Atenção Integral à Saúde Masculina: A Busca por Atendimento Psicológico em uma Clínica-Escola
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O presente estudo verificou o perfil e os motivos de busca por atendimento psicológico da clientela masculina adulta em uma clínica-escola de uma Universidade privada na Região Metropolitana de Porto Alegre, no período de janeiro de 2006 a julho de 2009. Foram avaliadas 208 Fichas de Triagem, a partir de análise quantitativa descritiva. Os resultados mais prevalentes foram: faixa etária de 26 a 30 anos; baixo nível socioeconômico; exercício de função laboral; escolaridade de Ensino Médio Completo; solteiros; sem filhos; procura espontânea por atendimento psicológico, sendo os problemas interpessoais e a ansiedade os motivos principais. Constatou-se a relevância de ações terapêuticas que envolvam não apenas o indivíduo no espaço do atendimento psicológico individual, mas também, estimulem investimentos afetivos no campo familiar, laboral e social. É imperiosa a continuidade de estudos que viabilizem a compreensão de características desta população, a fim de formular estratégias efetivas de atendimento em saúde pública.
Downloads
Detalhes do artigo
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
ANCONA-LOPEZ, M. A. Considerações sobre o atendimento oferecido por clínicas-escola de Psicologia. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, n. 39, v. 2, p. 123-135, 1983.
BOZON, M. Sociologia da sexualidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.
BEE, H. O ciclo vital. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
CAMPEZATTO, P., NUNES, M. L. Caracterização da clientela das clínicas-escola de Cursos de Psicologia da Região Metropolitana de Porto Alegre. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v. 20, n. 3, p. 376-388, 2007.
CAMPOS, G. W. S. Saúde Paidéia. São Paulo: Hucitec, 2003.
CARLINI, E. A. et al. II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país. São Paulo: Cebrid (Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas); Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), 2005.
CECCARELLI, P. A masculinidade e seus avatares. Catharsis, São Paulo, v. 19, n. 4, p. 10-11, 1998.
CECCIM, R. B.; FEUERWERKER, L. C. M. Mudança na graduação das profissões de saúde sob o eixo da integralidade. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 5, p. 1400-1410, 2004.
CECÍLIO, L. C. O. Inventando a mudança na saúde. São Paulo: Hucitec, 1994.
COURTENAY, W. H. Constructions of masculinity and their influence on men’s well-eing: a theory of gender and health. Social Science & Medicine, Elmsford, v. 50, n. 10, p. 1385-1401, 2000.
DOCKHORN, C.; MACEDO, M. A complexidade dos tempos atuais: reflexões psicanalíticas. Psicologia e Argumento, Curitiba, v. 26, n. 54, p. 217-224, 2008.
DSM-IV-TR: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Tradução Cláudia Dornelles. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
ENÉAS, M. L. E.; FALEIROS, J. C.; SÁ, A. C. A. Uso de psicoterapias breves em clínica-escola: caracterização dos processos com adultos. Psicologia: teoria e prática. São Paulo, v. 2, n. 2, p. 9-30, 2000.
FAVORITO, L.; et al. Epidemiologic study on penile cancer in Brazil. International Braz J Urol, Rio de Janeiro, v. 34, n. 5, p. 587-593, set.-out. 2008.
FEUERWERKER, L. C. M.; SENA, R. R. A construção de novos modelos acadêmicos, de atenção à saúde e de participação social. In: FEUERWERKER, L.; ALMEIDA, M.; LLA-NOS, C. M. (Org.). A educação dos profissionais de saúde na América Latina: teoria e prática de um movimento de mudança. São Paulo: Editora Hucitec; Buenos Aires: Lugar Editorial; Londrina: Editora UEL, 1999. Tomo 1 (Um olhar analítico).
FREITAS, F. A. Diferentes perspectivas diante da conduta do estagiário em Psicologia no contexto clínico. Psicologia: teoria e prática. São Paulo, v. 10, n. 2, p. 31-43, 2008.
GOMES, R.; NASCIMENTO, E. A produção do conhecimento da saúde pública sobre a relação homem-saúde: uma revisão bibliográfica. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 5, p. 901-911, 2006.
HERTER, M. L. et al. Psicologia. In: HADDAD, A. E. (Org.). A trajetória dos cursos de graduação na saúde. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2006. p. 412-453.
