Bulimia Nervosa: Uma Articulação entre Aspectos Emocionais e Rede de Apoio Social

Conteúdo do artigo principal

Carolina Leonidas
Maria Aparecida Crepaldi
Manoel Antônio dos Santos

Resumo

As redes de apoio social são configuradas pelas relações interpessoais significativas que as pessoas estabelecem nas situações cotidianas. Há escassez de estudos que investiguem o modo como a rede de apoio se articula com a personalidade nos transtornos alimentares. Este estudo objetivou investigar possíveis relações entre os aspectos emocionais de uma mulher de 27 anos, com diagnóstico de bulimia nervosa, e o modo como se configura sua rede de apoio social. Os instrumentos utilizados foram: entrevista semiestruturada, genograma e mapa de rede. Observou-se que a rede significativa é pequena, com membros distribuídos de forma não equitativa, com maior concentração em pessoas da família de origem, que foi caracterizada como a principal fonte de apoio. Evidenciou-se relação entre aspectos da personalidade da participante e o empobrecimento da rede, que parece incrementar os sentimentos de tristeza,solidão e isolamento social, comprometendo o potencial de apoio da rede e intensificando vivências de desamparo e menos-valia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos

Referências

Abreu, N. & Cangelli Filho, R. C. (2004). Anorexia nervosa e bulimia nervosa: Abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia. Revista de Psiquiatria Clínica, 31, 177-183.

Andrade, T. F. & Santos, M. A. (2009). A experiência corporal de um adolescente com transtorno alimentar. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 12(3), 454-468.

Associação Americana de Psiquiatria. (2002). DSM-IV-TRTM: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: Texto revisado (C. Dornelles, Trad., 4a ed. rev.). Porto Alegre: Artmed.

Bertin, I. P. & Passos, M. C. (2003). A transmissão psíquica em debate: Breve roteiro das concepções psicanalítica e sistêmica. Interações: Estudos e Pesquisa em Psicologia, 8(15), 65-79.

Björk, B. & Ahlström, G. (2008). The patient´s perception of having recovered from an eating disorder. Health Care for Women International, 29, 926-944.

Borges, N. J. B. G., Sicchieri, J. M. F., Ribeiro, R. P. P., Marchini, J. S., & Santos, J. E. (2006). Transtornos alimentares: Quadro clínico. Medicina (Ribeirão Preto), 39(3), 340-348.

Cabrera, C. C. (2006). Estratégias de intervenção interdisciplinar no cuidado com o paciente com transtorno alimentar: O tratamento farmacológico. Medicina (Ribeirão Preto), 39(3), 375-380.

Custódio, Z. A. O. (2010). Redes sociais no contexto da prematuridade: Fatores de risco e de proteção para o desenvolvimento da criança ao longo dos seus dois primeiros anos de vida. Tese de Doutorado não publicada, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Kaye, W. (2008). Neurobiology of anorexia and bulimia nervosa. Physiology & Behavior, 94(1), 121-135.

Krüger, L. L. & Werlang, B. S. G. (2008). O genograma como recurso no espaço conversacional terapêutico. Avaliação Psicológica, 7(3), 414-426.

Lavall, E., Olschowsky, A., & Kantorski, L. P. (2009). Avaliação de família: Rede de apoio social na atenção em saúde mental. Revista Gaúcha de Enfermagem, 30(2), 198-205.

Leonidas, C., & Santos, M. A. (2012). Imagem corporal e hábitos alimentares na Anorexia Nervosa: Uma revisão integrativa da literatura. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25(3), 550-558.

Limbert, C. (2010). Perceptions of social support and eating disorder characteristics. Health Care for Women International, 31(2), 170-178.

Moré, C. L. O. O. (2005). As redes pessoais significativas como instrumento de intervenção psicológica no contexto comunitário. Paidéia (Ribeirão Preto), 15, 287-297.

Moré, C. L. O. O. & Crepaldi, M. A. (2012). O mapa de rede social significativa como instrumento de investigação no contexto da pesquisa qualitativa. Nova Perspectiva Sistêmica, 43, 84-98.

Oliveira, E. A. & Santos, M. A. (2006). Perfil psicológico de pacientes com anorexia e bulimia nervosas: A ótica do psicodiagnóstico. Medicina (Ribeirão Preto), 39(3), 353-360.

Orlandi, R. (2011). Participação da rede social significativa de mulheres que vivem e convivem com o HIV no enfrentamento da soropositividade. Tese de Doutorado não publicada, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

Paccola, A. T. F. (2006). Escuta do psiquiatra: Sinais e sintomas de anorexia nervosa e bulimia nervosa. Medicina (Ribeirão Preto), 39(3), 349-352.

Peres, R. S. & Santos, M. A. (2005). Considerações gerais e orientações práticas acerca do emprego de estudos de caso na pesquisa científica em Psicologia. Interações: Estudos e Pesquisa em Psicologia, 10(20), 109-126.

Resende, M. C., Bones, V. M., Souza, I. S., & Guimarães, N. K. (2006). Rede de relações sociais e satisfação com a vida de adultos e idosos. Psicología Para a América Latina, 5. Recuperado em 23 novembro 2010, de http://www.psicolatina.org/Cinco/rede.html

Rosa, B. P. & Santos, M. A. (2011). Comorbidade entre bulimia e transtorno de personalidade borderline: Implicações para o tratamento. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 14(2), 268-282.

Scorsolini-Comin, F. & Santos, M. A. (2012). Psicoterapia como estratégia de tratamento dos transtornos alimentares: análise crítica do conhecimento produzido. Estudos de Psicologia (Campinas), 29(Suplemento), 851-863.

Sluzki, C. E. (1997). A rede social na prática sistêmica: Alternativas terapêuticas (C. Berliner, Trad.). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Stake, R. E. (2000). Case studies. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (Orgs.), Handbook of qualitative research (2nd ed., pp. 435-454). Thousand Oaks: Sage.

Valdanha, E. D., Scorsolini-Comin, F., & Santos, M. A. (2013). Anorexia nervosa e transmissão psíquica transgeracional. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 16(1), 71-88.

Vieira Filho, N. G. V. & Nóbrega, S. M. (2004). A atenção psicossocial em saúde mental: Contribuição teórica para o trabalho terapêutico em rede social. Estudos de Psicologia, 9, 373-379.

Vindreau, C. (2003). A bulimia na clínica psiquiátrica. In B. Brusset, C. Couvreur, & A. Fine (Orgs.), A bulimia (p. 81-102). São Paulo: Escuta.

Wright, L. & Leahy, M. (2002). Enfermeiras e família: Um guia para avaliação e intervenção na família (3a ed.). São Paulo: Roca.