Questões da produção do morar vertical e o espaço público

um olhar ao setor Marista, em Goiânia

Autores

  • Manoel Rodrigues Alves
  • Lara Stival Garrote Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5935/cadernospos.v24n2p107-120

Palavras-chave:

Verticalização residencial; Práticas socioespaciais; Espaço público; Espacialidades privadas.

Resumo

Na contemporaneidade, presencia-se a disseminação de certos fenômenos urbanos que têm implicações significativas no espaço público, resultando em sua instrumentalização, na diminuição das interações sociais e na depreciação de seu valor. Nesse contexto, o atual aumento do urbanismo vertical residencial, orientado pelo que o mercado imobiliário constantemente rotula como “novas formas de morar”, tem apresentado desdobramentos visíveis na cidade e no urbano. Isso não apenas porque oferece “exclusividades” intramuros aos moradores, mas também porque influencia nas formas de uso e de apropriação do espaço público e da cidade, reconfigurando, em maior ou menor grau, as práticas socioespaciais e as sociabilizações. O objetivo deste artigo é analisar algumas dessas implicações por meio das estratégias e táticas adotadas pelas empresas imobiliárias que promovem as “novas formas de morar” no setor Marista, em Goiânia. Com o método pesquisa de campo, em conjunto com a revisão bibliográfica, foi possível verificar a produção de “espacialidades do privado” que estão vinculadas a certas apropriações decorrentes de processos de verticalização e da venda de novas tipologias habitacionais, desafiando o sentido de espaço público e contribuindo com a redução da vida urbana.

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Publicado

2024-12-10

Como Citar

RODRIGUES ALVES, M.; STIVAL GARROTE, L. Questões da produção do morar vertical e o espaço público: um olhar ao setor Marista, em Goiânia. Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, [S. l.], v. 24, n. 2, p. 107–120, 2024. DOI: 10.5935/cadernospos.v24n2p107-120. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/cpgau/article/view/16882. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos