A revolta das sombras
Resumo
Prólogo
Os três grandes romances do chamado Realismo – Madame Bovary (1856), de Flaubert, O primo Basílio (1878), de Eça de Queirós, e Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis1 –, que têm três inesquecíveis mulheres como centro de atenção e interesse – Emma, Luísa e Capitu –, nota-bilizaram-se, entre outras coisas, por retratarem com exasperante fidelidade o anódino e vazio mundo burguês ou pequeno-burguês do século XIX, povoado de criaturas estúpidas, que procuram fugir do ambiente sufocante por meio dos sonhos românticos.
Os estertores do mau romantismo, ou se se quiser do ul-trarromantismo, têm mais lugar nos romances de Flaubert e Eça de Queirós do que no de Machado de Assis. Tanto Emma quanto Luísa são vorazes leito-ras de folhetins românticos e seus derivados, a poesia sentimental, o drama-lhão teatral, que lhes abrirão a porta do falso e figurado paraíso, lhes causarão indiretamente a ruína pessoal, lhes trarão a desgraça familiar e a morte ingló-ria. Capitu participa discretamente desse time de mulheres volúveis mais por seu adultério e pela capacidade que tem de envolver e destruir o macho domi-nante, num arremedo grotesco da femme fatale do fim do século.
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Referências
FLAUBERT, G. Madame Bovary. Tradução e prefácio Otto Maria Carpeaux. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, [s. d.].
MACHADO DE ASSIS, J. M. Dom Casmurro. Rio de Janeiro: Civilização Brasi-leira, INL, 1975.
QUEIRÓS, E. de. O primo Basílio. São Paulo: FTD, 1991.
TOLSTÓI, L. Anna Kariênina. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
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