Estereótipos dos Profissionais de Saúde em Relação a Alcoolistas em Juiz de Fora - MG, Brasil
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar possíveis relações entre a Escala de Estereótipos (EE) adaptada de Babor et al (1986) sobre usuários de álcool, com variáveis sócio-demográficas de uma amostra de profissionais de saúde da cidade de Juiz de Fora, MG, Brasil. A EE apresentou média de 27,85 (DP=12,90) e mediana de 26. Não foram encontradas diferenças significativas entre convívio direto com usuário de álcool, motivação para trabalhar com pacientes que fazem uso nocivo de álcool. Embora tenha sido observada uma diferença entre as medianas dos profissionais de nível de escolaridade superior (M=21) e técnico (M=29) pelo teste de Mann-Whitney, (p<0,01; Z=4,16) e em relação ao gênero, não foram observadas correlações significativas da EE com idade e tempo de trabalho na profissão. Avaliar os estereótipos atribuídos por profissionais de saúde a determinadas condições torna-se importante tendo em vista sua interferência na qualidade do atendimento oferecido a estes pacientes.
Downloads
Detalhes do artigo
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
ADAMS, A. et al. Alcohol counseling: physicians will do it. JGIM: Journal of General Internal Medicine, v. 13, n. 10, p. 692-698, 1998.
ALEXANDER, L. A.; LINK. B. G. The impact of contact on stigmatizing attitudes toward people with mental illness. Journal of Mental Health, v. 12, n. 3, p. 271-289, 2003.
ARONSON, E. The social animal. New York: Worth Publishers, 1999.
BABOR, T. F. et al. Concepts of alcoholism among American, French-Canadian and French alcoholics. Annals of the New York Academy of Sciences, v. 472, p. 99-109, 1986.
BIERNAT, M.; DOVIDIO, J. F. Stigma and stereotypes. In: HEATHERTON, T. F. et al. The social psychology of stigma. New York: The Guilford Press, 2003. p. 88-125.
BRASIL. A política do ministério da saúde para a atenção integral a usuários de álcool e outras drogas. 2. ed. rev. e ampl. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
CORRIGAN, P. W.; WATSON, A. C.; BARR, L. The self-stigma of mental illness: implications for self-esteem and self-efficacy. Journal of Social and Clinical Psychology, v. 25, n. 8, p. 875-884, 2006.
CORRIGAN, P. W. et al. Three strategies for changing attributions about severe mental illness. Schizophrenia Bulletin, v. 27, n. 2, p. 187-195, 2001.
CORRIGAN, P. W. et al. How adolescents perceive the stigma of mental illness and alcohol abuse. Psychiatric Services, v. 56, p. 544-550, 2005.
DEVINE, P. G. Stereotypes and prejudice: their automatic and controlled components. Journal of Personality and Social Psychology, v. 56, n. 1, p. 5-18, 1989.
GALLASSI, A. D. et al. Custos dos problemas causados pelo abuso do álcool. Revista de Psiquiatria Clínica, v. 35, p. 25-30, 2008.
GASSMAN, R. A. Practitioner-level predictors of alcohol problems detection and management activities. Journal of Substance Use, v. 12, n. 3, p. 191-202, 2007.
HAPPELL, B.; CARTA, B.; PINIKAHANA, J. Nurses’ knowledge, attitudes and beliefs regarding substance use: A questionnaire survey. Nursing & Health Sciences, v. 4, n. 4, p. 193-200, 2002.
HILTON, J. L.; HIPPEL, W. V. Stereotypes. Annual Review of Psychology, v. 47, n. 1, p. 237-271, 1996.
KELLEHER, S. Health care professionals’ knowledge and attitudes regarding substance use and substance users. Accident and Emergency Nursing, v. 15, p. 161-165, 2007.
LIMA, M. E. de O.; PEREIRA, M. E. Serão os estereótipos e preconceito inevitáveis? O monstro da automaticidade. In: LIMA, M. E. de O.; PEREIRA, M. E. (Org.). Estereótipos, preconceito e discriminação: perspectivas teóricas e metodológicas. Salvador: Edufba, 2004. p. 41-68.
LINK, B. G.; PHELAN, J. C. Conceptualizing stigma. Annual Review Sociology, v. 27, p. 363-385, 2001.
LYSAKER, P. H. et al. Associations of multiple domains of self-esteem with four dimensions of stigma in schizophrenia. Schizophrenia Research, v. 98, n. 1-3, p. 194-200, 2008.
MELONI, J. N.; LARANJEIRA, R. Custo social e de saúde do consumo do álcool. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 26, p. 7-10, 2004.
MICHENER, H. A.; DELAMATER, J. D.; MYERS, D. J. Percepção social e cognição. In: MICHENER, H. A.; DELAMATER, J. D.; MYERS, D. J. Psicologia social. São Paulo: Thomson, 2003. p. 130-169.
PEREIRA, M. E. et al. Imagens e significado e o processamento dos estereótipos. Estudos de Psicologia, v. 7, n. 2, p. 389-397, 2002.
RONZANI, T. M.; ANDRADE, T. A estigmatização associada ao uso de substâncias como obstáculo à detecção, prevenção e tratamento. In: SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS SOBRE DROGAS (SENAD). Sistema para detecção de uso abusivo e dependência de substâncias psicoativas. Brasília: Senad, 2006. p. 25-32.
RONZANI, T. M.; FURTADO, E. F.; HIGGINS-BIDDLE, J. Stigmatization of alcohol and other drug users by primary care providers in Southeast Brazil. Social Science & Medicine, v. 69, p. 1080-1084, 2009.
SILVEIRA, P. S.; MARTINS, L. F.; RONZANI, T. M. Moralização sobre o uso de álcool entre agentes comunitários de saúde. Psicologia: teoria e prática, v. 11, n. 1, p. 14, 2009.
VOGEL, D. L.; WADE, N. G.; HAAKE, S. Measuring the self-stigma associated with seeking psychological help. Journal of Counseling Psychology, v. 53, n. 3, p. 325-337, 2006.
VOGEL, D. L.; WADE. N. G.; HACKLER, A. H. Perceived public stigma and the willing-ness to seek counseling: the mediating roles of self-stigma and attitudes toward counseling. Journal of Counseling Psychology, v. 54, n. 1, p. 40-50, 2007.
WATSON, A. C. et al. Self-stigma in people with mental illness. Schizophrenia Bulletin, v. 33, n. 6, p. 1312-1318, 2007.
WHO. Global status report on alcohol 2004. WHO: Genebra, 2004.