Protocolo Interdisciplinar de Avaliação Neuropsicológica, Comportamental e Clínica para Crianças e Adolescentes com Queixas de Desatenção e Hiperatividade
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Este artigo apresenta um protocolo desenvolvido para a investigação de sinais de desatenção e hiperatividade em crianças e adolescentes, sob os aspectos comportamentais, neuropsicológicos e clínicos. A primeira fase é uma triagem telefônica. Na sequência, a avaliação é composta por uma triagem presencial, com preenchimento de um inventário comportamental (BPM) e realização de testes neuropsicológicos (QI estimado pelo Wisc-III e Test-CPT-II). Caso haja indicadores de desatenção e hiperatividade, o participante passa para terceira fase, na qual se concluem os instrumentos neuropsicológicos, que são aplicados a múltiplos informantes inventários de avaliação comportamental da plataforma Aseba. Após a realização dessa bateria, é feita uma avaliação com neurologista infantil. Nas devolutivas, os casos são encaminhados para acompanhamentos diversos em função dos sinais relatados. Abordagens multiprofissionais e de múltiplos informantes trazem maior clareza na identificação dos sinais compatíveis com o TDAH e aumentam os critérios de especificidade quanto à indicação de ações de intervenção.
Downloads
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
Achenbach, T. M., & Rescorla, L. A. (2001). Manual for the Aseba School-age forms & profiles. Burlington: University of Vermont, Research Center for Children, Youth & Families.
Achenbach, T. M., & Rescorla, L. A. (2004). Mental health practitioners guide for the Achenbach system of empirically based assessment – Aseba (4a ed.). Burlington: University of Vermont, Research Center for Children, Youth & Families.
American Psychiatric Association (2002). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM IV – TR) (4a ed.). Porto Alegre: Artmed.
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5a ed.). Arlington: American Psychiatric Association.
Al-Ansari, A. M. (2013). Measurement of impairment among children with attention deficit hyperactivity disorder as part of evaluating treatment outcome. Sultan Qaboos University Medical Journal, 13(2), 296-300.
Bor, W., Heath, F., Heussler, H., Reuter, R., Perrett, C., & Lee, E. (2013). Can a multidisciplinary assessment approach improve outcomes for children with attention deficit hyperactivity disorder? Australasian Psychiatry, 21(5), 499-503.
Bordin, I. A., Rocha, M. M., Paula, C. S., Teixeira, M. C., Achenbach, T. M., Rescorla, L. A., & Silvares, E. F. (2013). Child behavior checklist/Cbcl, Youth self-report/Ysr and Teacher’s report form/Trf: an overview of the development of original and Brazilian version. Cadernos de Saúde Pública, 29(1), 13-28.
Capovilla, A. G. S., Assef, E. C. S., & Cozza, H. F. P. (2007). Avaliação neuropsicológica das funções executivas e relação com desatenção e hiperatividade. Revista de Avaliação Psicológica, 6(1), 51-60.
Carreiro, L. R. R., Haddad, H., & Baldo, M. V. C. (2011). Effects of intensity and positional predictability of a visual stimulus on simple reaction time. Neuroscience Letters, 487, 345-349.
Conners, C. K., Epstein, J. N., Angold, A., & Klaric, J. (2003). Continuous performance test performance in a normative epidemiological sample. Journal of Abnormal Child Psychology, 31(5), 555-562.
Drechsler, R., Brandeis, D., Földényi, M., Imhof, K., & Steinhausen, H. C. (2005). The course of neuropsychological functions in children with attention deficit hyperactivity disorder from late childhood to early adolescence. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 46(8), 824-836.
Efron, D., & Sciberras, E. J. (2010). The diagnostic outcomes of children with suspected attention deficit hyperactivity disorder following multidisciplinary assessment. Paediatrics & Child Health, 46(7-8), 392-397.
Epstein, J. N., Erkanli, A. Conners, C. K., Klaric, J., Costello, J. E., & Angold, A. (2003). Relations between continuous performance test performance measures and ADHD behaviors. Journal of Abnormal Child Psychology, 31(5), 543-554.
