Ser para a morte
o caminho das águas em Maricá/RJ
DOI:
https://doi.org/10.5935/cadernospos.v24n1p236-253Palavras-chave:
Ser-para-a-morte; Hidrografia; Bacia do Rio Ubatiba; Maricá/RJ.Resumo
A urbanização dispersa no município de Maricá e a transformação da paisagem empreendida pelo incremento de grandes loteamentos fechados em áreas antes rurais próximas a nascentes de rios vem agravando a crise hídrica já deficiente. O principal manancial que abastece a cidade, a Bacia do Rio Ubatiba, com as frequentes supressões de mata nativa, desvio de cursos d’água, coleta e represamento ilegal, bem como sua contaminação nas áreas mais densamente ocupadas pelo despejo de esgoto sem tratamento adequado, vem sofrendo a morte de suas águas. Buscando inspiração em Bachelard (1998) e Heródoto (2006), traçamos o caminho das águas do município, desde as águas doces de suas nascentes, passando pelas águas violentas que trazem as enchentes e inundações, até as águas mortas que passam pelo aeroporto e deságuam na Lagoa de Maricá, antiga fonte de riqueza e alimento por meio da pesca. O caminho das águas de Maricá exibe, assim, a lenta transformação da vida em morte, seja pelos desastres, seja pela mortandade de peixes, seja pelo acirramento dos problemas sociais e ambientais.
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