A Autoconstrução de ambientes familiares
entre o lugar afetivo e a discussão sobre a técnica
DOI:
https://doi.org/10.5935/cadernospos.v22n2p22-40Palavras-chave:
Autoconstrução; Residências populares; Ambiências; Afetividade.Resumo
Este artigo tem sua origem em uma pesquisa de doutorado, em andamento, cujo desenvolvimento metodológico levou à construção de uma atividade didática elaborada com um grupo focal[1] composto de discentes do curso de Arquitetura e Urbanismo de um centro universitário privado, na cidade do Rio de Janeiro. As discussões, realizadas em sala de aula, sobre o tema de moradias populares autoconstruídas e assessoria técnica, acabaram por se transformar numa etapa analítica da tese de doutorado e numa investigação geradora de um projeto de pesquisa apresentado à instituição, durante a realização da Semana de Pesquisa e Extensão. Os alunos participantes do grupo focal vivem, sem exceção, em habitações autoconstruídas situadas em lotes com mais de duas moradias, localizadas em subúrbios da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro e em municípios da Baixada Fluminense – uma realidade muito comum no contexto de urbanização das cidades brasileiras. Como grupo focal, os estudantes de Arquitetura e os jovens arquitetos foram convidados a refletir sobre determinadas categorias da camada social, seus processos construtivos e as relações afetivas. A sistemática de encontros foi semanal, de forma remota[2]. Por meio desses encontros, foram extraídas narrativas, material gráfico e respostas possíveis para as inter-relações entre o grau de afetividade e a constância das modificações/acréscimos nas moradias.
[1] O grupo focal é um instrumento de pesquisa qualitativa, composto por pessoas selecionadas para discutir e comentar um tema comum, através de suas experiências pessoais (POWELL; SINGLE, 1996 apud GATTI, 2005, p. 7).
[2] Os encontros aconteceram remotamente em cumprimento aos protocolos de isolamento social por motivo da pandemia causada pela coronavírus disease 2019 (Covid-19).
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