Estudo Psicossocial da Violência na Velhice: O Que Pensam Agentes Comentários de Saúde e Profissionais de Saúde?
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O estudo objetivou identificar e comparar as Representações Sociais da violência e maus tratos na velhice entre Agentes Comunitários de Saúde e Profissionais de Saúde atuantes no Programa Saúde da Família. A amostra foi não-probabilística e intencional, constituída por 50 Agentes Comunitários e 50 Profissionais (29 enfermeiros, 11 médicos e 10 odontólogos) de ambos os sexos (59% do sexo feminino). Aplicaram-se um questionário sóciodemográfico e o Teste de Associação Livre de Palavras com base nos estímulos-indutores “violência” e “maus tratos”. Os dados coletados foram analisados através da técnica de redes semânticas naturais. Percebeu-se que a violência e maus tratos à pessoa idosa foram objetivados majoritariamente em expressões como desprezo, agressão, sofrimento e trauma trazendo conseqüências psicossociais, profissionais, familiares e orgânicas às vítimas. Os profissionais evocaram palavras mais ligadas aos traumas físicos, enquanto os Agentes Comunitários, ligadas a eventos psicossociais como abandono.
Downloads
Detalhes do artigo
Os direitos autorais dos artigos publicados na Revista Psicologia: Teoria e Prática pertencem aos autores, que concedem à Universidade Presbiteriana Mackenzie os direitos não exclusivos de publicação do conteúdo.
Referências
ARAújO, L. F. Representações sociais da velhice: um estudo comparativo entre idosos de grupos de convivência e instituições de longa permanência. 2006. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social)–Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2006.
ARAÚJO, L. F.; LOBO FILHO, j. G. Análise psicossocial da violência contra idosos. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v. 22, n. 1, p. 153‑160, 2009.
ARRUDA, A. Teorias das representações sociais e teorias de gênero. Cadernos de pesquisa, v. 117, p. 127‑147, 2002.
BERGMAN, H. Frailty: an emerging research and clinical paradigm – issues and controversies. Journal of Gerontology, v. 62, n. 7, p. 731‑737, 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Assistência à Saúde. Avaliação da implantação e funcionamento do Programa Saúde da Família – PSF. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.
COSTA, E. C. et al. Aspectos psicossociais da convivência de idosas com animais de estimação: uma interação social alternativa. Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v. 11, n. 3, p. 2‑15, 2009.
COUTINHO, M. P. L.; ARAÚJO, L. F.; GONTIÉS, B. Uso da maconha e suas representações sociais: estudo comparativo entre universitários. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 9, n. 3, p. 469‑477, 2004.
CRUZ, J. M. O. et al. cuidados com idosos: percepção de idosos e de profissionais de saúde sobre maus‑tratos no espaço familiar. Textos sobre Envelhecimento, Rio de janeiro, v. 6, n. 2, p. 57‑76, 2003.
DUARTE, Y. A. Indicadores de fragilização na velhice para o estabelecimento de medidas preventivas. Terceira Idade: estudos sobre envelhecimento, São Paulo, v. 18, n. 38, p. 7‑24, 2007.
FALEIROS, V. P. A violência na velhice. O Social em Questão, Rio de janeiro, v. 8, n. 11, p. 7‑30, 2004.
FALEIROS, V. P. Violência contra a pessoa idosa: ocorrências, vítimas e agressores. Brasília: Universa, 2007.
FRIED, L. P.; WALSTON, j. M. Fragility and failure to thrive. In: HAZARD, W. R. et al. Principles of getriatric medicine and gerontology. 5. ed. New york: McGraw‑Hill, 2003.
FRIED, L. P. et al. Untangling the concepts of disablity, frailty and comorbidity: implications for improved targeting and care. J. Gerontol. Biol. Sc. Med. Sc., v. 59, n. 3, p. 255‑263, 2004.