Ferrando-Lucas, M. T. (2006). Trastorno por déficit de atención e hiperactividad: factores etiológicos y endofenotipos. Revista de Neurologia, 42(supl. 2), S9-S11.
Heaton, R. K., Chelune, G. J., Talley, J. L., Kay, G. G., & Curtiss, G. (2004). Teste Wisconsin de classificação de cartas. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Lellis, V. R. R. (2011). Avaliação da atenção em crianças do ensino fundamental I: comparação de procedimentos tradicionais e computadorizados. Dissertação de mestrado, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, SP, Brasil.
McGonnell, M., Corkum, P., McKinnon, M., MacPherson, M., Williams, T., Davidson, C., Jones, D. B., & Stephenson, D. (2009). Doing it right: an interdisciplinary model for the diagnosis of ADHD. Journal of the Canadian Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 18(4), 283-286.
Mello, C. B., Argolo, N., Shayer, B. P., Abreu, J. N. S., Godinho, K., Vargem, F. L., Muszkat, M., Miranda, M. C., & Bueno, O. F. (2011). Versão abreviada do Wisc-III em crianças brasileiras: correlação entre QI estimado e o QI total. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 27, 149-155.
Miranda, M. C., Barbosa, T., Muszkat, M., Rodrigues, C. C., Sinnes, E. G., CoelhoScaramuza, L. F., Rizzut, S., Palma, S. M. M., & Bueno, O. F. A. (2012). Performance patterns in Conners’ CPT among children with attention deficit hyperactivity disorder and dyslexia. Arquivos de Neuropsiquiatria, 70, 91-96.
Miranda, M. C., Sinnes, E. G., Pompeia, S., & Bueno, F. A. B. (2007). Comparative study of performance in the conners, continuous performance test between brazilian and north american children. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 11, 588-598.
Montiel, J. M., & Seabra, A. G. (2012a). Teste de atenção por cancelamento. In A. G. Seabra & N. M. Dias. Avaliação neuropsicológica cognitiva: atenção e funções executivas (pp. 79-85), São Paulo: Memnon.
Ondrejka, I., Abali, O., Paclt, I., Gácser, M., Iftene, F., Walton, R., Harrison, G., Treuer, T., & Martényl, F. (2010). A prospective observational study of attentiondeficit/hyperactivity disorder in Central and Eastern Europe and Turkey: symptom severity and treatment options in a paediatric population. International Journal of Psychiatry in Clinical Practice, 14(2), 116-126.
Partington, J. E., & Leiter, R. G. (1949). Partington’s pathway test. The Psychological Service Center Bulletin, 1, 9-20.
Pesce, R. P. (2009). Problemas de comportamento externalizantes na infância. A violência em foco. Tese de doutorado, Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Rafalovich, A. (2005). Exploring clinician uncertainty in the diagnosis and treatment of attention deficit hyperactivity disorder. Sociology of Health & Illness, 27(3), 305-323.
Rocha, M. M., Rescorla, L. A., Emerich, D. R., Silvares, E. F., Borsa, J. C., Araújo, L. G., Bertolla, M. S., Oliveira, M. C. S., Perez, N. C., Freitas, P. M., & Assis, S. G. (2012). Behavioural/emotional problems in brazilian children: findings from parents’ reports on the child behavior checklist. Epidemiology and Psychiatric Sciences, 20(1), 1-10.
Souza, I. G. S. de, Serra-Pinheiro, M. A., Fortes, D., & Pinna, C. (2007). Dificuldades no diagnóstico de TDAH em crianças. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 56(supl. 1), 14-18.
Stefanatos, G. A.; Baron, I. S. (2007). Attention-deficit/hyperactivity disorder: a neuropsychological perspective towards DSM-V. Neuropsychology Review, 17(1), 5-38.
Wechsler, D. (2002). Wisc-III: escala de inteligência Wechsler para crianças: manual (3a ed.). São Paulo: Casa do Psicólogo.