HORNSTEIN, L. As depressões: afetos e humores do viver. São Paulo: Via Lettera, 2008.
LAURENTI, R.; MELLO-JORGE, M. H. P.; GOTLIEB, S. L. D. Perfil epidemiológico da morbi-mortalidade masculina. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 35-46, 2005.
LYRA DA FONSECA, J. L. C. et al. Homens e cuidado: uma outra família? In: ACOSTA, A. R.; VITALE, M. A. (Org.). Família: redes, laços e políticas públicas. São Paulo: Instituto de Estudos Especiais, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2003.
MACEDO, M., CAMPEZATTO, P., NUNES, M. L. A Clínica-Escola SAPP e o fazer Psicologia. In: MACEDO, M. Fazer Psicologia: uma experiência em clínica-escola. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009.
MACHADO, F. Grupo de homens: repensando o papel masculino na sociedade contemporânea. Pesquisa Psicológica. Revista Científica de Psicologia, Maceió, v. 2, n. 1, p. 1-31, 2008.
MACHADO, M.; MONTEIRO, E.; QUEIROZ, D.; VIEIRA, N.; BARROSO, M. Integralidade, formação de saúde, educação em saúde e as propostas do SUS: uma revisão conceitual. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 335-342, abr. 2007.
MERHY, E. E.; ONOCKO, R. Praxis en salud: un desafío para lo público. São Paulo: Hucitec, 1997.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Desenhos da organização da atenção no SUS: a integralidade da atenção à saúde – encontro dos estudantes universitários da área de saúde e o SUS. Brasília, 2003.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Aprender SUS: o SUS e os cursos de graduação na área da saúde. 2004. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/apren-dersus.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2008.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Políticanacional de atenção integral à saúde do homem. Centro de Documentação do Ministério da Saúde – Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília, 2008. Disponível em: <http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/PT-09-CONS.pdf>. Acesso: 25 nov. 2008.
MORGADO, A. F.; COUTINHO, E. S. F. Dados de epidemiologia descritiva de transtornos mentais em grupos populacionais do Brasil. Cadernos Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 1, n. 3, p. 327-347, 1985.
PERES, R. S; SANTOS, M. A., COELHO, H. M. B. Perfil da clientela de um programa de pronto-atendimento a estudantes universitários. Psicologia em Estudo. Maringá, n. 9, v. 1, p. 47-50, 2004.
PINHEIRO, P. et al. Gênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 687-707, 2002.
ROMARO, R. A.; CAPITÃO, C. G. Caracterização da clientela da clínica-escola de Psicologia da Universidade de São Francisco. Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 111-121, 2003.
SABO, D. O estudo crítico das masculinidades. In: ADELMAN, M.; SILVESTRIN, C. B. (Org.). Coletânea gênero plural. Curitiba: Editora UFPR; p. 33-46, 2002.
SILVA, F. et al. A formação enquanto estratégia de mudança na saúde mental coletiva. Boletim da Saúde, Porto Alegre, v. 21, n. 1, p. 21-58, 2007.
STAUDT, A. C. P. Novos tempos, novos pais? O ser pai na contemporaneidade. 68 f. 2007. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
TELLERÍA, J. M. Reflexiones autocríticas acerca de una investigación sobre la búsqueda de atención y demandas en salud de hombres en Santa Cruz de La Sierra – Bolivia. In: CÁCERES, C. F. et al. (Org.). La salud como derecho ciudadano: perspectivas y propuestas desde América Latina. Lima: Universidad Peruana Cayetano Heredia, 2003.
WANG, M. L.; JABLONSKI, B.; MAGALHÃES, A. Identidades masculinas: limites e possibilidades. Psicologia em Revista, Belo Horizonte, v. 19, n. 12, p. 54-65, 2006.
WELZER LANG, D. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 2, n. 2, p. 460-482, 2001.
WELZER LANG, D. Os homens e o masculino numa perspectiva de relações sociais de sexo. In: SCHPUN, M. R. (Org.). Masculinidades. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2004.
WESTER, S.; CHRISTIANSON, H.; WEI, D. Gender role conflict and psychological distress: the role of social support. Psychology of Men & Masculinity, Washington, v. 8, n. 4, p. 215–224, 2007.
WHO (World Health Organization). Constitution of the World Health Organization. Basic Documents. Genebra, 1946.