Morfologia Urbana no Brasil

o patinho feio?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5935/cadernospos.v25n2p15-24

Palavras-chave:

Morfologia urbana, Forma urbana, História da cidade, Projeto urbano, Transformação urbana

Resumo

Este artigo introduz a edição temática dedicada à Morfologia Urbana, apresentando seus fundamentos conceituais, históricos e metodológicos e destacando sua importância para a pesquisa, o ensino e a prática do planejamento e do projeto urbano. Partindo das tradições italiana, inglesa e francesa, discute-se a constituição do campo e seus principais elementos – edifícios, lotes e ruas – organizados em diferentes escalas e pela dimensão temporal como chave interpretativa fundamental para compreender as transformações urbanas. Argumenta-se que, embora a Morfologia Urbana tenha alcançado reconhecimento e consolidação internacional, no Brasil, o campo ainda enfrenta percepções reducionistas, fragmentação institucional e marginalização disciplinar. A partir de referências clássicas e contemporâneas, propõe-se fortalecer o diálogo entre teoria e prática, ampliar sua inserção nos currículos de Arquitetura e Urbanismo e renovar a agenda de pesquisa com foco na leitura crítica do território, na produção de instrumentos analíticos e no suporte ao projeto e às políticas urbanas. Ao tensionar equívocos persistentes e mobilizar a metáfora do “patinho feio”, o artigo defende o reposicionamento da Morfologia Urbana como campo estruturante para a compreensão e a intervenção qualificada nas cidades contemporâneas, contribuindo para práticas urbanas mais sensíveis, fundamentadas e transformadoras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO, D. K. de; MAGNUS, A. P. M.; SELBACH, C. J.; DEBASTIANI, A. M.; HANDKE, F. B. O papel social das bibliotecas universitárias: iniciativas da Biblioteca Central Irmão José Otão da PUCRS. Páginas a&b, Porto, série 3, n. 16, p. 97-118, 2021. Disponível em: https://ojs.letras.up.pt/index.php/paginasaeb/article/view/10887/10175. Acesso em: 29 jun. 2023.

BARTALINI, V. A trama capilar das águas na visão cotidiana da paisagem. Revista USP, São Paulo, n. 70, p. 88-97, 2006.

BAMMATE, N. La ville dans l'islam. In: CHEVALLIER D.; BOUHDIBA A. (dir.). La ville arabe dans l'islam. Tunis: Al Asria, 1982.

BERARDI, R. The spatial organization of Tunis Medina and other Arab-Muslim cities in North Africa and the Near East. In: JAYYUSI, S. et al. (ed.). The City in the Islamic World. Leiden/Boston: Brill, 2008.

BERARDI, R. Signification du plan ancien de la ville arabe. In: CHEVALLIER D.; BOUHDIBA A. (dir.). La ville arabe dans l'islam. Tunis: Al Asria, 1982.

BERARDI, R. Espace et ville en pays de l'Islam. In: CHEVALLIER D. L'espace social de la ville arabe. Paris: Maisonneuve et Larose, 1979.

BEYHUM, N.; DAVID, J. C. Espaces du public et du négoce à Alep et à Beyrouth. Les Annales de la Recherche Urbaine. Paris, N° 57-58, 1992.

BRASIL. Lei Federal n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal e altera o art. 1° da Lei 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Diário Oficial da União, Brasília, DF, p. 470, 9 jan. 1997.

CHEVALLIER, D. De la Société Arabe à la civilisation Islamique: une ville confronté à son histoire. In: CHEVALLIER D.; BOUHDIBA A. (dir.). La ville arabe dans l'islam. Tunis: Al Asria, 1982.

CHEVALLIER, D. La ville arabe: notre vision historique. In: CHEVALLIER D. L'espace social de la ville arabe. Paris: Maisonneuve et Larose, 1979.

DAVID, J. C. La Suwayqat´Ali à Alep. Damasco: Presses de l´Ifpo, 1998.

GARCIA, M.; VASCONCELOS, A.; PONTES, L. A cidade no estuário do Rio Amazonas: mapeando apagamentos e sobrevivências na convivência com as águas na cidade de Macapá-AP. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE PAISAGISMO NAS ESCOLAS DE ARQUITETURA DO BRASIL, 16., 2022, Cuiabá. Anais [...]. Cuiabá: Enepea, 2022.

HAKIM, B. Law and the city. In: JAYYUSI, S. et al. (ed.). The City in the Islamic World. Leiden/Boston: Brill, 2008.

MELLO, S. S. Na beira do rio tem uma cidade: urbanidade e valorização dos corpos d’água. 2008. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de Brasília, Brasília, 2008.

HOLANDA, S. B. de. Raízes do Brasil. 27. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

KROPF, K. Aspects of urban form. Urban Morphology, v. 13, n. 2, p. 105–120. Disponível em: https://journal.urbanform.org/index.php/jum/article/view/3949. Acesso em: 6 out. 2025.

MARCUSE, P. The grid as city plan: New York city and laissez‐faire planning in the nineteenth century. Planning Perspectives, v. 2, n. 3, p. 287–310. 1987.

MOUDON, A. V. Urban morphology as an emerging interdisciplinary field. Urban Morphology, v. 1, n. 1, p. 3–10. 1997. Disponível em: http:// https://journal.urbanform.org/index.php/jum/article/view/4047. Acesso em: 6 out. 2025.

MURATORI, S. Studi per una operantestoria urbana di Venezia. Roma: Istituto Poligraficodello Stato, 1959.

OLIVEIRA, V. Urban morphology. Switzerland: Springer International Publishing, 2016.

PEREIRA, C., S. de A.; NETTO, M. M. G. Fundamentos da morfologia urbana. Belo Horizonte: C/Arte, 2015.

REIS FILHO, N. G. Contribuição ao estudo da evolução urbana no Brasil: 1500-1720. 1968. Tese (Livre-Docência) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1968.

ROSANELI, A. F.; SHACH-PINSLY, D. Anne Vernez Moudon. Entrevista, São Paulo, v. 10, n. 040.01, Vitruvius, Oct. 2009. Disponível em: https://165.22.0.112/revistas/read/entrevista/10.040/3397. Acesso em: 6 out. 2025.

Publicado

2025-12-20

Como Citar

FERREIRA BORGES, H. Morfologia Urbana no Brasil: o patinho feio?. Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, [S. l.], v. 2025, n. 2, p. 15–24, 2025. DOI: 10.5935/cadernospos.v25n2p15-24. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/article/view/18457. Acesso em: 21 dez. 2025.

Edição

Seção

Convidados