Revisão Crítica Sobre Conflitos Éticos Envolvidos na Situação de Suicídio
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O artigo tem como objetivo fazer uma revisão crítica sobre suicídio e os conflitos éticos envolvendo o tema. São apresentados dados epidemiológicos, manifestações do comportamento suicida entre jovens e idosos, definições e questões vinculadas à sua prevenção. Discute-se a abrangência e complexidade do tema e como respostas simplistas e definitivas podem levar a erro. Aponta-se que o suicídio pode ser uma das formas de enfrentar o sofrimento. A opção existencial do suicídio é ilustrada, trazendo como exemplo duas histórias verídicas: o escritor Andrew Solomon e Ramón Sampedro, autor do livro Cartas do inferno. Profissionais de saúde podem ter como ação terapêutica: impedir a todo custo que o ato suicida ocorra ou compreender o sofrimento humano, que pode levar ao ato suicida como forma de acabar com a dor. Esse é o conflito principal que envolve a questão do suicídio e os profissionais de saúde.
Downloads
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
Benincasa, M. & Rezende, M. M. (2006) Tristeza e suicídio entre adolescentes. Fatores de risco e de proteção. Boletim de Psicologia, v.6 (124), 93-110.
Bertolote, J. M., Mello-Santos, C. & Botega, N. J. (2000); Detecção do risco de suicídio nos serviços de emergência psiquiátrica. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 32, supl II, 87-95.
Borges, V. R. & Werlang, B. S. G. (2006). Estudo da ideação suicida em adolescentes de 15-19 anos. Estudos em Psicologia, v.11 (3), 343-351.
Botega, N. J. & Rapeli, C. B. (2002). Tentativa de suicídio. In: N.J. Botega (Org.) Prática psiquiátrica no hospital geral: Interconsulta e emergência. 365-377. Porto Alegre: Artmed.
Botega, N. J. (2007). Suicídio, saindo da sombra em direção a um plano educacional de prevenção. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 29(1), 7-8.
Camargo, I. (2007). Suicídio e ética. In: L.C.A. Ayex (Org.) Ética e Psiquiatria (pp 127-136). São Paulo: Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
Camus, A. (s/d) Mito de sísifo. Ensaio sobre o absurdo. Lisboa: Edição. Livros do Brasil. Cassorla, R. M. S. (1991). Comportamentos suicidas na infância e na adolescência. In R. M. S. Cassorla (Org.) Do suicídio: estudos brasileiros. Campinas SP: Papirus.
Cassorla, R. M. S.(2004). Suicídio e autodestruição humana. In: B.S.G, Werlang; J.N. Botega (Orgs.) Comportamento suicida (21-35). Porto Alegre: Artmed.
Conselho Federal de Psicologia. (2005-2006) Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília-DF.
Costa, S. I. F. (2005). A bioética clínica e a terceira idade. Revista Brasileira de Bioética, Brasília, 1 (3), 279-288.
Fensterseifer, C. & Werlang, B. S. G. (2006). Comportamentos auto-destrutivos: sub-produtos da modernidade. Psicologia Argumento, v. 24(47), 35-41.
Fukumitsu, K. O.(2005). Suicídio e psicoterapia: uma visão gestáltica. Campinas SP: Editora Livro Pleno.
Goldim, J. R., Raymundo, M. M., Francesconi, C.F. & Macgadi, S.C.E.P. (2004) Suicídio e bioética. In: B. S. G. Werlang & N. J. Botega, (Orgs.) Comportamento suicida (153-170) Porto Alegre: Artmed.
Grubits, S., Freire, H. B. G. & Noriega, J. A. (2011) Suicídio de jovens Guaranis Kaiowaas de Mato Grosso do Sul, Brasil. Psicologia Ciência e Profissão, 31(3), 504-513.
Heck, R. M. (1997) O suicídio e a posição ética do profissional de saúde. Cogitare Enfermagem. 2(1), 86-89.
Hennezel, M. (2000). La personne agée face a la mort. Capítulo da Coleção Bioética VI – A pessoa idosa e a sociedade – perspectiva ética. Presidência do Conselho de Ministros. Lisboa
Hillman, J. (1993). Suicídio e alma. Petrópolis, RJ: Vozes.
Kovács, M. J. (1992). Morte e desenvolvimento humano. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Lépargneur, H. (2004). A liberdade da pessoa que enfrenta o sofrimento. Mundo da Saúde, v. 28(3), 252-257.
Levy, M. (1979) Introdução ao estudo do suicídio. Boletim de Psiquiatria, 12(1-4), 1-12.
Medeiros, G. A. (2002). Por uma ética na saúde: algumas reflexões sobre a ética e o ser ético na atuação do psicólogo. Psicologia: ciência e profissão, 22 (1), 30-37.
Menninger, K. (1965). Eros e Thanatos. O homem contra si próprio. São Paulo: Ibrasa.
Pessini, L. (2006). Bioética: um grito por dignidade de viver. São Paulo: Paulinas.
Portal de Saúde, www.saude.gov.br- consulta em 5 de maio de 2012
Sampedro, R. (2005). Cartas ao inferno. São Paulo: Editora Planeta do Brasil.
Santos, A. B. B. (2007). A primeira hora: as dificuldades e desafios dos profissionais de psicologia em tratar e compreender pacientes com ideação ou tentativa de suicídio. Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Schramm F. R. (2002). A questão da definição da morte na eutanásia e no suicídio assistido. Mundo da Saúde, 26(1), 178-183.
Solomon A. (2002). O demônio do meio dia. Uma anatomia da depressão. Rio de Janeiro: Objetiva.
Zana, A. R. O.; Kovács, M.J. O psicólogo e o atendimento a pacientes com tentativa ou ideação (artigo aceito para publicação na Revista Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, conforme carta enviada em 16 de fevereiro de 2012)