GAIOLLI, C. C. L. O. Ocorrência de maus‑tratos em idosos no domicílio. 2004.Disser‑tação (Mestrado em Enfermagem)–Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004.
GONDIM, R. M. F.; COSTA, L. M. Violência contra o idoso. São Paulo: casa do Psicólogo, 2006.
IBGE. Censo demográfico 2000. Rio de janeiro: IBGE, 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 12 jul. 2010.
JODELET, D. As representações sociais. Rio de janeiro: Eduerj, 2001.
KALACHE, A.; KELLER, I. The greying world: a challenge for the 21st century. Science Progress, v. 83, n. 1, p. 33‑54, 2000.
LIMA FILHO, j. B. Políticas públicas e privadas para a prevenção e atendimento à velhice fragilizada. Terceira Idade: estudos sobre envelhecimento, São Paulo, v. 18, n. 38, p. 25‑36, 2007.
MACHADO, L.; QUEIROZ, z. v. Negligência e maus‑tratos. In: ______.Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 1152‑1159.
MACHADO, L. R.; GOMES, R.; XAVIER, R. Meninos do passado: eles não sabiam o que os esperava. Insight Inteligência, Rio de janeiro, v. 4, n. 15, 2001.
MENEZES, M. R. Da violência revelada à violência doméstica silenciada: um estudo etnográfico sobre a violência contra idoso. 1999. (Doutorado em Enfermagem)–Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 1999.
MINAYO, M. c. S. violência contra idosos: relevância para um velho problema. Cadernos de Saúde Pública, Rio de janeiro, v. 11, n. 3, p. 783‑791, 2003.
MINAYO, M. c. S. A inclusão da violência na agenda da saúde: trajetória histórica. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de janeiro, v. 11, n. 1, p. 1259‑1267, 2007.
MOSCOVICI, S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
MINAYO, M. C. S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: vozes, 2003.
NÓBREGA, S. M.; COUTINHO, M. P. L. O teste de associação livre de palavras. João Pessoa: Editora da Universidade Federal da Paraíba, 2003.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan‑Americana da Saúde, 2005.
REY, F. L. G. As representações sociais como produção subjetiva: seu impacto na hipertensão e no câncer. Psicologia: teoria e prática, São Paulo, v. 8, n. 2, p. 69‑85, 2006.
REYES‑LAGUNES, I. Las redes semánticas naturales, su conceptualización y su utilización en la construcción de instrumentos. Revista de Psicología Social y Personalidad, v. 9, n. 1, p. 81‑97, 1993.
SANCHES, A. P. R. A. Violência doméstica contra idosos no município de São Paulo – Estudo SABE, 2000. 2006.Dissertação (Mestrado em Epidemiologia)–Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
SANTOS, A. c. P. O. et al. A construção da violência contra idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de janeiro, v. 10, n. 1, p. 115‑127, 2007.
SOUZA, A. S. et al. Fatores de risco de maus‑tratos ao idoso na relação idoso/cuidador em convivência intra-familiar. Textos sobre Envelhecimento, Rio de janeiro, v. 7, n. 2, p. 57‑76, 2004.
TEIXEIRA, I. N. A. Fragilidade biológica e a qualidade de vida na velhice. Campinas: Alínea, 2007.
TEIXEIRA, I. N. A Percepções de profissionais de saúde sobre duas definições de fragilidade no idoso. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de janeiro, v. 13, n. 4, p. 1181‑1188, 2008.
TEIXEIRA, I. N. A.; NERI, A. L. A fragilidade no envelhecimento: fenômeno multidimencional, multideterminado e evolutivo. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
VERA‑NORIEGA, j. A. Redes semánticas: método y resultados. João Pessoa: EdUFPB, 2005.
VERA‑NORIEGA, j. A.; PIMENTEL, c. E.; ALBUQUERQUE, F. j. B. Redes semánticas: aspectos teóricos, técnicos, metodológicos y analíticos. Ra Ximahi, v. 1, n. 1, p. 439‑455, 2005.