2007). The effectiveness of equineassisted experiential: results of an open clinical trial. Society and Animals, 15(3), 257-267. DOI: 10.1163/156853007X217195.
Lanning, B., Baier, M., Ivey-Hatz, J., Krenek, N., & Tubbs, J. (2014). Effects of equine assisted activities on autism spectrum disorder. Journal of Autism and Developmental Disorders, 44(8), 1897-1907. DOI: 10.1007/s10803-014-2062-5.
Malta, S. (2002). A visão da Psicologia na equoterapia: o uso do cavalo como instrumento facilitador. In Associação Nacional de Equoterapia. (Eds.) Coletânea de Trabalhos, II Congresso Brasileiro de Equoterapia. Jaguariúna: Ande/BRASIL.
Marcelino, J., & Melo, Z. (2006). Equoterapia: suas repercussões nas relações familiares da criança com atraso de desenvolvimento por prematuridade. Estudos de Psicologia de Campinas, 23(3), 279-287.
Medeiros, M., & Dias, E. (2002). Equoterapia: bases e fundamentos. Rio de Janeiro: Revinter.
Memisevikj, X., & Hodzhikj, S. (2010). The effects of equine-assisted therapy in improving the psycho-social functioning of children with autismo. Journal of Special Education and Rehabilitation, 11(3-4), 57-67.
Ministério da Saúde. (2014). Diretrizes metodológicas Sistema GRADE – Manual de Graduação de Qualidade da Evidência e Força de Recomendação para Tomada de Decisão em Saúde. Brasília, DF, Brasil. Disponível em:
Ministério do Trabalho e Emprego. (2016). Classificação Brasileira das Ocupações. Disponível em: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/home.jsf.
Motti, G., & Freire, H. (2008). A prática da equoterapia como tratamento para pessoas com ansiedade. In Associação Nacional de Equoterapia (Eds.). Coletânea de Trabalhos do IV Congresso brasileiro de Equoterapia – I Congresso Latino-americano de Equoterapia (pp. 151-159). Curitiba, PR.
Nunes, M., Muniz, M., Reppold, C., Faiad, C., Bueno, J. & Noronha, A. (2012). Diretrizes para o ensino de avaliação psicológica. Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica. Disponível em: http://www.ibapnet.org.br/docs/ensino_de_avaliacao_psicologica.pdf.
PATH. (2016). Professional Association of Therapeutic Horsemanship International. Disponível em: http://www.pathintl.org/.
Pauw, J. (2000). Therapeutic horseback riding studies: problems experienced by researchers. Physiotherapy, 86(10), 523-527.
Prestes, D., Weiss, S., & Araújo, J. (2010). A equoterapia no desenvolvimento motor e autopercepção de escolares com dificuldade de aprendizagem. Ciências & Cognição, 15(3), 192-203.
Rosario-Montejo, O., Molina-Rueda, F., Muñoz-Lasa, S., & Alguacil-Diego, I. (2014). Efectividad de la terapia ecuestre en niños con retraso psicomotor. Neurología, 30(7), 425-432. DOI: 10.1016/j.nrl.2013.12.023.
Schultz, P., Remick-Barlow, A., & Robbins, L. (2007). Equine-assisted psychotherapy: a mental health promotion/intervention modality for children who have experienced intra-family violence. Health and Social Care in the Community, 15(3), 265-271. DOI: 10.1111/j.13652524.2006.00684.x.
Senado Federal. (2016). Substitutivo da Câmara dos Deputados, nº 13, de 2015, ao Projeto de Lei do Senado, nº 264, de 2010. Disponível em: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/122814.
Shurtleff, T., Standeven, J., & Engsberg, J. (2009). Changes in dynamic trunk/head stability and functional reach after hippotherapy. Archives of Physical Medical Rehabilitation, 90(7), 1185-1195. DOI: 10.1016/j.apmr.2009.01.026.
Silva, C. (2003). Equoterapia para cegos: efeitos e técnica de atendimento. (Dissertação de Mestrado). Universidade Católica Dom Bosco, Campo Grande, MS, Brasil.
Silva, C., & Grubits, S. (2004). Discussão sobre o efeito positivo da equoterapia em crianças cegas. PSIC – Revista de Psicologia da Vetor Editora, 5(2), 6-13.
Smith-Osborne, A., & Selby, A. (2010). Implications of the literature on equine-assisted activities for use as a complementary intervention in social work practice with children and adolescents. Child Adolescence Social Work Journal, 27(4), 291-307. DOI: 10.1007/s10560-0100201-1.
Sterba, J. (2007). Does horseback riding therapy or therapist-directed hippotherapy rehabilitate children with cerebral palsy? Developmental Medicine & Child Neurology, 49(1), 68-73. DOI: 10.1017/S0012162207000175.
Sunwoo, H., Chang, W., Kwon, J., Kim, T., Lee, J., & Kim, Y. (2012). Hippotherapy in adult patients with chronic brain disorders: a pilot study. Annals of Rehabilitation Medicine, 36(6), 756-761. DOI: 10.5535/arm.2012.36.6.756.
Zamo, R. (2016). Construção de uma bateria infantil de avaliação neuropsicológica para atividade equestre. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.
Ziegler, M. (2015). ‘‘F*** You, I Won’t Do What You Told Me!’’ – Response biases as threats to psychological assessment. European Journal of Psychological Assessment, 31(3), 153-158. DOI: 10.1027/1015-5759/a000292.