Representações Sociais de Profissionais do Sexo sobre Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Contracepção

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Leandro Castro Oltramari
Brigido Vizeu Camargo

Resumo

Este estudo verificou se as representações sociais de mulheres, profissionais do sexo, sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e contracepção, diferenciam-se em função delas terem um parceiro fixo com envolvimento amoroso e não cliente. Foram entrevistadas 40 mulheres: 18 delas com este tipo de parceiro e 22 sem. As entrevistas focalizaram a visão delas quanto ao risco de contraírem DSTs e engravidarem. Analisou-se o material verbal através do software ALCESTE. Os resultados indicaram duas representações sociais sobre as DSTs: uma que as associa ao trabalho sexual remunerado (de mulheres com parceiro fixo) e outra que as explica pela prática sexual desprotegida ou sem preservativo (de mulheres sem parceiros fixos e não clientes). Quanto à contracepção, não houve diferença em função da existência ou não de parceiro fixo, o mais importante foi a idade. As mais novas se preocupavam mais com a prevenção da gravidez do que das DSTs.  Os resultados indicam que os programas de prevenção voltados às profissionais do sexo devem considerar estas diferenças neste grupo.

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Como Citar
Oltramari, L. C., & Camargo, B. V. (2004). Representações Sociais de Profissionais do Sexo sobre Prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Contracepção. Revista Psicologia: Teoria E Prática, 6(2), 75–87. Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/ptp/article/view/1166
Seção
Artigos

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